CAPÍTULO 39

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MARIA JÚLIA

Estávamos todos muito confusos e se encarando no portão de casa, o fuzuê já tinha chamado atenção dos fofoqueiros do morro, eu não julga, a fofoca é daquelas babadeiras.

Maju: Vamos todos entrar e conversar lá dentro, ok?- tomo a iniciativa.

Abraço o ombro da minha mãe e guio ela para o lado de dentro, os outros nos acompanham. Sento ela no sofá e acaricio seus cabelos, minha deusa está em choque ainda.

Minha vó parece preocupada, observo o olhar de todos e espero alguém falar algo. Parece que de repente a sala imensa da minha casa, virou um ovo.

Olho para todos e sinto que as coisas aqui vai ficar complicada, minha mãe está calada, o Davi com cara de ódio, minha vó chora, o Celso ficou do nada com cara de cu, e o restante como eu, está com um sinal de interrogação na cara.

Dvd: alguém pode começar a falar?- pergunta estressado.- eu tenho a porra de um morro para comandar.- se altera e eu o encaro.

MARIA EDUARDA

Duda: mãe, pai?- olho para ambos.- podem começar explicar isso?- fiquei chateada, ele simplicidade apareceu e jogou bomba, agora desistiu de contar?

Mada: eu sinto muito meus amores.- a mais velha já chora compulsivamente.

Olho para meu pai e me parece que toda aquela poze de destruidor de família feliz acabou, o cara me parece arrependido.

Mada: A Duda não é nossa filha biologica.- as palavras me invadem como um tiro.- eu não podia engravidar.- seca tenta secar o rosto, mas não consegui parar de chorar.- o morro estava em invasão e uma amiga muito próxima estava grávida, ela passou mal no meio da invasão o estresse foi tanto que quando chegamos no hospital a situação era de alto risco.- sinto braços me envolverem e é o do meu marido.

Celso: A moça perdeu muito sangue, fizeram o parto, mas não conseguiram salvar ela.- o senhor na cadeira diz e abaixa o olhar.

Mada: a Andressa nunca me contou quem era o pai do bebê, chamei a família eles reconheceram o corpo, mas ninguém quis ficar com o bebê.- no caso eu.- eu pedi para te vê, e no momento que eu te vi, empacotadinha naquela mantinha branca, com uma toquinha branca e vi que ali estava o meu anjinho, a única coisa que mudaria minha vida para melhor.- todos estão calados, mal respiram.

Duda: eu preciso sair daqui.- levanto do sofá e subo as escadas, sento na minha cama e vejo que a porta está sendo aberta, é o meu marido.

Ryan não diz nada, apenas tranca a porta e deita minha cabeça em seu colo fazendo um carinho.

Duda: por que esconderam isso de mim por tanto tempo?- falo entre os soluços.

Playboy: eu não sei meu amor.- fala calmo.- mas eu preciso que você se acalme para não passar mal.- balanço a cabeça que sim.- a gente vai descansar, e amanhã a gente tenta entender toda essa situação, ok?- assinto.

Fico em seu colo recebendo seu carinho, até meu corpo cansar e eu cair no sono.

DVD

É óbvio que isso não muda minha relação com minha irmã, Duda foi quem me criou, fez tudo o que pôde por mim sem nem ter obrigação nenhuma.

O que me deixa puto é a porra da mentira, 40 anos de mentira? Como assim todos esses anos eles resolveram mentir para a gente? Do Celso eu não esperava menos que isso foi um pau no cu como pai, agora da minha mãe?

Playboy: ela dormiu, vocês podem ir, depois conversam sobre isso direito.- e a Angélica já levanta.

Dvd: já mandei mensagem para o morro, vou ficar aqui essa noite.- falo sério.

Angélica: e eu?- me olha indignada.

Dvd: você vai voltar para o morro junto com o rei.- falo e ela me olha emburrada.

Angélica: não acho legal você ficar.- faz birra o que já me tira do sério.

Dvd: eu não me importo com o quê você acha, agora pega suas coisas e vai com o seu pai.- ela me olha irritada e logo sai da casa.

Gustavo está deitado no sofá com a cabeça no colo da maju.

Os outros já se foram, na sala só está, Jp, maju, Gustavo e eu. Playboy subiu para deitar com minha irmã.

Jp: Como conseguiram guardar um segredo desse por tanto tempo?- encaro ele com a mesma dúvida.

Maju: eu acredito que tenha uma ótima explicação, mas agora vamos deitar, ok?- ela se levanta e abaixa para pegar o Gustavo no colo.

Dvd: eu levo ele.- me levanto.- vai dormir com ele?- ela me olha.

Maju: se preferir ele pode dormir com você.- assinto e ela sobe e eu logo atrás.

Ela ajeita a cama do quarto de hóspedes e eu ponho ele na cama ajeito o garoto e cubro ele com a coberta.

Maju: você está bem?- me pergunta.

Dvd: estou preocupado com sua mãe.- ela assente.- e puto com uma coisa dessas guardada por tantos anos.- respiro fundo e passo a mão no rosto.

Maju: eu vou deitar, boa noite.- ela beija meu rosto e sai do quarto. Respiro fundo e vou até a varanda, tiro um baseado do bolso e acendo.

Passo parte da noite assim, fumando e refletindo, foi errado o que meus pais fizeram, a Maria Eduarda tinha direito de saber sobre isso, é a vida dela, agora como se confia na nossa mãe?

Eu espero que minha irmã fique bem, que isso não afete nosso relacionamento, eu fico  puto de ter descoberto dessa forma, o cara simplesmente veio aqui jogar uma porra dessas, como se ele não fosse culpado por mentir Também.

O Celso sempre provando que consegue ser um pau no cu, eu preferia ter ouvido que eu não sou filho dele, cara escroto do caralho, largou a família como se não fosse nada, e agora quer o que atenção, eu também queria atenção, eu queria um pai.

Meu celular toca e no visor vejo que é o DN.

Que merda tá acontecendo agora.

LIGAÇÃO

DN: Dvd?- fala desesperado.

Dvd: fala DN.- pergunto preocupado.

DN: tão invadindo o morro irmão.- fala desesperado e no fundo posso ouvir os tiros.

DVD: sabe o esquema, mete bala nesses Porras que eu já estou chegando.

LIGAÇÃO

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PASSANDO O COMANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora