Business Woman (Malila)

14.

Pov Maraisa

- Para, Lila - Resmungo sentindo seus beijos no meu pescoço - Por que você já acordou?

- Eu quero ir tomar café da manhã em um lugar especial - Ela sorri de lado e sela nossos lábios.

- Um encontro? - Pergunto rindo e seguro seu rosto - Como um casal?

- É... como um casal.

Reviro meus olhos e não consigo controlar o sorriso bobo que saí dos meus lábios, fazendo Marília deixar outro selinho na minha boca e levantar de cima do meu corpo.

- Você não vai me falar para aonde vamos? - Pergunto coçando meus olhos.

- Não vou não.

Marília tira a coberta do meu corpo e me puxa pelas mãos para levantar, consigo ver seu jeito ansioso para me levar, deve ser um lugar especial para ela. Pego minhas roupas e vou para o banho, deixando a água quente cair sobre meus ombros. Hoje nós temos a festa de confraternização da empresa aqui em Paris e como eu vou como acompanhante da loira, ou seja, vou grudar nela o tempo inteiro, já que não entendo uma palavra que todos falam, geralmente quando dirigem a palavra para mim, eu grudo na Marília e finjo que não é comigo.

Estamos no terceiro dia de viagem, mas eu queria que fosse para sempre, não quero voltar nunca mais para a minha casa. Com Marília eu estou conseguindo comer sem me sentir insegura, estou dormindo muito bem, estou lidando melhor com meus sentimentos, mas sei que quando voltarmos, tudo de ruim vai voltar também.

Coloco um vestido preto de lã de gola alta e bem apertado, junto com uma meia calça também preta e uma bota marrom escuro. Faço uma maquiagem rápida e faço um rabo de cavalo, para completar coloco a pulseira que a loira me deu.

Quando olho para Marília, ela está com um sobretudo marrom, uma calça preta por baixo e um coque na cabeça, junto com seu óculos preto e branco, completamente linda.

- Você acha que está bom? - Pergunto chamando a sua atenção - Você está e é muito linda, quero estar a altura.

Marília quando me vê, seu sorriso dobra de tamanho e ela se aproxima, deixando um selinho longo na minha boca.

- Você é perfeita - Ela fala beijando a minha mão - E sempre vai estar a altura.

- Não sou perfeita.

- Você é perfeita - Marília fala segurando meu rosto - A mulher mais linda do mundo.

Sorrio de lado e ela pega o meu sobretudo azul escuro, envolvendo meu corpo.

- Estragou o meu look - Resmungo vendo ela fechar os botões.

- Eu estou cuidando de você, senhora resmungona - Ela dá de ombros e beija a ponta do meu nariz - Está muito frio lá fora.

- Chata - Falo baixinho.

Marília beija a minha bochecha e abre a porta do hotel, mostrando que é para mim passar primeiro. Quando descemos, eu vejo a cidade coberta por neve e consigo ver mesmo que de longe a torre Eiffel, eu sempre quis conhecer.

Pegamos qualquer táxi na rua e vejo Marília no outro extremo do carro, olhando a janela e eu me incômodo com essa distância. Me aproximo mais dela e grudo meu corpo no seu, passando minhas mãos pelo seu braço e entrelaço as nossas mãos.

- Não fica longe de mim - Peço baixinho.

- Eu não estava, Mara - Ela fala beijando a minha cabeça - Eu estava aqui.

- Estava sim.

Marília solta uma risada gostosa e eu deito minha cabeça no seu ombro, vendo a cidade pela sua janela. Quando estamos chegando, percebo que a torre Eiffel está do nosso lado e eu entendo aonde Marília está me levando.

- Lila... vamos tomar café da manhã aqui? - Pergunto animada.

- Sim, amor.

Ela abre a porta do carro e estende a mão para mim, me ajudando a sair do carro. A torre é linda, eu fico hipnotizada ao ver como é lindo de perto.

- Nós vamos tomar café lá em cima - Ela fala beijando a minha mão.

- Eu sempre quis vir aqui, mas Maiara nunca teve tempo para vir comigo.

- Eu sempre quis trazer uma pessoa especial para mim - Marília dá de ombros - Acho que nós duas realizamos um sonho hoje.

Sinto que é instantâneo, assim que ela fala isso, eu sinto meu rosto corando e abaixo a cabeça para não olhar nós seus olhos pela vergonha.

- Mara, você está com vergonha? - Ela pergunta rindo e eu concordo com a cabeça - Não precisa ficar com vergonha.

A loira segura meu rosto e começa um beijo devagar, enquanto as minhas mãos vão para a sua cintura, apertando com as mãos.

- Vamos, amor? - Ela finaliza o beijo com vários selinhos - Eu reservei para nós duas esse horário.

- Vamos, Lila...

Subimos pelo elevador e fomos até o segundo andar da torre, aonde tem um pequeno restaurante, mas totalmente elegante. Assim que entramos, vejo que só tem nós duas no lugar e eu penso em perguntar se ela reservou só para nós duas, mas eu até já imagino a resposta.

- Senta aqui, Mara - Ela fala puxando a cadeira.

Sento aonde ela manda e pego o cardápio em mãos, sem entender nada do que está escrito, quando levanto o olhar para a loira, ela já parece ter decidido o que quer.

- O que você quer, Mara?

- É... o mesmo que o seu - Sorrio de lado.

- Você não sabe o que está escrito, não é?

- É...

Marília puxa a sua cadeira para ficar totalmente do meu lado, explicando detalhe por detalhe, todas as comidas do cardápio e eu decido o que eu quero, assim fazemos os nossos pedidos.

- Eu sempre venho com a minha mãe - Marília fala animada - Geralmente todas as viagens eu levo ela.

- E por que dessa vez não?

- Luísa vai ter uma palestra, como ela é psicóloga - Marília da de ombros - Mesmo não sendo mãe de sangue, minha mãe sempre acompanha Luísa em tudo.

- Eu não gosto muito de psicólogas.

- Por que não?

Olho para Marília e nego com a cabeça, olhando para a vista, só para não ter que falar sobre isso e Marília percebe, então ela entrelaça as nossas mãos e passa os braços pela minha cintura.

- Eu me cortava muito quando era criança - Sussuro baixinho - E como na corrida só pode usar camiseta e shorts, meu pai me colocou na psicóloga, mas ela brigava muito comigo e... depois eu descobri que ele pagava a mulher, para ela ser dura comigo e eu parar.

- Então por isso as marcas nas suas pernas, Mara?

- É...

Ela me olha preocupada e deixa um beijo na minha cabeça, respirando fundo. Até que eu percebo que consegui me abrir com alguém e consegui falar sobre meu passado. Só me encolho mais nós braços da loira e passo meu nariz no seu pescoço.

- Eu vou cuidar você, tá bom? - Ela fala me olhando - Você pode confiar em mim.

Concordo com a cabeça e vejo o garçom colocando nossos pedidos na mesa. O clima não ficou dos melhores, então eu apenas continuo comendo, sem falar nada.

- Prova - Marília manda com o garfo perto da minha boca.

- Não quero não - Falo afastando a cabeça mas ela coloca dentro da minha boca - Lila...

- É de chocolate e pimenta - Ela fala limpando a minha boca - É meu favorito.

- É bom...

- Você quer? Pode pegar...

- Mas você está comendo...

- Eu pedi para você, Mara, tudo aqui é só para você.

- E você?

- Eu vou ser sua - Ela fala quase juntando nossos lábios - Mas só depois da festa.

- Então eu quero que chegue logo...