48.

1.2K 146 47
                                    

Pov Maraisa

- Mara... você precisa tentar - Luísa fala devagar - Vamos com calma, mas você precisa tentar.

- Eu estou tentando - Resmungo baixinho.

Luísa respira fundo e se aproxima de mim, abaixando um pouco a cabeça, para olhar melhor nós meus olhos, mas eu quebro esse contato e olho para um ponto fixo, ignorando a loira do meu lado.

- É uma simples pergunta - Ela fala me olhando - Qual é a melhor lembrança da sua infância?

- Eu não sei responder - Respondo nervosa - Eu já disse.

- Você pode me dizer pelo menos qual era o seu lugar favorito? Pelo menos antes da sua mãe ir embora com a sua irmã?

Antes de negar com a cabeça, eu consigo lembrar, mesmo não sendo difícil, até porque é um pouco óbvio. Eu sempre gostei de correr, para mim sempre foi um hobby, então as pistas de corrida eram meus lugares favoritos, até minha mãe ir embora e meu pai transformar as pistas em um corredor para o inferno.

- Nas pistas de corridas... eu acho.

Luísa sorri de lado e saí do sofá, voltando para a sua poltrona, anotando algo no seu caderno, o que me deixa curiosa.

- O que você está escrevendo, Luísa?

- Sua próxima consulta - Ela dá de ombros - Que por acaso, é semana que vem.

- Se eu não desaparecer com você até lá - Falo baixinho na esperança que ela não escute.

- Eu ouvi, Maraisa - Ela fala rindo - Vai ser divertido.

- Eu... eu preciso te perguntar uma coisa, mas você vai ficar brava.

- Fala, Mara...

- Eu queria sair mais cedo - Falo receosa - Para chegar em casa antes da Lila acordar e eu conseguir preparar o café da manhã para ela.

Luísa me olha por longos minutos, antes de concordar com a cabeça.

- Só dessa vez... e eu te levo até o seu motorista.

- Não é um motorista - Resmungo baixinho - Não sou um bebê, posso ir sozinha.

- É um motorista, Mara, particular ainda.

Como dirigir com o pé imobilizado é crime pela lei, minha namorada contratou um motorista, mesmo eu sendo contra, já que não preciso de ninguém para ir aonde eu quero, mas Marília disse que eu preciso ficar em segurança e como eu prometi aceitar ajuda, não neguei. Nego com a cabeça e pego as muletas para apoio, mas quando eu vou sair da sala, lembro que eu queria perguntar algo para Luísa.

- Você sabe quais são as flores favoritas da Lila? - Pergunto na porta - Se ela gosta de tulipas ou rosas, essas coisas?

- Provavelmente rosas - Luísa fala sem entender - As brancas, eu acho, por que?

- Eu quero comprar algo que ela goste.

Saio da sua sala devagar e consigo ir rapidamente para o elevador, pensando em como vou buscar as rosas, a café da manhã da minha namorada e chegar antes dela acordar, o meu motorista não vai acompanhar meu ritmo. Mas eu consigo comprar o seu café da manhã, o que demora, é a escolha das rosas.

- Eu queria as mais bonitas - Falo para o rapaz - Essas estão um pouco murchas.

- Infelizmente as rosas brancas só vão chegar depois das três da tarde, se você quiser voltar.

- Mas e aquelas? - Pergunto apontando para as flores completamente perfeitas atrás dele - Eu quero aquelas.

- Elas são de casamento, por isso estão tão decoradas.

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora