A Véspera Do Fim

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A batalha chegou ao fim apenas após o último corpo de Titã cair sobre a terra. O campo de batalha estava agora repleto de silêncio, exceto pelos ruídos distantes dos Titãs colossais que continuavam sua marcha, guiados pelo estrondo. Os soldados, exaustos e feridos, encaravam os destroços e os corpos dos Titãs caídos com uma mistura de alívio e apreensão.

Dentro das ruínas do antigo forte, soldados de diversas facções — aqueles leais à causa Yeager, membros da facção anti-Marley e outros que lutavam pelo que acreditavam ser certo — se abrigavam juntos. O espaço outrora imponente e estratégico agora era um refúgio improvisado, abrigando uma mistura heterogênea de combatentes.

Sentei-me em um canto escuro, completamente exaurida. A linha entre meu cansaço físico e mental estava tão borrada que não conseguia distinguir onde começava um e terminava o outro. Minha mente parecia estar dividida em quatro lugares distintos.

Primeiro, o local onde eu estava fisicamente, no abrigo improvisado nas ruínas do antigo forte. O ambiente ao meu redor estava repleto de silêncio tenso e respirações pesadas dos companheiros exaustos.

Segundo, pensamentos preocupados sobre minha filha, cuja segurança agora era uma incógnita após o rompimento da muralha. Eu me perguntava se ela estava a salvo, longe da fúria dos Titãs.

Terceiro, uma pontada de ansiedade sobre o paradeiro de Levi e Hange. Onde estariam eles neste momento? Será que estavam bem? Questiono-me se todos os meus esforços foram suficientes para manter Levi vivo.

E, finalmente, o lugar mais incerto e tumultuado em minha mente: continuo questionando-me sobre Eren e Zeke, mesmo que seja errado, não consigo deixar de me preocupar com aquele barbudo de merda... Depois daquele incidente com a lança de trovão, não sei se meu capitão poderá cumprir aquela visão que tive. Se não for o Levi a acabar com Zeke para parar o estrondo, então quem será?


De longe, reconhecia as únicas vozes audíveis naquele local: Jean e Onyankopon conversavam sobre o que Eren estava fazendo. Era irônico, pois eu mesma questionava isso nos últimos quatro anos, enquanto ninguém sabia da verdade sobre o que estava prestes a acontecer. Mesmo assim, eu não desejava esse futuro. Eren também não queria, mas afirmava que era a opção mais segura para todos.

— Floch! Você está bem?! — ergui meus olhos ao ouvir aquilo.

A voz preocupada cortou o tumulto ao meu redor, fazendo-me focar minha atenção na fonte da chamada. O garoto estava um pouco machucado, mas não o suficiente para demandar atenção imediata. Não estava com cabeça para assistir à apresentação de Floch; revirei os olhos e, a poucos metros de mim, vi uma fenda na parede do forte.

Aproveitei a conversa entre Floch e Jean como uma oportunidade para me afastar do caos momentâneo. A fenda na parede do forte parecia ser uma saída discreta, uma chance de escapar temporariamente da agitação que reinava dentro. Sem hesitar, dirigi-me até a abertura, afastando-me da cena.

O som dos passos ecoava enquanto me afastava, mergulhando na sombra da fenda que se revelava à minha frente. A atmosfera do lado de fora do forte era diferente; o caos realmente se acalmou, os soldados de Marley foram quase dizimados, e os Titãs puros se foram.

Por um longo tempo, tentei me conectar aos Caminhos e a Ymir, mas parece que sem o cristal, não consigo mais. Mesmo tendo engolido aquela coisa que estava dentro dele, nada mudou. Eu pensei que, no mínimo, poderia manter alguma conexão com Ymir ou com minhas habilidades.

Neste meio tempo, alguns soldados me encontraram. Eles me alertaram que a facção Yeager havia tomado o controle do forte. Concordei, e na companhia deles, voltei para a parte interna do forte. Estava subindo as escadas, perdida em meus devaneios, quando ouvi o som de tiros. Imaginei que seria obra de Floch, então não me apressei.

Freedom Wings - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora