Acordei no dia seguinte com os gritos dos gêmeos, ao contrário do que eu achava que seria com meu alarme. Enfiei minha cabeça debaixo do travesseiro esperando que abafasse um pouco os gritos, mas não deu certo.
Me estiquei pegando meu celular vendo que ainda eram 8h30 da manhã e eu teria mais 1h para dormir se não fosse aquele circo no andar de baixo.
Respirei fundo quando calcei meus chinelos e desci para o primeiro andar, tentando entender o que estava acontecendo.
Quando pisei na sala, quase cai em cima de uma caixa próxima as escadas, esqueci que havia mais caixas do que pessoas naquela casa. Chamei pelos gêmeos algumas vezes, mas minha voz era extremamente baixa em comparação a deles.
— Ei! — Gritei, os assustando. — O que é isso? Vocês ficaram malucos? Querem voltar para Berlim num chute?
— Eu falei que ela ia acordar, Manuela. — Nick a encarou.
— Você começou, Nicholas.
E novamente a discussão começou.
Respirei fundo de novo, pegando uma das almofadas no sofá e jogando nos dois, que me olharam assustados.
— Chega! Que inferno! — Gritei novamente. — Querem me explicar o motivo do bate boca às 8h30 da manhã? E porque vocês estão acordados?
— Fuso horário. — Nick deu de ombros.
Faz sentindo.
— E a discussão?
Encarava os dois de braços cruzados na esperança que me dissessem. Se fosse a Maya no meu lugar, certeza que eles já teriam aberto a caçapa deles e falado.
— O Nick ficou bravo pelo Gavi ter me dado a caixa de Buñuelos... — Manu respondeu baixo.
Pela terceira vez, respirei fundo ao me sentar do lado de Nick que tinha a cara fechada e até diria que um pouco chateado. Manu nos encarava com algumas lágrimas nos olhos.
— Nick...
— Eu já sei o que você vai falar, Mia. — Interrompeu, me olhando. — Que eu deveria perdoa-lo, que todos já o perdoaram e eu não poderia ter feito nada a respeito. Mas mesmo assim, ainda o odeio por tudo que causou pra Manu.
— Mas Nick, nós já conversamos sobre isso. — Manu disse, enquanto colocava as mãos no joelho do irmão. — Éramos adolescentes, você, eu, ele... Fazem anos e só é uma caixa de Buñuelos.
— A Manu está certa, Nick. Você não poderia ter feito nada, nem mudar o curso dos acontecimentos. Gavi era seu melhor amigo e eu entendo o seu desapontamento, sua raiva e sua chateação. Mas, vocês voltaram para cá sabendo que eventualmente voltariam a conviver com ele e concordaram com isso. A Manu está bem, Nick... Você tem que esquecer, amor.
Apertei seu ombro, fazendo com que ele se apoiasse em mim e eu o abraçasse. Manu nos olhou sorrindo, antes de pular no irmão, o abraçando também.
— Eu amo você, Nick, mais do que eu possa dizer ou demonstrar, e eu não gosto de ver você assim, maninho. — Manu murmurou. — Não foi sua culpa, okay?
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vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...