Capitulo 8
Casebre na floresta.
Dia seguinte.
Verão do quarto ano de infecção.
O rapaz pode ouvir a cigarras, as arvores farfalhando e até mesmo um rio. Tudo isso em uma mistura calma e relaxante que o fazia se lembrar das festas de família de fim de ano, mas ele não estava com sua família em um acampamento, ele estava ali parado encarando um teto de madeira velho... ele estava confuso.
Se perguntou onde diabos estava, mas mesmo curioso ele se manteve por mais um tempo parado encarando o teto, não sabia dizer se já estava acordando ou se aquele era mais um daqueles pesadelos rotineiros, na verdade ele sequer soube dizer se estava vivo... mas depois de mais alguns minutos encarando as vigas podres e cheias de aranha ele percebeu uma coisa, morto não sentem dor e ele sentia uma coletânea de dores tão desgraçadas que impossibilitava de mil formas diferente aquela ideia dele estar morto.
Roronoa Zoro estava vivo, e não sabia se gostava disso.
Ele soltou um suspiro profundo, quase decepcionado. Ele se move no lugar e se arrepende rapidamente quando um gemido escapa involuntariamente de seus lábios dizendo a ele que qualquer movimento doeria para um caralho, por isso ele preferiu continuar brincando de estatua por mais um tempo, enquanto observava tudo ao seu redor.
A casa onde ele estava era de madeira, era abafada, tinha cheiro de mofo e a poeira o fez espirrar para então outro gemido de dor fugir por sua garganta.
-Caralho!
Ele viu que a porta pra fora estava aberta, era por onde entrava toda a luz e por onde um vento úmido chegava também, trazendo aquele cheiro característico de terra molhada.
Zoro estranha isso rapidamente, porque sua memória não guardava nada chora chuva nos últimos dias. Não que sua memória estivesse na melhores naquele momento, mas ainda assim ele se lembraria de algo tão importante quanto a chuva, mas tudo de que ele se lembra é daquele idiota de chapéu de palha.
-Ah... porra.
Ele passa a mão pelo rosto e até isso provoca dor, mas ainda assim ele precisa fazer o gesto, ele precisa expressar todo o desespero da situação com aquele gesto característico.
Porque sua mochila está naquela casa, assim como suas espadas, e isso quer dizer que o idiota da sua lembrança realmente o ajudou... mas então, onde estava o idiota? Por que ele estava ali jogado sozinho naquele lugar úmido? E por que diabos tudo doida pra porra?
Depois de mais um suspiro, ele tenta captar algum som do lado de fora. Mas seus sentidos ainda estão ruins, e tudo que ele ouve ainda é as cigarras, as arvores e o rio.
-Rio? – Zoro franze o cenho. Ele tenta se levantar, tem dificuldade por causa da dor, mas aquela nem era uma das piores dores que ele já sentiu, um tiro não era nada perto de um rasgo no peito no final.
Mas isso não quer dizer que ele aguente bem aquela merda, ele resmunga de dor a cada ato. Ao se sentar ele leva a mão até a ferida da barriga, finalmente percebendo que alguém fez um curativo, a ferida tinha sido limpa e parecia ter parado de sangrar, e talvez ela continuasse assim se ele não fizesse muito esforço, mas ao mesmo tempo que Zoro é consciente da própria situação, ele é imbecil e teimoso. Sendo assim, ele se levantou do sofá todo torto por causa da dor e andou devagar até a porta do lugar, se segurando na parede quando teve que parar para apertar os olhos graças a claridade. E ele manteve os olhos fechado por um bom tempo antes de perder o folego diante da vista bonita que tinha dali.

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Dead or Alive
FanfictionA primeira vista Zoro pensou que fosse apenas mais um morto. Mais um dos vários corpos sem vida que vagavam pela pequena cidade abandonada e desconhecida naquele imenso fim de mundo. E em qualquer outra ocasião ele teria ignorado. Teria apenas dado...