Business Woman (Malila)

58.

Pov Marília

- Você não precisa ter pressa - Explico passando a ponta dos meus dedos no rosto do pequeno - Você não tem que se preocupar com nada.

Léo me atento, com os olhinhos cheio de lágrimas, enquanto mama no meu peito, resmungando porque eu tirei ele dos braços da minha noiva.

- Nós vamos para casa hoje - Falo baixinho - Sua vovó está te esperando e depois você vai conhecer a sua vovó Almira, ela também quer te conhecer.

Eu beijo a sua cabeça e ele sorri para mim, esquecendo totalmente do que estava fazendo, arrancando um sorriso da minha boca, mas quando eu levanto meu olhar, Maraisa está andando de um lado para o outro, totalmente perdida enquanto arruma as nossas malas. Nós precisamos ir embora mais cedo segundo a minha noiva, aconteceu um imprevisto e ela não quer me contar.

- Cadê os nossos passaportes? - Maraisa pergunta irritada e começa a bagunçar novamente as malas.

- Mara... dentro da minha bolsa de mão - Falo com calma - Na minha carteira, amor.

- Não está está, Lila, eu já procurei.

- Procura de novo, amor...

Maraisa abre a minha bolsa e pega a minha carteira em mãos e assim que ela abre, dá de cara com os nossos passaportes.

- Desculpa... eu...estou nervosa - Maraisa admite e continua arrumando as coisas.

- O que aconteceu, Mara?

- Bruno me ligou, disse que eles tiveram um atentado, eles estão bem, mas os os quartos estão fechados para a perícia, então as crianças não tem aonde dormir - Ela fala rapidamente - E eu não sei o que fazer, porque eu estou aqui e aquelas crianças precisam de um lugar para dormir.

- Mar-

- Eu sei que eu preciso cuidar de vocês dois e eu vou fazer isso - Ela me interrompe - Mas eu fiquei seis meses cuidando deles, todos os dias, eu me sinto culpada por não estar lá.

- Mara... nosso voo é agora de madrugada - Falo tentando acalmá-la - Vamos chegar lá quase no fim da tarde, vamos arranjar um lugar para eles.

Maraisa concorda com a cabeça e eu vejo seus olhos enchendo de lágrimas. Ela está com medo de levarem as crianças, sei como essa ONG é como um filho para ela e sei como ela cuidou todos os dias para aquelas crianças se sentirem amadas e não precisarem voltar para as ruas e para os seus pais tóxicos.

- Eu deveria focar a minha atenção em vocês dois - Ela fala limpando seus olhos - Desculpa.

Eu estendo a minha mão e puxo ela para sentar na minha frente. Passo minhas mãos pelo seu rosto e deixo um selinho na sua boca.

- Eu e o Léo estamos bem - Falo beijando a sua mão - Vamos chegar e vamos pensar no que fazer.

- Léo está tentando roubar seu óculos - Ela fala rindo fraco.

Olho para baixo e o pequeno está com a mãozinha no meu pescoço, olhando fixamente para o meu óculos, pensando em como tirar do meu rosto. Maraisa se aproxima dele e beija a sua bochecha, fazendo o nosso filho colocar a mãozinha no rosto.

- Léo, não pode limpar meu beijo - Ela fala rindo - Ninguém pode.

Ele solta um sorriso de lado por ouvir a voz da sua mãe e volta a sua atenção para meu peito, ignorando Maraisa atrás dele. O celular da minha noiva começa a tocar e eu vejo que está na hora de irmos embora.

Pegamos nossas malas e Maraisa pega Léo dos meus braços, para eu não carregar peso devido a cirurgia. Saímos do hotel na madrugada, Luísa e Maiara vão na frente e eu, Maraisa e nosso filho no banco de trás do carro alugado.