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Pov Maraisa

- E se o pai dela ter sido preso por homicídio da mãe dela?

- Não, Mara - Bruno fala pela chamada - Ele foi preso por tentativa de homicídio, só por tentativa, mas fugiu duas semanas depois.

- Eu consegui juntar algumas informações, você consegue vir aqui hoje? - Pergunto tirando o óculos do meu rosto - Não posso ir até a ONG hoje, Marília precisa da minha ajuda com as crianças.

- Vai pagar o café?

- Você é muito chato... mas tá, eu pago.

Eu respiro fundo e passo minhas mãos pelo meu pescoço, tentando me acalmar dessa tensão. Desligo a chamada e continuo tentando achar a mãe de Marcela, mas quando estou digitando algo no meu computador, eu vejo uma mãozinha dentro da minha tigela de uvas. Marcela pega algumas na sua mão e se esconde de baixo da minha mesa. Fico observando sem falar nada e ela pega novamente as uvas, como se eu não tivesse vendo.

- Você está com fome? - Pergunto afastando a minha cadeira e vejo ela debaixo da minha mesa.

A pequena loirinha me olha assustada e se encolhe de medo, concordando com a cabeça devagar.

- Você quer ir comigo fazer o café da manhã?

- Quero...

- Então vamos - Falo estendendo a minha mão para ela - Vamos fazer o café da manhã.

Ela segura a minha mão e descemos devagar para a cozinha. Eu pego uma cadeira e coloco do meu lado, ajudando a pequena a subir também e ficar na altura do balcão da cozinha, para ela me ajudar a fazer o café da manhã de todo mundo. Quando estamos fazendo, eu percebo que ela mais rouba a comida do que ajuda, mas eu não me importo e começo a rir com isso.

- Você gosta de morango? - Pergunto entregando um morango na sua mão - A minha esposa também.

- É...

Ela sorri fraco para mim e eu me seguro para não abraçá-la, para não invadir o seu espaço, mostrando que ela pode confiar em mim. Quando estamos fazendo, Marília desce com Léo nós braços e isso chama a atenção da pequena Marcela que está do meu lado.

- Oi, Marcela - Marília fala com a pequena - Você dormiu bem?

- Eu ganhei morango...

Léo olha para essa interação das duas e quando a pequena tenta encostar na sua mãe, ele afasta Marcela com o pé e resmunga bravo com a chupeta na boca, segurando Marília com toda força do mundo.

- Até no ciúmes você é igual a sua mãe - Ela fala rindo.

Reviro meus olhos e ignoro a provocação, até que Marcela se aproxima de mim devagar e encosta no meu corpo, sem me abraçar nem nada, só fica encostada em mim, observando o morango nas suas mãos e eu tomo a liberdade de beijar a sua cabeça.

A campainha toca e a minha esposa vai atender, mas assim que Marcela vê Bruno entrando na cozinha, ela começa a se tremer novamente e me abraça com força, grudando no meu pescoço, chorando com medo.

- O que foi, princesa? - Pergunto preocupada e pego ela nos meus braços.

Ela começa a chorar igual quando os tutores trouxeram ela e rapidamente eu entendo, ela tem medo de figuras masculinas, provavelmente isso remete ao seu pai.

- Marcela, ele não vai te machucar - Falo passando as mãos pelas suas costas - Ele é tipo um urso gigante, não machuca ninguém.

- Obrigada, Maraisa - Bruno fala me olhando.

Business Woman (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora