A Bala Da Assassina

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Os ecos da batalha ressoavam à medida que eu me deslocava sorrateiramente pela retaguarda. Explosões distantes e gritos permeavam o ar, recordando-me incessantemente do caos que se desenrolava ao meu redor. Meus sentidos permaneciam aguçados, plenamente conscientes de que um descuido poderia acarretar consequências severas.

Enquanto mantinha uma vigilância constante, algo capturou minha atenção. Uma movimentação suspeita entre as ruas de Liberio instigou minha alerta, e direcionei minha atenção para a área onde detectei essa atividade.

De repente, figuras emergiram das sombras, revelando-se como soldados de Marley, presumivelmente remanescentes da batalha anterior. A troca de tiros tornou-se inevitável. Devido à presença do dirigível, precisei manter meus poderes sob controle, limitando-me à habilidade do endurecimento, criando cristais para desferir ataques defensivos.

A presença reconfortante de alguns membros do Reconhecimento ao meu lado proporcionou um alívio momentâneo. Jean e Connie, veteranos de longa data, estavam presentes para reforçar a defesa da retaguarda. Trocamos olhares decididos, plenamente cientes da magnitude da missão para o êxito de nossa retirada.

Enquanto nos confrontávamos com os soldados de Marley, percebi uma mistura de desespero e determinação refletida em seus olhos. A batalha não era apenas um embate físico, mas um espelho da complexidade das relações entre Eldianos e Marleyanos. Aquelas ruas empoeiradas eram palco de séculos de conflitos, uma trama intricada de amarguras que permeava cada movimento.

No calor do confronto, Jean bradou uma ordem urgente aos soldados do Reconhecimento:

— Subam rápido! Afirmem que nenhuma arma de fogo pode derrubar o dirigível! Protejam o caminho para a retirada!

A voz de Jean ecoava entre os prédios, carregando a responsabilidade de garantir que a retirada fosse bem-sucedida.

A voz ecoou de maneira familiar, e um antigo rosto que pertencera à Guarnição no passado surgiu na mente de Jean.

— Você também, Jean — a voz persistiu, encorajando-o a deixar o campo de batalha.

Jean concordou com as ordens do antigo líder de divisão e veio até minha posição.

— Você vem comigo! — Jean enganchou minha cintura e me carregou em direção ao dirigível. Enquanto era levada, uma última imagem de Lobov se fixou em minha mente, reconhecendo que aquela seria a última vez que o veria.

Ao chegarmos à passagem de entrada do dirigível, meus olhos encontraram as figuras familiares de Connie e Sasha. Ambos estenderam as mãos, proporcionando a Jean e a mim uma subida tranquila ao dirigível.,

Jean perguntou a Sasha e a Connie sobre a situação, enquanto eu me distanciava um pouco. Tentei me manter oculta dentro da aeronave, consciente de que precisava ficar alerta para evitar certos acontecimentos que poderiam comprometer meus planos.

Enquanto isso, o restante dos soldados celebrava nossa vitória, liderados por Floch. Os gritos de comemoração ultrapassavam um pouco dos limites, mas eles tinham motivo para isso, então não interferi no momento.

Depois de alguns minutos, uma atmosfera mais relaxada tomou conta do dirigível. As conversas animadas e risadas preenchiam o espaço, enquanto eu permanecia discretamente nas sombras, observando atentamente os acontecimentos.

O dirigível começou a se elevar, afastando-se dos horrores da batalha que ficavam para trás em Liberio. Minha mente estava dividida entre o alívio pelo sucesso da missão e a tensão constante que marcava nosso mundo.

Me posicionei atrás da porta de entrada do dirigível, segurando entre os dedos um único dardo de cristal do tamanho de uma bala de espingarda. Esse pequeno cristal continha uma carga de energia significativa, forte o suficiente para paralisar um humano adulto e desregular seus parâmetros vitais básicos.

Freedom Wings - Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora