Capítulo 92 - Gol

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Acordei naquela manhã de domingo, decido que iria fazer um gol no jogo mais tarde contra o Cádiz

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Acordei naquela manhã de domingo, decido que iria fazer um gol no jogo mais tarde contra o Cádiz. Eu estava me cobrando muito por um gol, e Maya estava pegando demais no meu pé por conta disso, graças ao Gavi que não ficou de boca calada.

Mia, mesmo que não aparentava, sabia que ela estava preocupada e que não gostava nenhum um pouco de eu estar me cobrando para fazer um gol somente para homenagear aos nossos filhos e anunciar para o mundo que eu seria pai...

"Pai aos vinte anos e no início da carreira..." Já imaginava como seriam as notícias de quando todos ficassem sabendo.

Meus pais chegariam hoje na cidade e Fer os buscaria no aeroporto, já que eu iria almoçar no CT com o resto dos jogadores para não nos atrasarmos para o jogo que seria no novo estádio e é mais longe do que o Camp Nou.

Levantei devagar da cama, tentando não acordar a Mia que estava tendo más noites de sono. Os enjoos voltavam de vez em quando, e a maioria estavam sendo de madrugada, e eu estava sofrendo junto com ela...

Perdi as contas de quantas vezes nas últimas semanas eu acordei de madrugada com a Mia enjoada e correndo para o banheiro, e o mais bizarro de tudo isso, era que sempre ocorriam no mesmo horário... Entre as três e quatro da manhã.

Dei um beijo na sua bochecha e um beijo em sua barriga antes de levantar e ir ao banheiro, descendo logo em seguida e encontrando meu irmão na cozinha fazendo o café da manhã.

— Bom dia!

Estava animado e meu irmão me olhou estranho, segurando uma frigideira nas mãos. Ele me analisou de cima a abaixo e se virou novamente para o fogão.

— O que foi?

— Essa sua cara de felicidade... — Balançou a cabeça. — Odeio pessoas alegres de manhã.

— Seu mau humor voltou com força, hein? O que aconteceu entre você e a Sarah?

Meu irmão deu de ombros e eu joguei o pano de prato nele.

— Me fala.

— Nada. — Murmurou. — Só é difícil... Eu me sinto como um babaca e as vezes eu acho que não vou conseguir reverter essa situação.

— Fer... — O olhei. — Vai com calma. Você pegou pesado com a Sarah, mas não é a pior pessoa do mundo por conta disso, então, dê tempo a ela e a deixe respirar o tempo que ela precisar... Vocês se gostam e eu tenho certeza que mais pra frente vão se resolver.

— Você mal se tornou pai e já virou conselheiro? — Me olhou rindo. — Só o que me faltava...

— Eu estou te ajudando, e você deveria me agradecer. — Apontei meu indicador para ele. — Não esquece de buscar os nossos pais no aeroporto.

— Não irei. — Revirou os olhos. — E eu já mandei nosso dinheiro para a doação de Tenerife.

— Valeu, maninho. — Sorri.

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