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Pov Maraisa

- Sabia que você pode soltar meu dedo? - Pergunto com Léo nos meus braços - Eu não vou para lugar nenhum.

Seus olhinhos me analisam e ele não solta meu dedo, pelo contrário, segura com força e coloca no seu peito, sem deixar de me olhar. Me perco por instantes no pequeno, nem em um milhão de anos eu achei que iria ter um filho tão perfeito igual a esse. Léo é curioso, seus olhinhos ficam atentos o tempo inteiro, diferente de mim, ele não gosta de dormir muito, para ele tudo é novo e tudo é para ele observar, até as pequenas coisas, como a janela quando o vento bate. Mesmo ele não entendendo, ele quer ver.

- As meninas já estão vindo - Marília avisa chamando a minha atenção - Elas estão trazendo as roupas, cobertores e essas coisas do Léo.

- Você ouviu, Léo? - Pergunto me levantando com meu pequeno - A tia Mai e a Tia Lu estão vindo para cá, te visitar no hospital.

Olha para a minha noiva e ela está sentada na cama do hospital, comendo o café da manhã que mandaram para ela, com uma cara nada boa.

- O que foi, amor? - Pergunto preocupada.

- Até a sua comida é melhor - Ela resmunga colocando um morango na boca.

- Primeiro: Eu me senti ofendida - Falo com um tom dramático - Segundo: É porque geralmente comida de hospital é com pouco sal.

- Sem sal e sem gosto.

Reviro meus olhos pelo drama e deixo um beijo na sua cabeça, ainda com Léo encolhido nos meus braços.

- Ele chorou muito quando você diz saiu - Marília fala me olhando - Quando você foi buscar minhas roupas no hotel, ele começou a chorar e só parou quando a enfermeira veio me ajudar com a chupeta.

Olho para o Léo e ele está deitado com a cabeça no meu peito, ainda me observando. Acho que nós dois nos apegamos muito um ao outro em menos de vinte e quatro horas, ele é como se fosse um pedaço do meu coração nos meus braços, eu senti a minha vida inteira nas minhas mãos quando eu segurei ele pela primeira vez.

Léo é a minha cópia, mas tem traços da minha noiva, como as bochechas, o nariz, o formato da boca, quando ele sorri de lado existe uma pequena covinha, pequenos detalhes que fazem toda a diferença, que torna ele único e especial.

- E não duvido nada que se eu tirar ele de você, quem vai chorar mais vai ser você - Ela fala rindo e coloca um morango no garfo e estende na direção da minha boca.

- Talvez... - Falo com dificuldade pela fruta na minha boca - Mas eu nunca vou me separar dele, nem de você.

Minha mulher sorri de lado e eu vejo a pequena covinha que forma na sua bochecha, exatamente igual ao do Léo. Eu me aproximo devagar e deixo um selinho na sua boca, até que eu escuto alguém abrindo a porta totalmente dessesperado. Maiara está na porta, com um buquê de rosas, mas o foco dos seus olhos é nos meus braços, aonde está o seu sobrinho.

- Oi, Ma- Minha noiva começa falando mas Maiara entra no quarto afobada e coloca as rosas no seu colo e se aproxima de mim.

- Oi, Léo... - Minha irmã sussura olhando para o pequeno - Eu sou a tia Mai.

Léo solta meu dedo devagar e vira sua atenção para Maiara. Minha irmã pega o pequeno e eu vejo as lágrimas descendo pelo seu rosto e o bico enorme na boca.

- Ele é lindo, irmã - Ela fala com a voz embargada.

Não consigo deixar de admirar essa cena e deixo um beijo na sua testa, antes de ver Luísa entrando no quarto do hospital, com algumas mochilas e uma coberta debaixo do braço. Ela coloca as coisas em cima do sofá e se aproxima da sua irmã, abraçando ela devagar.

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora