REBECCASai daquele consultório acabada, mil vezes mais do que tomar um porre de bebida por vários dias, mas ao mesmo tempo me sinto preparada para enfrentar tudo que vem pela frente, estou dirigindo pelas ruas pensando quanta saudade sinto de meus pais, saudade do cheiro deles, da comida de mamãe, principalmente, da praia que havia anos que não ia, minha válvula de escape foi deletar todos que me lembravam Freen, incluindo o lugar que nunca deixei de amar, a praia. Pensando em tudo isso que sinto falta, pode ser que essa volta para casa não seja das piores, mas na verdade nem sei se lá ainda seria minha casa, já que minha vida está toda aqui em Londres, pelo menos acho que tenho uma vida aqui. Sei que minhas crises não irão passar apenas com uma conversa com doutor Andrew, e até por isso ele achou melhor que eu voltasse com os remédios por mais que fosse contra minha vontade, com a recomendação de tomar apenas quando sentir que terei alguma crise novamente. Porém, ultimamente sinto que estou em crise em tempo integral, a todo momento parece que vou perder o chão e entrar em declínio mental. Volto à realidade quando percebo que cheguei ao meu escritório, fiz um bom trabalho em minha carreira esses anos, construí um império de advogados, cuidamos de todas as áreas que envolve o Direito, não foi fácil, pois algumas vezes tive que jogar sujo soltando verdadeiros bandidos de grandes empresas, porém o que alavancou foi a causa do nosso presidente que estava sendo acusado de lavagem de dinheiro, sabia que ele era culpado, mas precisava fazer uma escolha, e escolhi defendê-lo, soltá-lo, e ainda provar uma inocência que não existia, e foi assim que construí um dos mais concorridos escritórios de advocacia.
Entrei na recepção já tomando outra pose, aqui não sou a Becky cheia dos problemas de depressão e ansiedade, colapsada por um amor mal resolvido, aqui sou a doutora Rebecca Armstrong, tenho o respeito dos meus funcionários e parceiros, entrei no elevador indo para minha sala tão cansada que só gostaria de ir pra casa, mas preciso arrumar todas as coisas por aqui para poder viajar, comigo e Irin fora será tudo mais complexo, pois terei de confiar à outra pessoa a responsabilidade de cuidar de coisas burocráticas e só confio em minha prima, hoje em dia. Sai do elevador passando pela minha secretária e cumprimentei-a.- Emma, bom dia! – a garota me olhava com um sorriso no rosto e com o jeito que não gosto, pois isso me provocava pensamentos inapropriados para o local de trabalho.
- Bom dia, doutora Rebecca! – gesticulei um sinal positivo com a cabeça, tentando não reparar no quanto ela está linda hoje, e o quanto isso mexe com meu corpo.
- Peça à Irin que venha até à minha sala, por favor! – olhei meu relógio perdida nas horas, demorei tempo demais em minha consulta – Que horas começa a reunião com o senhor Lambertini?
- Daqui a 30 minutos, doutora. – a estagiária me olhava de cima a baixo – Está linda hoje, Bebec! – revirei os olhos, odeio que ela me chame assim, ainda mais aqui.
- Emma, já te pedi que não me chame assim, ainda mais no escritório, ainda sou sua chefe! –meu tom de voz é ríspido por mais que não gostaria de falar com ela assim. Mas, às vezes, Emma era inapropriada – Peça à Irin que venha! – ela me olhava decepcionada, não me importo com isso, Emma sabe exatamente que tipo de relação temos – Traz um café! – gritei, entrando em minha sala.
Entrei imediatamente na sala jogando minhas coisas em cima do sofá que havia ali, sentei na cadeira atrás de minha mesa implorando aos deuses que isso tudo acabe logo, olhei para o lado da porta pensando em Emma, a garota era maravilhosa, ruiva de cabelos longos, pele branca feito a neve, divertida e sem complicações, tínhamos um romance aberto, pois tanto ela como eu não queríamos compromissos onde tivéssemos que passar a dar explicações, Emma me dava noites de prazer maravilhosas, porém era somente isso, sexo e luxúria, creio que para ela também era a mesma coisa. A garota estava no seu último ano da faculdade de Direito e era muito boa, me auxiliava sempre que precisava, especialmente, quando Irin estava ocupada com as próprias causas, e com toda certeza teria uma vaga no meu quadro de advogados, nosso romance não atrapalharia em nada essa oportunidade que ela tanto quer. Alguns minutos se passaram e Emma entrava pela porta com meu copo de café, exatamente isso, uma xícara não me satisfaz mais, aparentemente virei uma viciada em cafeína, o dia todo à base desse estimulante ordinário e maravilhoso líquido preto.
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Forever you - FreenBecky -
RomanceBecky descobriu seu amor por Freen aos 15 anos, quando passou por uma situação extremamente difícil teve certeza sobre esse sentimento, e assim ela decidiu se afastar não só de freen como de seus amigos de infância, mantendo contato somente com os p...