REBECCA
Em meu carro olhando as estradas desta cidade em volta a praia enquanto dirijo, me vejo em um beco totalmente sem saída, cercada de pessoas que me amam e também não amam, chego a me questionar porque um sentimento tão lindo, uma palavra simples que pronunciada em todos os idiomas conhecidos não perde a beleza e nem o poder a quem é proferido um "eu te amo"as vezes é ofuscado e colocado no mais profundo abismo de nossa alma por tantos outros sentimentos que não nos leva a nada.
Como o ódio
Amor e ódio um ao lado do outro, sentimentos fortes e pesados, com o mesmo tipo de poder, um pode edificar sua vida e trazer felicidade, momentos que somente vivendo te deixarão completa por anos e anos, como é mesmo ? O amor verdadeiro.
Já o outro com o poder de destruir, de consumir tudo aquilo que é bom na vida, fazendo com que não enxergamos o quanto alguém pode nos amar pelas feridas que ele traz.
Quando era criança presenciei meus pais se amando pelos cantos da casa, fazendo um para o outro as coisas mais simples, como um bom dia meu amor, como foi seu dia querido? está cansada? vem, farei uma massagem em seus pés, um apoiando o outro e cuidando do mais sagrado sentimento.
Uma vez li que nós somos como uma linda praça com bancos e flores por todo o canto, uma praça que pode atrair várias e várias pessoas, porém, nós não temos controle de quem entrará nesta praça e o que trará consigo, pode ser amor ou ódio, cada pessoa que sentar em seu banco ou visitar sua praça, tem o poder de destruir ou construir, deixá-la linda ou feia, e quanto mais encontramos destruição mais nos afastamos das coisas belas da vida
Mas é ai que o amor tentar construir tudo novamente, ele tenta dia após dia está ali arrumando algum lugar, algum pedaço, mas as vezes a muito o que fazer, e o amor também pode se cansar.
Minha praça não se encontra inteira e sinto o amor lutar por ela, mas sinto também que ele está cansado.
A trezes anos não escolhi o amor, nem o ódio, eu escolhi o medo, o medo de amar a pessoa mais linda que existia em minha praça, o ser humano que mais cuidava e cultivava flores em mim, escolhi fugir, então sem a sua presença minha praça ficou abandonada em meio as partes de minha alma, e só agora consigo olhá-la e ver o quanto vazia está, o quanto escura permiti que ficasse, criando em mim mesma a ilusão de que estava perfeita, sem marcas, ressentimentos, e qualquer outra droga ruim que nós vicia.
Minha cabeça dói tanto, meu corpo dói, tudo em mim dói, isso é muito mais difícil do que lidar com um réu que é realmente culpado, lidar com sentimentos é complicado, mas pensando sobre isso, eles são complicados ou nós os complicamos ? "REBECCA VOCÊ TÁ LOUCA" repito mil vezes isso pra mim sentindo a brisa do mar adentrando em meu carro, desfiro socos no volante com a raiva me consumindo -DROGA RICHIE, DROGA NAM, DROGA FREEN, QUE MERDA - sem perceber vagando em meio a minha própria cabeça cheguei em minha casa e quero apenas minha banheira, entro já subindo as escadas como se tivesse correndo de algum monstro, e na verdade estou, os meus próprios.
Preparei a banheira e coloquei o cheiro que me transmite paz, floral, o cheiro de freen, me peguei sorrindo pois mesmo tentando esquecer com todas as forças meu sentimento, mesmo ainda tentando resistir e falhando miseravelmente, meu inconsciente briga com o consciente pra que faça qualquer coisa que a lembre, tiro minha camisa e agora posso ver melhor as marcas que estão mais fortes em meu braço, com as pontas dos dedos as tocos sentindo o quanto de dor eu sinto, não nas marcas em si, mas a dor que existe dentro de mim e nos meus momentos de escuro abismo que posso reproduzir em minha pele, -QUANDO FOI QUE EU ME PERDI DE MIM ASSIM?- sussurrei baixinho deixando uma lágrima cair no meu rosto, retiro o restante da roupa adentrando na banheira, mais uma vez elas doem com o morno da água e o sais de banho intenso que coloquei, fechei meus olhos, sentindo esse incômodo principalmente no pescoço que estava maquiado pra ninguém perceber o que havia feito, e mais um pensamento.
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Forever you - FreenBecky -
RomanceBecky descobriu seu amor por Freen aos 15 anos, quando passou por uma situação extremamente difícil teve certeza sobre esse sentimento, e assim ela decidiu se afastar não só de freen como de seus amigos de infância, mantendo contato somente com os p...