16.

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Pov Maraisa

" - Dois quilômetros ainda, Maraisa - Meu pai fala com o cronômetro na mão - Precisamos de mais.

Ele aumenta a velocidade da esteira e eu aumento meu ritmo, tentando controlar a minha respiração e meu ritmo.

- Mais rápido, Maraisa.

- Esse é meu máximo - Falo ofegante - Não consigo mais que isso.

Meu pai me ignora e continua com o ritmo rápido e eu com medo de cair da esteira e em machucar, corro o mais rápido que eu consigo, tentando dar o meu máximo, mesmo sabendo que nunca vai ser o suficiente. Assim que a sua contagem acaba, ele desliga a esteira, me dando um período de descanso.

- Amanhã... amanhã é meu aniversário - Tento falar quase sem ar nos meus pulmões - E eu queria... queria ver a Maiara.

- Amanhã é a fase de grupos, Maraisa.

- Mas... é meu aniversário de dezessete, eu queria passar com a minha irmã.

- Você não vai - Ele fala anotando algo na sua prancheta e se afasta, mas eu vou atrás.

- Papai, eu só quero ver a Maiara - Paro na sua frente - uma vez, isso, eu sinto falta dela.

Ele continua anotando algo e eu percebo que ele vai me ignorar, não vai se importar com o que eu vou fala, seu típico tratamento de gelo.

- Papai... por favor.

- Eu disse que não, Maraisa.

Ele passa por mim e me tranca na academia de casa e eu entendo, estou de castigo novamente."

Acordo assustada, com o estômago embolado, as mãos tremendo e a respiração ofegante pela lembrança. Assim que vou me acalmando, percebo aonde estou, só sinto falta de algo.Olho ao meu redor e Marília não está comigo, a cama está vazia, ela não está no quarto. Levanto da cama rapidamente e procuro no banheiro, sua mala está falando roupas, suas coisas pessoais não estão aqui.

Minha respiração começa a falhar, começo a parar, começo a entrar em dessespero pela ausência da loira. Começo a pensar nas inúmeras coisas que eu fiz para ela ir embora, meus olhos enchem de lágrimas e eu começo a chorar, sem conseguir controlar meus próprios sentimentos. A ansiedade de pensar na possibilidade de ter feito algo errado e ela ter ido embora, me deixando completamente dessesperada.

Um soluço saí da minha boca e eu tento limpar as lágrimas que descem dos meus olhos, até que alguém abre a porta. Marília entra no quarto, distraída com seu celular, com sacolas nas mãos. Assim que ela me vê, me olha preocupada e coloca as sacolas no chão e tenta se aproximar.

- Oi, o que aconteceu? - Ela pergunta se aproximando - Por que você está chorando?

- Por que você faz isso? - Pergunto com a voz embargada - Aonde você estava?

- Eu fui resolver coisas do trabalho, Mara... o que aconteceu? - Marília pergunta tentando encostar no meu braço, mas eu empurro a sua mão para longe - Mara...

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora