Capítulo Extra Eurocopa - Espanha x Geórgia

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Domingo, 30 de Junho, 2024

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Domingo, 30 de Junho, 2024

O clima em casa estava um pouco estranho, para não dizer pesado. E o motivo era óbvio...

Espanha x Geórgia.

Acho que não tem um torcedor do Barcelona que carregue boas memórias daquele fatídico dia 19 de novembro do último ano... O dia em que a temporada do time acabou junto a lesão do Gavi.

Sete meses se passaram desde então, e mesmo que agora falte poucos meses para o Gavi voltar, eu não consigo me esquecer daquele domingo.

Lembro que estava na sala junto com o Pedri e o Fer, vendo ideias de decorações para os quartos dos bebês. Fer julgava tudo o que eu e Pedri escolhíamos — olhando agora, ele estava certo. Em algum momento antes do jogo, Fer foi fazer pipoca enquanto eu conversava com o Pedri.

O aquecimento já passava na TV e, quando saiu a escalação com o Gavi titular, soltei uma risadinha.

— Bolão pra ver quem está mais puto, a Maya ou o Matteo. — Olhei para o Pedri.

— Acredito que seja meio a meio. A Maya pelo lado materno e o Matteo pelo lado empresarial. — Pedri respondeu. — E estão certos, não sei por que o Gavi está de titular.

— Não foi esse técnico que fez você jogar quase arrastado? — Pedri assentiu. — Então é um filho da puta.

— Mia! — Pedri riu, me dando um selinho. — Estou bem agora.

— Ainda bem, senão teríamos uma conversa, eu e ele.

Em nenhum momento sequer passou pela minha cabeça que podia acontecer o que aconteceu. Lembro que, quando o jogo começou eu comecei a ficar inquieta no sofá, como se algo estivesse me incomodando. Provavelmente na época, eu pensei que era a barriga.

Pedri estava deitado no meu ombro no momento em que o Gavi se lesionou. Ele se levantou e sentou no sofá, olhando apreensivo para a TV, assim como o Fer. Eu tinha virado o rosto no lance anterior, quando Gavi levou a entrada forte no joelho, sentindo um enjoo começar.

Eu comecei a chorar quando vi o Gavi chorar.

— P-Pedri... — Minha voz falhou. — O que aconteceu? — Perguntei confusa. Não tinha visto.

— Ele pisou de mau jeito, eu acho. É o mesmo joelho que ele tinha levado a pancada.

O tom de voz do Pedri me preocupava.

Eu nunca havia visto o Gavi chorar por uma lesão. Ele nunca pediu para ser substituído.

O enjoo aumentou e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto quando a câmera focou no Gavi chorando. Soltei um soluço alto e os dois me olharam preocupados.

No momento em que passou o replay, eu vomitei no balde de pipoca vazio, e a partir dali, tudo virou um pesadelo. Eu não conseguia parar de chorar pensando no Gavi e no pessoal que estava em Valladolid para o jogo. Ele não merecia aquilo...

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