— Mia, ei, olha pra mim! — Maya segurava meu rosto. — Você precisa respirar, sou eu, a Maya.
Segurava os pulsos de Maya enquanto tentava fazer o que ela me pedia. O escritório dela girava, via as prateleiras de livros girar e ela também estava girando.
— Mia, quer calmante?
Eu estava tão fora de mim que acabei aceitando. Fazia muito tempo que eu não tomava calmantes, mas naquela situação, sabia que seria a única coisa que me ajudaria.
Maya me entregou o calmante e um copo d'água na minha mão e me ajudou a segurar o copo, já que eu continuava e tremer. Quando terminei de beber a água, Maya colocou o copo em sua mesa e me abraçou, enquanto fazia carinho no meu cabelo.
Pelos meus cálculos, deve ter demorado uns 20 minutos para o remédio fazer efeito. Continuava abraçada a Maya, que continuava também com o carinho em meus cabelos.
— Tudo bem? — Ela perguntou baixinho.
— Eu não quero mais me lembrar dele, Maya. — Respondi com a voz embargada.
— Oh, amor... — Beijou o topo da minha cabeça. — Eu pensei que os pesadelos haviam passado, porque não me contou?
— Porque não são sempre... — A olhei. — Maya, ele ainda me assombra. O diário dele, o olhar dele, a voz dele... — Senti uma lágrima escorrer.
— Ele está preso, Mia... Não pode mais te machucar ou te assustar. Você não está mais em Berlim.
— Independente, Maya, eu ainda lembro, eu lembro de tudo. De mim, você, do Matteo da Manu... O que ele queria fazer conosco... Foi minha culpa!
— Mia... — Maya se aproximou. — Nada, nada do que aconteceu foi culpa sua, okay? Você não sabia, não tinha como prever... Você foi vítima também, todo mundo. Não tem que se culpar por isso.
— Eu sabia que ele era estranho e mesmo assim continuei...
— Apesar dos pesares, ele parecia uma pessoa normal. Demorou para eu perfilar ele e perceber quem ele era de verdade. Ele agia como uma pessoa normal, te tratava muito bem... Ninguém percebeu por um bom tempo.
A olhei e passei as mãos pelo meu rosto. Sentia meu olho arder pelo rímel em contato com meus olhos e provavelmente todo o meu rosto estava inchado e vermelho de tanto chorar.
— Está mais calma?
— Um pouco, o calmante ajuda. — Sorri fraco.
— O que fez você entrar em colapso de novo? Fazia alguns meses...
— Foi ontem, assim que eu deitei... Eu estava bem, estava feliz e eu lembrei dele me chamando de... — Senti meus olhos lagrimejarem.
— Meu ar... — Maya completou, com um sorriso triste.
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vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...