REBECCAAcordei com a claridade em meu rosto, sentindo que um caminhão havia me esmagado na noite anterior, creio que exagerei na dose com minha prima, desta vez eu acordei sozinha em minha cama sem nenhuma companhia, decidi ao decorrer da noite que queria desfrutar daquele momento somente com Irin, precisávamos curtir uma noite só nossa, o problema sempre é a ressaca no outro dia. Levantei e fui até o banheiro, me olhando no espelho e vendo que além da ressaca estava acabada de uma noite cheia de emoções pra mim, preparo a banheira para um banho relaxante enquanto colocava o aroma de rosas que amo dentro da água quente que já me esperava, precisava me recompor de alguma forma, havia tantas decisões que precisavam ser tomadas e me sentia perdida, era fácil em tomar decisões em minha profissão, me tornei racional em relação a isso, agora, decisões diretamente sobre meu coração sempre foi um pouco mais complicado, a única vez que precisei fazer, só tinha 15 anos, depois disso, não havia grandes complicações em minha vida. Entrei na banheira sentindo a calma que precisava ao sentir o cheiro do aroma perfumado na redoma do meu ar, aparentemente precisava mais disso que qualquer outra coisa, deitei minha cabeça sobre a borda da banheira respirando fundo, e logo meu primeiro pensamento sobre eles veio à tona. "Quando foi que eles começaram a se envolver ao ponto de se casarem?". Havia perguntas em minha cabeça, tento me recordar se àquela época eles já tinham olhares entre si e falho miseravelmente, Richie não via Freen com os outros olhos, pelo menos não na nossa adolescência, busquei entender do para que isso está retornando em minha vida, por qual motivo este convite foi direcionado a mim se nem contato tenho com os dois, por mais que Richie seja meu irmão, nossa ligação não é mais como antes. Quando cheguei em Londres tudo piorou, sentia falta constante de Freen, minha família, e óbvio que meu sentimento não iria sumir em um passe de mágica, sofri todos os dias por estar longe, por nutrir sentimentos pela tailandesa, por ter que me adaptar a uma nova cultura, e graças a Deus o inglês não seria um problema na época, já que fomos criados para aprender as duas línguas.
Minha tia Lauren reportava aos meus pais de tudo que acontecia comigo e principalmente os pesadelos que passei a ter por lutar tanto contra mim, a ansiedade que desenvolvi com o tempo e os tremores em minhas mãos causados pelo mesmo fator. Chegar aonde cheguei não foi fácil, construir meu nome não foi fácil, e hoje sinto que tudo isso não estava fazendo tanto sentido como imaginei, sai dos meus devaneios buscando meu roupão e com a certeza de que preciso procurar meu psicólogo, e sim, tive que começar a fazer terapia, foi difícil aceitar minha sexualidade, entender que estava tudo bem nutrir sentimentos por minha melhor amiga sem achar que estava cometendo um incesto, por mais que meus pais não tinham tantas condições na época, trabalharam o dobro para me ajudar pagar a terapia e estudos, sou grata por eles até hoje, e por isso nunca deixei de ter contato com os dois, e muito menos deixar falta nada a eles, não mereciam tamanha ingratidão. Não que os outros mereciam, mas meus pais me amaram com todas as informações e dúvidas que joguei para eles, os outros poderiam me julgar por apenas pensar em Freen nos meus braços ou qualquer mulher que fosse. O medo era muito constante em mim nessa época, hoje consigo ser bem resolvida mesmo sendo muito discreta com minhas relações passageiras. Respiro fundo indo em direção à cozinha, precisava de um café preto e muito forte para minha recuperação ser completa, ando pelo corredor até chegar na sala e cozinha, mas antes, parei em frente à porta do quarto de hóspede, abri a mesma e pude ver minha prima dormindo tranquilamente, dou um sorriso pensando o que teria sido de mim se não fosse Irin me segurando várias vezes pra não desistir de mim mesma, encosto a porta do quarto e continuo meu caminho, ao chegar na bancada da cozinha e preparar meu café, o coloco em uma xícara, me aproximo da enorme parede de vidro de meu apartamento que me entregava a vista de Londres praticamente inteira, dizendo a mim mesma que tudo ficaria bem, mas sou interrompida pelo barulho do meu celular, já imaginando quem seria. Me aproximei da mesa olhando para tela e era minha mãe como havia pensado, respirei mais uma vez me questionando se era o momento para isto, porém, não poderia fugir disso por tanto tempo, então que seja de uma vez, peguei o telefone e falei com a mulher que me colocou no mundo.
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Forever you - FreenBecky -
RomansaBecky descobriu seu amor por Freen aos 15 anos, quando passou por uma situação extremamente difícil teve certeza sobre esse sentimento, e assim ela decidiu se afastar não só de freen como de seus amigos de infância, mantendo contato somente com os p...