45.

1.1K 154 76
                                    

Pov Marília

- Merda de despertador - Resmungo procurando Maraisa, ainda com os olhos fechados - Amor... desliga isso.

Abro meus olhos devagar e vejo que Maraisa não está na cama, fazendo eu reclamar sozinha, odeio acordar sem ela, principalmente porque acordar ao seu lado é a minha parte favorita do dia. Depois de alguns segundos tentando acordar, eu crio coragem para levantar da cama e procurar pela minha namorada, para brigar com ela, por acordar e me deixar sozinha. Procuro ela pelo banheiro, pelos quartos, o andar de cima inteiro, até que eu lembro aonde ela fica pela manhã. Desço para a academia e para a minha infelicidade, ela também não está lá, mas uma pequena gaveta aberta, no banheiro da academia me chama a atenção e eu me aproximo devagar, para ver o que tem dentro.

Quando abro mais a gaveta, vejo que Maraisa tirou o lacre que eu colocava nas gavetas que tinham coisas afiadas. A gaveta está revirada e uma tesoura está faltando, o que me deixa em completo dessespero. Mesmo não podendo fazer esforços, eu subo correndo para o meu quarto, para pegar meu celular. Mesmo com as mãos trêmulas, eu ligo várias e várias vezes para Maraisa, mas em nenhuma das tentativas ela me atende, me deixando mais nervosa.

O mal de conviver com uma pessoa que já tentou suicídio ou se cortou em um momento de dor, é porque sua mente não tem descanso, o tempo inteiro você está em alerta, como se o tempo inteiro a pessoa estivesse em apuros, o tempo inteiro. Como se a sua mente fosse cercada por um guarda, que te chama quando você sente que vai cochilar, dizendo para se manter em alerta, porque vocês ainda estão em perigo.

A única pessoa que é mentalmente estável que eu conheço, para me ajudar nessa situação é Luísa e logicamente eu não penso muito antes de ligar para ela por ajuda, mas minha irmã também não atende e mesmo com as mãos trêmulas e os olhos cheios de lágrimas, eu encho seu celular de mensagens, dizendo que a minha mulher pode estar em uma situação de risco.

Mas assim que as mensagens chegam no celular da minha irmã, eu escuto a porta sendo aberta e novamente, eu vou correndo para ver se é a minha mulher. Assim que eu chego no andar de baixo, vejo Maraisa entrando na casa, com roupas de ginástica, o fone pendurado no seu pescoço e a garrafa de água nas suas mãos, enquanto ela está totalmente ofegante.

- Oi, amor - Ela fala animada - Eu achei que você estaria dormindo ainda.

- Aonde você foi? - Pergunto preocupada - Por que não estava aqui, Maraisa?

- Eu só... quis tentar correr sem ser na esteira - Minha namorada fala assustada com os meus questionamentos - Mas eu voltei, porque meu celular descarregou.

Respiro aliviada e concordo com a cabeça, enquanto Maraisa se aproxima de mim, passando os braços pela minha cintura, tomando cuidado com a minha barriga. Minha namorada beija meu pescoço, rindo do meu nervosismo.

- Era saudades, amor? - Ela pergunta com dificuldade pela sua boca no meu pescoço.

- Você está suada e parece um pimentão - Resmungo afastando a sua boca.

- Assim que é bom - Maraisa resmunga me empurrando para a parede devagar - Eu me aqueci para você.

Reviro meus olhos e coloco o meu celular no móvel ao meu lado, antes de segurar o rosto da minha namorada e começar um beijo de verdade, sentindo as mãos da morena nas minhas coxas, apertando com força, roçando seu corpo com meu. Maraisa morde meus lábios e sobe a minha camisola, colocando a sua mão no meu seio que está mais sensível, apertando com a mão inteira, rindo do gemido abafado que eu solto no meio do beijo. Mas nosso beijo é quebrado pelo meu celular que começa a tocar.

- Por que a Luísa está te ligando tão cedo? - Maraisa pergunta olhando para o celular - Será que é alguma coisa com a minha irmã?

- Não deve ser nada... - Falo tentando puxá-la para me beijar, mas Maraisa pega o celular em mãos - Mara...

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora