Freedom Wings - Levi Ackerman

Trem Da Noite Escura

Às vezes, questiono como cheguei aqui, se costumava me conhecer tão bem. Bem, acho que sei. Eu já sou um monstro, digno dos horrores que devo cometer. Não há preço alto demais, nem maldade cruel demais. Por ela, farei de tudo. Ela me aguarda além da névoa, minha rainha. Meu amor. Meu coração sombrio e partido. Ela era minha estrela guia, e sem ela, só vejo trevas.

[...]

— Confirmamos que o trem armado foi neutralizado. — O comandante, uma figura imponente com a farda militar, anunciou as notícias que todos esperávamos. Um suspiro coletivo de alívio ressoou na sala, mas a tensão ainda pairava no ar. As palavras seguintes do comandante eram como um alerta, uma lembrança de que a batalha estava longe de ser vencida.

— No entanto, estejam cientes de que dentro da fortaleza haverá incontáveis artilharias anti-titãs. — Olhei ao redor, encontrando olhares determinados e rostos tensos entre os membros da equipe. A gravidade da situação se manifestava em cada expressão. A luta estava apenas começando.

— Vamos agora começar nossa estratégia de descida! — A ordem reverberou na sala, e imediatamente a equipe se pôs em movimento. Era o momento de descermos à fortaleza, enfrentar o desconhecido, e lutar por nossa sobrevivência. Equipamento ajustado, olhares focados, estávamos prontos para encarar o que quer que viesse pela frente.

— Certifiquem-se de seguir o plano! — A voz do comandante cortou o barulho da preparação. Olhei para o mapa estratégico, gravando mentalmente cada detalhe do plano. A sincronia era crucial, cada passo tinha que ser executado com perfeição para garantir o sucesso da missão.

— Zeke será a ofensiva. E Reiner a defensiva! — As palavras do comandante foram como a peça final do quebra-cabeça se encaixando. Eu, o peso da ofensiva, estava pronto para liderar o ataque. Reiner, uma muralha inabalável, estava designado para proteger e garantir que nenhum contratempo nos pegasse desprevenidos.

Cada instante nesse dirigível me lembra do que estou prestes a enfrentar, e me questiono como acabei me envolvendo nisso. Há apenas alguns dias, eu estava em casa, desfrutando de momentos tranquilos com S/n e Rory. Agora, estou indo direto para o campo de batalha, arriscando minha vida em uma guerra que, à primeira vista, não parece ser minha. Contudo, sei que tenho tudo a ver com isso, pois serei a chave para romper esse ciclo de maldições.

É estranho como meus pensamentos têm mudado. Murmuro para mim mesmo, observando as nuvens lá fora enquanto o dirigível avança. Antes, eu era um homem determinado, focado apenas na missão. Agora, tudo o que consigo pensar é em encerrar essa loucura para voltar para casa, para elas... Mas quando foi que me tornei tão vulnerável?

A resposta é clara: foi por causa dela. O rosto de S/n invade minha mente, seus olhos cheios de preocupação, o toque suave de suas mãos quando nos despedimos.

Uma lembrança de alguns dias atrás surgiu em minha mente:

"— O que você faria se eu morresse? — perguntei ao vê-la se deitar para dormirmos.

— Assim do nada? — vi a morena franzir as sobrancelhas — Seria um alívio nunca mais ter que ver essa sua cara feia.

— Cruel — indaguei perplexo.

— E você, se eu sumisse, o que faria? — ela me questionou com um pequeno sorriso.

— Eu nunca mais estaria completo... — respondi, refletindo sobre a profundidade da pergunta e a verdade contida nas palavras."

— Yeager? Yeager, acorda! — estava perdido em pensamentos, olhando pela janela do dirigível quando um dos soldados de Marley começou a me importunar. — Onde que você está com a cabeça?