O Outro Lado Do Mar

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O reconhecimento voltou para as muralhas naquele mesmo dia, um relatório foi apresentado por cada um de nós sobre o que havíamos encontrado.

Eu em particular fiz um relatório extra endereçado ao Zeke. Era necessário que ele soubesse que chegamos até o mar e que não haviam mais titãs puros na ilha. De alguma forma ele tem seus meios de nós ajudar.

E assim como todas as outras vezes, depois de três dias sua resposta chegou até mim. Na carta, ele dizia que estava enviando algo para a ilha e que eu deveria ir buscar sozinha, dentro de um dia e meio após receber a carta.

Isso me parecia extremamente suspeito, mas para que nosso acordo de certo tenho que confiar nele, e de qualquer forma, eu sei me cuidar sozinha.

Como fiz desde sua primeira carta, eu reescrevo sua mensagem em meu diário particular. E para não ocorrer imprevistos, uso a mesma linguagem que foram escritos os diários da minha família, um idioma morto, que atualmente, ninguém além de mim consegue interpretar.

[...]

A espera foi torturante, mas fiz como dizia sua carta, esperei um dia e meio antes de partir sozinha até a muralha na enseada.

Assim que subo ao topo, observo o oceano límpido a minha frente, algo chama minha atenção, vejo algo brilhante preso na areia, minha curiosidade é tamanha que não penso duas vezes antes de descer até lá e descobrir o que era.

Uma caixa pequena... Não tardo em abri-la, ali dentro encontro um bilhete e um sinalizador de fumaça bem parecido com os que o reconhecimento usava em missão.

O brite só dizia para acionar o sinalizador se eu estivesse sozinha, e se o meu desejo fosse descobrir o que existia do outro lado do mar.

Palavras tão simples, mas que me causavam perturbação. Meu primeiro pensamento foi de que poderia ter algum navio inimigo por perto e eu seria alvejada no mesmo instante que acionasse o sinalizador.

Mas em contra partida, se Zeke estivesse realmente querendo nós ajudar, talvez eu me surpreendesse com o resultado da minha escolha.

No tempo em que minha mente continuava em um turbilhão de possibilidades, meu corpo agiu sozinho, pegando o sinalizador e o acionando. Só depois de ver a fumaça verde subindo pelo céu, foi que me dei conta do que tinha feito.

E no mesmo instante sinto meu corpo formigar, depois daquele dia, aprendi a reconhecer as transformações de titã só pela vibração dos cristais. Tenho tempo de virar na direção de onde aquilo estava surgindo, vejo os raios atingindo algo no meio do mar e logo submergindo da água o titã bestial aparece.

Ele estica um de seus longos braços na minha direção, mesmo que ainda estivesse longe, consegui o alcançar usando o DMT. E assim faço, quando estou na palma de sua mão, ele me levanta até seu ombro esquerdo.

- Se segura! – dou um boa olhada na face horripilante do monstro que assombrava meus pesadelos.

Pulo no local indicado e caminho com cuidado até próximo de sua nuca. O titã da passos para trás e se deita sobre a água, deixando a parte traseira de seu corpo amostra.

Titãs não precisavam respirar, Hange comprovou isso em seu experimentos, então não me surpreende que ele consiga mergulhar ou boiar com facilidade. O vejo saindo da nuca do titã, mas sem se desconectar do monstro, somente o bastante para conversarmos cara a cara.

- Espero que seja algo importante! – digo pragmática. Passo a mão pelo rosto retirando os fios de cabelo que insistiam em invadir meu campo de visão.

- Na verdade, só vim ver como você estava... – diz simples, semicerrando os olhos por conta do sol.

- Está brincando, não é?! -dou um passo à frente cruzando os braços - Por que só não me esperou na praia?

Freedom Wings - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora