Só pode existir um

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- é só isso? – debocho ao vê-lo cair pela quarta vez seguida - Você é fraco!

O loiro se levanta segurando o local do abdômen recém atingido, escorria um pouco de sangue pelo canto da boca, além de que o supercílio esquerdo estava aberto.

- é só isso... Acho que vou morrer sem nunca ter te derrotado – ele sorri de canto, tenta dar alguns passos, mas cambaleia e cai, se afirmando nos joelhos – faz muito tempo que não apanho desse jeito... Eu te admiro, S/n.

- não ouse admirar o inimigo em batalha! – respondo ríspida, fazendo sinal para que ele se levantasse – O que foi, barbudo? Por que você não me acompanha? Já se perguntou porquê não está nem perto de ganhar? Por que perdeu pro Levi? Por que mal ganhou do Rainer?

- Você tá falando demais, prefiro quando tá calada.

- foi você quem me pediu para treinar. Eu te disse, não há nada que possa ser feito.

- eu só preciso de algo que me ajude a vencer! - ele altera o tom de voz.

- contra o Levi?! Macaquinho, você não tem chance nenhuma, não importa o quanto treine.

- tá puxando muito o saco dele. Vocês são próximos ou coisa do tipo?

- não te interessa - Ainda não acredito que esse cara me tirou da ilha e me trouxe pro outro lado do mar, só para treinar ele. Que coisa ridícula!

- pela sua resposta deu pra perceber que sim.

Eu não o respondo. Pego o cantil d'água e bebo um gole. Me sento sobre a areia fina, enterrando os dedos dos meus pés. Abraço os joelhos, afundando meus rosto trás deles. Meus olhos passeavam pelo chão, enquanto meus pensamentos turbulentos não me deixavam em paz.

- e então, majestade. Pronta para voltar para casa? – percebo ele se aproximar e se sentar ao meu lado no chão.

Continuo sem o responder. Na realidade estou aflita com a ideia de voltar para a ilha, pois sei o que está me aguardando lá, aqueles velhos idiotas, com certeza já devem estar propondo uma audiência para discutirem as informações que os Azumabito nos deixaram ontem. Sem falar que o segredo sobre a minha linhagem sanguínea foi revelado. Se esse barbudo de merda tivesse ficado de boca fechada, nada disso estaria acontecendo.

- é falta de educação me deixar falando sozinho dessa forma, inacreditável – ele diz em tom provocativo, encostando o dedo indicador na minha têmpora esquerda e a empurrando para o lado.

- quero saber quem te deu permissão pra encostar a mão em mim - aperto seu pulso com mais forca do que deveria e acabo ouvindo o estalo de algum osso que provavelmente fraturei por acidente. O largo quando ouço seu grunhido de dor, ele puxa o braço contra seu corpo e poucos segundos depois o vapor que a regeneração titã expelia, se fez presente sobre seu pulso – dessa vez eu posso deixar passar, mas não haverá uma segunda vez, se ponha no seu lugar!

- ah... – ele respirava fundo enquanto observava o local em que eu o feri – quem te vê de longe pensa que você é uma moça encantadora, mas te conhecendo um pouco... – seus orbes azuis se voltam na minha direção com desprezo - ...até que faz sentido os orientais te chamarem de "rainha dos demônios"!

- se esse é o caso, então é melhor que você tenha o instinto de se ajoelhar. E para começar, a sua cabeça tá alta de mais... – me levanto acertando seu crânio na fonte do lado direito, com um chute o fazendo cair – você não tem ideia do problema que me causou. Kiyomi mentiu para você e ainda revelou toda essa merda na frente do alto escalão de Paradis. Acredito que como militar você deva entender bem a situação em que me encontro agora. Eu devo subordinação para aquele bando de arrombados, então, o que é que eu vou fazer agora?!

Freedom Wings - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora