Eu odiava perder e isso não era um segredo pra ninguém.
Em todo jogo que saíamos com a derrota, eu me perguntava:
"O que eu podia ter feito?"
Nunca sabia a real resposta pra isso. Eu não era atacante, sou meia. Eu dou passes, mas as vezes perdem. Eu tento ir pra área e fazer gols... As vezes eu consigo, as vezes não.
Eu nunca teria a resposta pra isso.
No vestiário, todos compartilhavam do mesmo sentimento, a frustação! Todos estavam meio calados, enquanto Araújo e Jordi Alba tentava nos animar, motivar... Seja lá o que fosse aquilo.
Sentei no banco do vestiário secando meu rosto com a toalha. Peguei meu celular já vendo mensagens dos meus pais, do Fer e da Maya. Respondi meus pais e irmão primeiro, e depois Maya.
Ela havia me mandando uma foto dela com o Arthur, onde ele aparecia mais que ela. Ele estava com uma camisa do Barça e sorria pra foto. Na legenda, ela havia escrito "Você foi muito bem, tio Pepi! Amamos você!"
Por alguns segundos, aquilo me arrancou um sorriso. Desde que me lesionei em fevereiro contra o Manchester, Maya se ofereceu pra me ouvir e me ajudar sem ser nada profissionalmente, já que por ética, ela não poderia me atender sendo que me conhece e somos próximos.
Mas mesmo assim, ela me ajuda com o que pode. Quase toda semana durante meu período de recuperação ela ia no CT com o Arthur me ver. Assim como as ligações por Facetime e as visitas que eu fazia na casa dela de vez em quando pra conversarmos.
Já perdi as contas de quantas vezes ela disse que eu não poderia me culpar tanto igual me culpo. É difícil compreender que eu não jogo sozinho, mas sim com outras pessoas e muitas coisas em um jogo, não depende só de mim.
Porém, hoje em especial, estava pesando mais. Havia acabado de voltar de uma lesão e queria ter dado mais que 100% hoje. A cada pancada que eu ia no chão, implorava para que não fosse algo sério, e mesmo querendo chorar de dor, eu me levantava, disposto a me sacrificar, tentando compensar os meses e jogos que eu fiquei fora.
— Vai ligar pra ela mais tarde? — Gavi perguntou ao meu lado, vendo a foto.
— Não. — Neguei. — É tarde, não quero atrapalhar.
— Ela te mataria se soubesse que você acha que atrapalha.
— Estou bem, Gavi. — Sorri fraco.
De todos, eu fui o primeiro a estar pronto pra voltarmos ao hotel. Passaríamos a noite em Madrid e pela manhã voltaríamos para Barcelona. Já estava dentro do ônibus, com meu fone quando o restante começou a chegar.
Mia passou por mim pouco tempo depois com Sarah. Ela sorriu pra mim, e se inclinou, tirando um fone enquanto fazia um carinho em minha bochecha.
— Você foi muito bem, lindo.
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vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...