CAPÍTULO 52

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MARIA JÚLIA

Olho a Alice que está pensativa olhando para fora do carro, ela está de 11 semanas, dois meses, e hoje estamos indo buscar o resultado do teste de paternidade.

Recepcionista: Alice Bastos?- ela assente.- aqui está, pode assinar aqui por favor?- ela pega o papel e assina o nome dela.

Pegamos o envelope e saímos da clínica.

Maju: Não vai abrir?- ela nega.

Alice: eu sei o resultado que está aqui.- ela me olha triste.- embora eu adorasse que desse negativo.- assinto, sei o que está sentindo.

Subimos o morro e fomos para minha casa, meus pais já estavam no esperando, o Jp disse que só viria para o almoço.

Se fosse qualquer outro cara e tivesse tanta certeza que o filho não é dele estava mais animado, mas acho que vendo a convicção da Alice ele sabe bem o resultado.

Playboy: eai?- ele pergunta.

Maju: a gente não abriu, quem quer o exame é o João, ele quem deve abrir.- ele assente.

Alice: aliás, eu sei quem é o resultado.- meus pais assente.

JP (bônus)

Eu estou bem estressado, resolvo algumas coisas que estão sobre minha responsabilidade na boca já que fico aqui até a hora do almoço, depois quem vem é a maju.

Fora que ainda tem a porra do resultado do exame.

Dedeco: Mano, quem é essa mina que tá andando com sua irmã?- pergunta fumando o baseado, estamos na frente da boca.- morena muito gostosa.- eu não sei por que mais aquilo me estressa.

Jp: mãe do meu filho.- falo ríspido.

Dedeco: filho?- assinto.

Jp: comi uma vez e já meti o gol lá dentro.- ele me encara abismado.

Dedeco: então a mina tá solteira?- pergunta idiota.

Jp: já viu mãe de filho de bandido tá solteira?- ele nega.- então tá respondido.

Desço da boca estressado, bando de vagabundo.

A Alice é bonita, porra linda na verdade, mas não me desce essa história de filho não porra, tava marcando de fazer vasectomia, nunca foi da minha vontade ter filho, ainda mais com 19 anos, novo de mais.

Entro em casa e já está ela no meu sofá, a porra da garota só vive aqui em casa agora, meus pais babando o ovo dela, ninguém dúvida da palavra dela, a garota fala igual anjo, mas nada faz eu me esquecer de como foi uma vagabunda na cama.

Um anjo rostinho angelical, quando sente vergonha até fica vermelha, olhos cheio de inocência, mas me parecia uma diaba enquanto cavalgava no meu colo chamando meu vulgo.

Ninguém conhece ela ou sabe dos interesses dela, como podem depositar tanta confiança no que ela diz, o filho é meu mesmo, quem me garante isso, quem me garante de que o interesse dela não é no meu dinheiro e no cargo que eu terei no morro.

Duda: Oi meu filho.- beija meu rosto e eu devolvo com um beijo na testa, minha mãe é o máximo, é carinhosa, sempre fez questão de da amor e carinho em exagero para a gente. Mas eu não me vejo dando esse amor a uma criança, por isso nunca tive desejo de ter filhos.

Alice: oi Joã...- não deixo ela falar.

Jp: Jp.- falo seco e ela assente.

Alice: Jp, é, posso conversar com você?- assinto, mesmo sem sentir a mínima vontade.

Caminho para a área externa da casa e me sento em uma das espreguiçadeiras, ela senta na outra de frente para mim.

Alice: o resultado do teste de paternidade ficou pronto.- estende a mão com o resultado do exame que fizemos na última semana.

Pego o envelope e abro aos poucos, e sim no fundo eu sabia que era meu, mas de fato eu nunca quis aceitar, e sim, torci muito para que eu não fosse o pai desse bebê.

Positivo

Sim eu sou o pai, encaro ela e não consigo dizer nada, deveria pedir desculpas como minha mãe me ensinou por todas as vezes que eu estive errado.

Deveria me lamentar por ter desrespeitado ela como mulher e possível mãe do meu filho.

Deveria quer dito que eu fui um babaca, um machista, um cuzão com ela.

Eu devia muitas coisas a ela, mas eu só consegui me afastar e subir para o meu quarto, sento na cadeira na varanda do meu quarto, acendo um baseado e fico observando a favela que da para enxergar daqui.

ALICE (bônus)

Ele não disse nada, somente saiu e foi para o quarto, fiquei por um tempo ainda escorada na espreguiçadeira olhando a piscina e pensando.

Levanto meus olhos e os olhos dele estão preso em mim, me observa enquanto fuma, não sei o que se passa pela cabeça dele, e nem sei se isso vá mudar em algo em questão a criança.

Eu não quero nada do Jp, além de assumir o filho que é dele, fora isso, nada mais, não gosto dele, e depois de tudo o que ele me disse, a forma chata que me olha, eu sinto o total desprezo por ele, adoraria que o exame desse negativo, mas é impossível, eu não tinha relação com ninguém antes dele.

Me arrependo todos os dias de ter ido naquele baile, de ter chamado a atenção dele assim como ele chamou a minha.

O sexo com ele foi maravilhoso, a forma como ele me olhava deslumbrado, o desejo que os dois emanavam, o sexo foi fantástico, gozei como não gozava a tempo, mas todo o prazer foi embora quando ele puxou a carteira e tirou 500 reais de dentro, aquilo me mata.

O cara foi um completo babaca, e saber que ele é quem meu bebê vai chamar de pai, um cara que foi um cuzão comigo, é ainda pior.

Abaixo o olhar quando noto que nos encaramos a muito tempo, sinto o sol me esquentar de mais, e então entro para dentro da casa.

MARIA JÚLIA

Duda: o que ele disse?- encara a alice

Alice: nada, só levantou e saiu.- ela assente.

Playboy: já posso começar a preparar o quarto do meu neto?- fala animado.

Duda: você deveria ser designer de interiores.- fala rindo, meu pai sempre foi o palpiteiro sobre organizar a casa, segundo minha mãe, ele deu uma casa para ela com o quarto do Davi, o dela e dos meus avós tudo organizado por ele.

Depois fez tudo aqui em casa, e agora quer o quarto do neto.

Alice sorrir tímida com as coisas que meu pai começa a falar.

Playboy: vai ficar lindo, igual o da abelhinha e o do João.- sorrio quando ele fala abelhinha, ele foi um pai foda, meu pai é foda.

Duda: podemos fazer o chá de bebê na casa de angra.- fala animada.

Alice: não precisa.- tenta contestar, mas desiste quando vê a cara dos dois.

Esse bebê vai ser amado, e eu espero que pelo pai também.

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PASSANDO O COMANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora