Capítulo 13

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REBECCA

Assim que adentrei no jatinho de Charles, o grande amigo do meu cliente um senhor muito simpático por sinal, adormeci, estava tão cansada, meus dias foram agitados demais, minha rotina sempre foi assim por lidar com a parte criminal do meu trabalho, mas como foi essa semana, não tinha vivido nada igual.

Foi tudo tão rápido que não tive tempo de raciocinar a agilidade do homem que me fizera estar nesse avião, apenas segui o fluxo rápido de suas palavras, em um piscar de olhos aqui estou, sendo acordada por uma aeromoça me dizendo que iríamos pousar, acordei um pouco zonza pois ainda não acredito que estou a poucas horas da vila, a poucas horas de destruir meu coração mais uma vez, se é que ele algum dia ficou inteiro.

Perguntei ao senhor Charles onde iríamos pousar e quanto tempo ficava da cidade que iria, ele gentilmente me respondeu que em torno de 1h de carro chegaria, foi aí que lembrei que não tenho carro aqui, ainda tem mais essa pra eu resolver, como irei chegar lá? Preciso dar um descanso para o meu cérebro urgentemente ou ele entrará em curto-circuito em questão de segundos.

Em poucos instantes senti o avião pousando, liguei meu celular na esperança de ainda estar com bateria, precisava que Irin me ajudasse, consegui pelo menos avisa-la que estava a caminho com o amigo de nosso cliente e que explicaria tudo quando chegasse, assim que meu celular voltou a vida assim como eu, vibrou tanto que sua explosão será nos próximos minutos, consigo ver no mínimo 30 mensagens de minha prima com a última sendo a "noiva chegou", talvez ela tenha esquecido de que era para mim a mensagem porque nesse momento estou preste a iniciar uma leve crise de ansiedade , e puta merda meus remédios estão na mala em Londres, esse é o grande momento que tudo piora, precisava deles agora, minha mente está um caos, estou virando o próprio caos

Aeromoça se aproximava avisando que o senhor Charlie já tinha saído do avião e que me desejou boa sorte, não quis me incomodar, provavelmente o homem viu meu surto interno de poucos minutos, respirei todo ar que meus pulmões aguentam e "foco Rebecca" tenho uma ruína para presenciar então - foco-
Rapidamente mandei uma mensagem para Irin avisando que havia chegado e foi só isso também, fim da bateria, encostei minha cabeça no encosto do assento, olhei para cima fitando apenas o teto enquanto falava comigo mesma - DEUS está de brincadeira comigo? - estou convencida de que verdadeiramente EU NÃO DEVERIA ESTAR AQUI.

Depois de longos minutos decido sair dali sem esperanças, sinto aquele vento, o vento que só essa região tem, o vento que nem mesmo eu sabia que sentia tanta falta, se aqui já está bom, imagina com o mar a minha frente e o cheiro da água salgada, meu Deus, deveria estar aqui sim.

Continuo meus passos pela pequena estrada até chegar nos galpões, sem celular, sem roupa, sem remédio e sem carro, quando me dou por vencida, me deparo com uma máquina estacionada, olhei para os lados e vejo se a alguém está aqui e nada, sinto que o sol está ficando fraco e provavelmente daqui a pouco o pôr do sol vem, me aproximei do carro que possuía um bilhete com meu nome no para-brisa, estou confusa, quem deixa um carro assim aqui? e ainda com meu nome? peguei o envelope e abri

"Senhorita Rebecca não pude deixar de notar o amor que tem pelo seu carro, então acredito que a senhorita goste de Porsche certo? Pensei em uma forma de lhe agradecer por tudo que vem fazendo por mim e isto não é nada perto do que merece, por favor aceite o presente

David Lambertini

Obs.: Pedi para colocarem fumê nos vidros, combina com a senhorita, e espero que o carro chegue a tempo, aproveite

-Esse garoto é maluco e salvou minha vida- gargalhei sozinha no meio desse nada que me encontro - Não pense você que por isso irá fugir da nossa conversa mocinho - falei olhando para carta - Estou maluca eu sei, falando sozinha Rebecca - Peguei a chave que também estava no para-brisa e então adentrei na máquina que ganhei, acho que fiquei muito gostosa nele, girei a chave e o barulho que faz é música para os meus ouvidos, direcionei o gps para a vila e cantei a música de seus pneus.

Forever you  - FreenBecky -Onde histórias criam vida. Descubra agora