REBECCA
Tentei me concentrar a todo custo no processo de David, desde que todo o caos se instalou nesse último mês todos os meus processos estavam sendo cuidados por advogados do escritório, resolvia apenas os casos que meus clientes exigia minha voz, estava tão concentrada na recuperação e no caso de Freen e Richie que deixei todo o resto ser literalmente resto, sentada nessa cadeira no pequeno escritório que obtém neste jatinho sinto a frustração de não saber por onde começar, em todos os anos de minha carreira jamais deixei que isto acontecesse, jamais permiti que meu foco fosse tirado dessa forma ao ponto de me sentir perdida no que me fazia realizada no lado profissional, respirei fundo buscando paciência enquanto meu coração permanece gritando dentro de mim que estou fazendo tudo errado, meu peito entra em um verdadeiro conflito com o cérebro a cada cinco segundos que bate no relógio, estar aqui sobre as nuvens a caminho de minha casa não amenizou uma virgula se quer da duvida que estou tentando deixar nas areias da vila.
Me levantei da cadeira extremamente frustrada, olhei em direção ao líquido que foi a causa da minha falta de sobriedade onde mais uma vez iria liberar minhas angústias - Estou virando uma pinguça - digo a minha mesma enquanto despejo o líquido sobre o copo, caminhei em direção a poltrona descarregando todo o meu peso sobre ela, minhas mãos buscaram minhas têmporas pois a dor já estava presente - Quem você está tentando enganar Rebecca?
-Você mesma talvez? - olhei rapidamente em direção a porta com o S.r. Armstrong adentrando e indo em direção as bebidas que tinha no local - Irei te acompanhar - ele estava sério e um calafrio percorreu em minha espinha ao perceber seu semblante, meu pai sempre foi o cara mais amoroso do mundo, em toda a sua vida usou seu corpo para acolher todos aqueles que o procuravam, mas quando era algo realmente sério, essa era a feição que consumia seu rosto
-Pai, não sei se é um bom momento, eu estou
-Está totalmente perdida, estou vendo - ele voltava se sentando a minha frente com o copo de whisky na mão, o homem cruzava suas pernas olhando fixamente para mim, era inevitável não sentir meu corpo inteiro se contrair, meu coração acelerado como se estivesse indo pra forca, e principalmente meus olhos arderem por não saber mais seus movimentos comuns - Filha, eu poderia vim agora te abraçar e dizer que tudo irá ficar bem, mas sabemos que não vai
-Pai, por favor, já conversamos sobre isso - fiz a menção de levantar para voltar ao meu trabalho, pelo menos tentar ou fingir, mas o homem veio até mim com um proposito e não iria desistir
-Sente-se Rebecca - fechei os olhos ao ouvir seu tom duro, fechei os olhos sentindo que não iria conseguir fugir desta conversa, voltei ao meu lugar me sentindo um bicho enjaulado sendo domado por seu dono, me senti tão pequena ao ponto de seus sapatos me esmagarem ao chão, olhei em seus olhos e senti o mesmo medo de quando era criança e sua voz me repreendia pela arte que fiz - Deveria ter tido essa conversa com você antes de estarmos aqui, mas olhar a forma que você disse para virmos pra cá, realmente acreditei que você estava bem com essa decisão
-O que te faz acreditar que eu não esteja pai? - minha voz estava extremamente frustrada, levei o copo até a boca ingerindo uma enorme porção do liquido a dentro, olhei fixamente em seus olhos tentando passar uma verdade que meu cérebro gostaria que meu coração acreditasse, mas na verdade, essa é a única parte de mim que grita verdades - Onde exatamente o senhor quer chegar?
-Pergunta errada minha filha - ele bebia calmamente o que me deixava ainda mais irritada com o rumo do assunto - A pergunta correta é, onde você vai chegar fugindo desse jeito? - arregalei meus olhos em sua direção onde minhas lagrimas já se diziam estar presente, fechei os dente tentando impedi-las, fechei o coração tentando fazer com que ele não voltasse a falar, não sobre a vulnerabilidade mediante as palavras de meu pai - Eu errei com o seu irmão, fechei meus olhos como já falei pra você, ignorei todos os sinais que ele dava com seu desequilíbrio, e Richie chegou onde está hoje - meu pai levava sua mão secando apenas uma lagrima que caia de seus olhos, pude ver sua saliva descer a seco em sua garganta - Não irei cometer esse erro novamente, porque minha filha - meu pai desmanchava suas pernas encurvando seu corpo para frente, ele apoiava os cotovelos sobre elas enquanto cruzava os dedos em volta de seu copo, seu olhar para mim queimava cada célula de meu corpo, puxei o ar várias as vezes tentando aliviar essa pressão que se instalou em nossa volta, pois algo dentro de mim dizia que suas próximas palavras, seriam devastadoras - Erra uma vez é humano, persistir no erro, é burrice Rebecca Armstrong
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Forever you - FreenBecky -
RomanceBecky descobriu seu amor por Freen aos 15 anos, quando passou por uma situação extremamente difícil teve certeza sobre esse sentimento, e assim ela decidiu se afastar não só de freen como de seus amigos de infância, mantendo contato somente com os p...