30.

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Pov Maraisa

- E agora?

- Dois ovos - Marília fala me olhando e eu pego eles na mão, sem saber o que fazer com isso - Você quebra em um potinho separado e depois coloca na massa, amor.

Contínuo seguindo as instruções de Marília, fazendo exatamente o que ela está mandando para as nossas panquecas, para o nosso café da manhã. Eu acordei a minha namorada mais cedo, para ela me ajudar a preparar o nosso café da manhã, mas Marília não é a pessoa mais paciente do mundo para ensinar.

- Posso colocar as gotas de chocolate, Lila? - Pergunto animada.

- Não, amor... você tem que colocar o leite, misturar, depois a farinha, o fermento, depois você vai colocar as gotas de chocolate.

- Ah...

- Deixa que eu faço? - Ela pede novamente - É mais rápido, temos horário marcado na clínica.

- Mas eu queria fazer para você...

Marília respira fundo e concorda com a cabeça e continua me guiando, falando tudo o que eu tenho que fazer, enquanto está sentada na minha frente, observando todos meus movimentos.

- Não, não pode misturar muito quando coloca o fermento - Ela manda afastando o fermento das minhas mãos - Mistura mais.

Continuo fazendo a receita, ouvindo as suas instruções, cortando as frutas, pegando a água gelada e no final dá tudo certo. Fiz panquecas com gotas de chocolate, salada de morango com uva verde e um suco de mamão e laranja, com gelo. Coloco na frente da minha mulher e sento do seu lado, animada para ver se ela gosta.

- Está bom? - Pergunto tirando os fios de cabelo do sei rosto - As panquecas não estão muito bonitas, mas eu... eu acho que estão gostosas.

- Parecem que foram atropeladas - Ela fala rindo e coloca um pedaço na boca e eu fecho a cara, fazendo ela rir mais ainda - É brincadeira, amor, estão... comestíveis.

- Não, estão boas sim - Falo pegando o garfo da sua mão e coloco um pedaço na boca, sentindo o gosto estranho das panquecas - Merda.

- Estão boas, amor, e eu não estou com muita fome mesmo.

- A médica disse que você precisa comer bem antes de ir.

- Você falou com a médica? - Marília pergunta e eu não respondo, mesmo ela já sabendo a resposta - Maraisa, para que você ligou para a médica?

- Eu quero que dê tudo certo, amor, e eu... eu queria saber... eu queria saber se ia doer em você.

Marília começa a rir e deixa um beijo na minha bochecha, abraçando meu corpo de lado, rindo da minha preocupação.

- Eu vou ficar bem - Ela fala entrelaçando as nossas mãos - Você vai estar comigo, você comigo eu sempre fico bem.

- Se você quiser eu posso fazer a janta também...

- Acho melhor você deixar eu fazer isso - Marília segura meu rosto e deixa um selinho na minha boca - Antes que alguém tenha uma intoxicação alimentar.

- Não tem graça, Marília - Falo nervosa.

Minha namorada deixa outro selinho na minha boca e continua rindo das minhas tentativas de panquecas. Vejo a minha namorada comendo a sala de frutas e eu deito minha cabeça no seu ombro, esperando ela dividir comigo, já que eu só fiz coisas para uma pessoa e eu quero também.

- Lila... eu também estou com fome - Falo olhando para ela e vejo a loira revirando os olhos, antes de colocar uma uva na minha boca - Obrigada.

- Você pode comer as panquecas...

- Não tem graça.

- Eu divido a salada de frutas com você - Ela fala rindo - Tem bastante para nós duas.

///

- Mara, você está com febre de novo? - Marília fala com a mão no meu rosto mas eu tiro - Maraisa, deixa eu ver.

- Não, a médica já está vindo - Falo afastando as suas mãos - Eu só estou animada.

Quando Marília abre a boca para me responder, a médica entra na sala, cumprimentando nós duas e eu sento rapidamente, pronta para ouvir as suas orientações. Eu já fiz a coleta dos meus óvulos e por Marília já ter feito esse preparo, não precisamos de nenhum tratamento antes, porque o problema de Marília não é no seu útero, mas sim no seu ovário.

- O resultado saí em dez dias no máximo - A médica continua - Não pode fazer esforço ou passar qualquer estresse, nem nada do tipo.

- Ela pode ir trabalhar? - Pergunto preocupada - Porque no trabalho dela, ela trabalha muito e-

- Amor... não começa - Marília pede segurando meu braço.

- Mas eu quero perguntar, Lila - Falo baixinho olhando para ela - Porque e se você não puder?

- Eu posso... vou estar grávida, não incapacitada.

- Ela pode ir trabalhar, mas eu recomendo que só meio turno - A médica fala rindo - Para evitar o esforço a mais.

Concordo com a cabeça e continuo ouvindo a médica, anotando cada passo que ela fala, lembrando até o nome dos remédio, caso ela tenha enjoo, febre, ou qualquer coisa que seja. A médica avisa que está na hora de fazer a inseminação e eu fico do lado da minha namorada, segurando a sua mão, beijando seu rosto o tempo inteiro.

- Está doendo, Lila? - Pergunto beijando seu rosto.

- Não, amor... está tudo bem - Ela sussura baixinho me olhando - Não dói.

A médica nos olha e sorri da minha preocupação.

- Eu fiquei feliz que você veio com alguém, Marília - Ela fala finalizando - Você sempre vejo sozinha.

- Eu tenho alguém especial agora - Minha namorada sorri para mim - Por isso dessa vez vai ser diferente.

Não consigo deixar de sorrir com isso e deixo um selinho no canto da sua boca. Assim que termina, voltamos para o carro e eu já vejo que Marília não está muito bem, me deixando totalmente preocupada.

- O que foi, amor?

- Não é nada, é normal - Ela fala se encolhendo no banco - É mal estar.

- Tudo bem... mas... mas é normal mesmo?

- É, amor - Marília resmunga com os olhos fechados - Só me leva para a casa, por favor.

- Você tem cer-

- Tenho, Maraisa.

- Desculpa... vamos para casa.

///

Com o passar do dia, Marília foi melhorando e eu me sinto uma mãe coruja, indo o tempo inteiro no quarto, para ver se ela está bem. Já está de noite, eu pedi comida mexicana para nós duas, já que Marília gosta bastante. Subo para o quarto, para ver se ela está bem e vejo Marília mexendo no seu notebook, totalmente concentrada com algo.

- O que foi, Lila? - Pergunto sentando na sua frente - Você está sentindo alguma coisa?

- Eu vou ter que sair - Ela fala levantando da cama - Aconteceu um imprevisto, tenho uma reunião agora.

- Mas a médica disse que hoje você precisa fcar de repouso - Falo segurando nas suas roupas - Não pode sair, está frio lá fora, pode ficar gripada, ou algo pior, manda Gustavo no seu lugar.

- Eu preciso ir, amor - Marília fala vestindo uma roupa qualquer - Eu volto rápido, eu só preciso descobrir o que está acontecendo.

- Vai amanhã...

Marília segura meu rosto e deixa um selinho longo na minha boca, antes de pegar a sua blusa em cima da cama e ir embora da casa, me deixando sozinha.

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora