CAPÍTULO 23

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DVD

DN: Dvd?- ouço o rádio apitar e logo a voz do DN me chamar.- ê patrão.- levanto da minha cama e vou até o rádio na mesinha que tem próxima a porta da varanda do quarto.

Dvd: Fala DN.- respondo o chamado.

DN: mano, corre na boca, assunto sério.- fala desesperado.

Dvd: marca 2 minutos DN.- falo indo rápido para o banheiro jogando uma água e escovando os dentes.

Pego minha pistola na mesinha, minha carteira e prendo no cós da bermuda saindo rápido de dentro de casa.

Aceno para os meninos da segurança da casa e monto na minha moto voando para a boca principal.

Dvd: o que tá pegando?- pergunto entrando na sala do DN, onde tem um menor que não conheço e uma caixa.

DN: esse menino estava na barreira, falou que o Batoré te mandou isso aí.- fala e eu encaro o menino.

Dvd: quem é você menor?- o menino parecia assustado, deveria ter uns 12 anos.

Menor: meu nome é gustavo.- fala amedrontado.

Dvd: mora no alemão?- encaro tentando entender a ligação dele com o Batoré, o dono do Tabajara, uma favela em Copacabana. Somos da mesma facção, mas na minha primeira reunião com o comando ele cismou comigo, mandava ameaças, cara louco de Pedra.

Menor: sou morador de rua.- responde e abaixa a cabeça.

Dvd: e por que o Batoré usou logo você para vir me mandar isso? Sabe o que é?- olho para a caixa e volto meu olhar para ele.

Menor: peguei uns pinos de cocaína na boca lá do morro, tô devendo uma grana para ele. - me olha.- e não sei o que é isso não.- fala simples.

Dvd: wl, leva o Gustavo para tomar um banho e vigia ele para mim, até eu resolver isso aqui.- vejo ele concordar e sair com o menino da sala onde ficou só eu e o DN.

Observo a caixa e resolvo abrir.

Na caixa tinha apenas um envelope, abro aquele negócio pardo e vejo que são fotos.
Fotos do dia em que eu levei a Maju pra tomar sorvete.

No fim de todas as fotos vejo um bilhete.

"Até que enfim o  grande dvd me arrumou uma motivação ".

DN: o que isso significa? - não entende.- ela é só sua sobrinha, o que esse cara tá pensando?- respiro fundo e tento acalmar minha mente.

Dvd: ele tá achando que a Maju é mulher minha, ninguém nunca me viu com mulher nenhuma, quem dirá tomando sorvete.- explico.

DN: então ele não sabe quem é a maju? Que é filha do Playboy?- me olha sem entender.

Dvd: ótima pergunta, esse cara tá caçando sarna para se coçar.- passo a mão na cabeça.

Será que conto para o Playboy, explico que tínhamos ido tomar um sorvete? Não é nada de mais, ela é minha sobrinha.

Era só o que me faltava, maju virar alvo de um retardado.

Tento afastar isso dos meus pensamentos, penso em como vou resolver a situação do menino, provavelmente está jurado de morte, o Batoré mandou ele com intenção de que eu matasse.

Lembro da situação em que o garoto está, cabelo grande e bem sujo, corpo bem magro, fisionomia totalmente abatida, como uma criança chega a essa situação, e ainda usando drogas.

Penso em o que devo fazer, e matar o menino não é opção.

Vou até onde o wl está com ele, e já está de banho tomado.

Dvd: usa drogas a quanto tempo?- vou logo ao assunto.

Menor: desde os nove anos, hoje tenho 13.-fala baixo.

Dvd: quero te ajudar, mas tem que me prometer que vai se libertar disso.- encaro ele.- droga não é vida, destrói nossas vidas em vários aspectos.

Menor: mas minha vida já tava destruída.- me encara com dor no olhar.- eu já não tinha teto, mãe, pai.- seus olhos tristes desviam dos meus.

Dvd: o que aconteceu com seus pais?- pergunto.

Menor: Batoré matou, deviam uma grana alta para ele, fiquei sem casa, fui morar na rua.- diz de cabeça baixa.

Dvd: vou te dá um teto, vai me prometer que vai parar com as drogas?- vejo ele assentir, não sabia o que eu sentia naquele momento, mas algo dentro de mim pedia que eu ajudasse aquele menino.

Depois de sair da casa de onde o wl e o menor estava resolvo pedir a um parceiro da penha.

Então monto na moto e vou até lá.

MARIA JÚLIA

Passei a manhã na faculdade, estudando para as provas que vão acontecer em uma semana. O Miguel veio falar comigo e me chamou novamente para sair, aceitei, as espero que não fique em cima de mim igual um carrapato.

Abro pela milésima vez o whatsapp na esperança de ter uma mensagem do Davi, mas novamente não tinha, nem um pedido de desculpas pela grosseria totalmente sem sentido.

Abro a parte de status do whatsapp e vejo que ele postou algo, era uma música.

WHATSAPP ON
status.

WHATSAPP OFF

Reviro os olhos com a postagem e saio do whatsapp.

"Será que ele tá curtindo alguém?" Meu subconsciente pergunta e o meu peito aperta.

Eu sei o quanto é errado, mas quando estamos juntos quero a atenção dele, e quando estamos longe quero que meu celular toque e no visor tenha o nome dele.

Eu preciso afastar esses sentimentos, urgente, antes que nos magoe.

Subo na moto em frente a academia, hoje o LC disse que não viria, treinei sozinha e agora estou indo para casa.

Resolvo parar em um barzinho para comprar um refrigerante já que me deu vontade. Tá achando que eu treino para que ? Para tomar meu refri de boa, minha cerveja, comer meu chocolate.

Entro no bar e quem eu menos espero ali está, sim o Dvd, junto com o Kaká, um menino aqui do morro.

Passo por eles e apenas comprimento, ainda estou puta com o jeito que me tratou na casa dele.

Maju: boa tarde seu Deco, pode me vender uma coca lata?- o senhor assente e vai até o freezer buscar, olho para trás e vejo que o dvd me encara, volto o olhar para frente.

Sr Deco: aqui está maju.- me dá um sorriso.

Maju: obrigada.-do tchau para o senhor de cabelos grisalhos e saio do bar sem ao menos encara-lo outra vez.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

PASSANDO O COMANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora