Capítulo 62

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NARRADOR

Ansiedade não é algo bonito e muito menos uma moda que colocamos em alguma estampa ou designer de roupas, ansiedade não é algo que acontece para que te torne popular entre as pessoas, ansiedade é algo sério que muitos fecham os olhos para tais sentimentos, fecham os olhos para aqueles que sentem toda a sensação que ela traz, ela machuca e maltrata nossa alma aos poucos sem que percebamos o quão mal ela é capaz de fazer.

Ansiedade não é o nosso melhor amigo com que sentamos em uma mesinha de bar para conversar sobre a felicidade da vida, ansiedade é como uma cobra que te pica e seu veneno te faz morrer lentamente, nos faz perde a vontade de ser feliz aos poucos, apaga nosso brilho e esperança, destrói os sonhos que temos nos fazendo desistir sem ao menos tentar, torna um dia lindo de sol em noites de tormenta na escuridão, são como espinhos que machucam nossa pele deixando um ardor que te faz lembrar constantemente daquela ferida, ansiedade nos faz sofrer por antecipação daquilo que nem aconteceu ao mesmo tempo que nos faz chorar por aquilo que já passou, muita das vezes ela nós trás vergonha de sentir, vergonha de dizer aos outros como um pedido de socorro, o medo que torna incapaz a força do grito oprimido por tantos sentimentos sem cuidado, por tantos buracos feitos em nosso coração por cada noite fria de solidão e angustia.

Rebecca descobriu sua ansiedade seis meses depois que chegou em Londres, uma simples garota de 15 anos que havia perdido tanto, deixando sua família, seus amigos e principalmente seu amor por não saber lidar com nenhum sentimento que gritava em sua coração, deixou ao poucos que sua ansiedade dominasse seu peito ao ponto de se afastar por completo daqueles que nutria sua alma do amor, seus pais que sempre apoiaram as decisões de seus filhos acreditando que assim, aprenderiam como se deveria viver a vida, acreditando que estavam fazendo o bem para cada um deles, deixaram que com sua pequena vivesse longe, buscasse se encontrar ao lado de sua tia e prima, deixaram Becky se responsabilizar por todas as escolhas a partir dali pois viam nos olhos da menina o quanto aquele lugar estava lhe fazendo mal, mas na verdade havia duas coisas que cercavam Becky, ansiedade e depressão.

Nossos pais sempre vão querer o melhor para cada um de nós, assim como os pais de Becky e Richie, que fizeram e deram de tudo para que os dois fossem felizes em suas vidas, não importa quantas pessoas compõe uma família, o sentimento sempre será o mesmo, de amor, cuidado, afeto e carinho, Moe quebrava seu coração todas as vezes que Lauren dizia como Becky se encontrava com tão pouca idade, chorava sozinha todas as noites no quarto da mais nova se perguntando se havia feito o certo, Richard tinha o mesmo sentimento mas acreditava na força de sua princesa, acreditava quando ouvia em sua voz que tudo iria passar, que logo ela estaria de volta, todos eles acreditavam nas palavras de Becky, mesmo que suas atitudes demonstravam o contrário.

A garota dizia constantemente que seu amor por Freen iria passar, que estava confusa e com o tempo tudo voltaria ao lugar, mas na verdade chorava baixinho escondido pois esses sentimentos a cada dia ficavam muito maiores do que havia pensado, Becky dizia não sentir nada por garotas, dizia com tanta propriedade que mesmo Irin observando seu olhar cumprindo para algumas, acreditava em sua prima, assim como sua mãe, todos amavam Becky de uma maneira tão grande, que seus sentimentos chegavam ao coração de sua família, e quando sentiram pela primeira vez o que era ansiedade, nem mesmo eles foram capazes de aguentar tantos sentimentos em volta de uma pessoa só..

ANOS ATRÁS

REBECCA

Seis meses se passaram desde que cheguei em Londres, no começo tudo parecia que iria dar certo mais rápido que imaginei, olhar para algo novo encheu meu coração de felicidade, ter minha tia e Irin por perto me aqueceu por um tempo já que sentia saudades delas, mas com os dias se passando a falta de cada um que deixei para trás doía, doía ao ponto de me fazer perder o ar em algumas noites, fazia com que minhas lagrimas encontrasse meus olhos quase todos os dias, mas achei que quando voltasse para escola e fizesse novos amigos isso iria me ajudar, mas nada disso aconteceu, meus sentimentos estão ainda mais bagunçados, a dias que me pergunto se realmente tomei a decisão certa em vim embora, se tentar fugir de tudo que venho sentindo seria solução, mas no momento, não tenho resposta pra nada, pra nada do que tem dentro do meu coração e muito menos para as mensagens que recebo constantemente das pessoas da vila, principalmente as de Freen

Forever you  - FreenBecky -Onde histórias criam vida. Descubra agora