Eu não conseguia acreditar que pai estava ali na minha frente.
Quase chorei quando ele disse que não conseguiria vir para Barcelona por conta da correria do restaurante e porque minha mãe estava ajudando uma amiga dela que estava doente.
Mas eu compreendi... Afinal, meus pais tinham o trabalho deles em Tenerife e eu tinha o meu aqui. Sempre lidamos bem com a distância, e sempre que dava, eles estavam em Barcelona.
— Você mentiu para mim! — Murmurei enquanto abraçava meu pai.
— Foi por uma boa causa, filho. — Me deu um beijo na bochecha. — Estou orgulhoso, Pepi... Todos estão.
Assenti envergonhado, secando uma lágrima antes que ela descesse.
— Como vocês conseguiram mentir para mim?
— Ah! — Maya riu. — Tive que fazer algumas ameaças, não é Fer?
Ela abraçou meu irmão pelo ombro, que petrificou no lugar e apenas assentiu, nos fazendo rir.
— Mas a ideia mesmo, foi toda dela. — Maya apontou para Mia.
Ela estava atrás de mim, com um sorriso tímido e suas bochechas ficaram vermelhas quando fui até ela, dando um longo selinho e a abraçando forte.
— Obrigado por isso, gatinha.
— Não precisa me agradecer. — Fez um carinho em minha bochecha. — Você merece.
Havia comentado com ela alguns dias antes do jogo que estava triste por meus pais não poderem vir, mas nunca cogitei a ideia de ela fazer essa surpresa pra mim.
A cada dia que passava mais eu a amava!
— Bom, porque não vamos todos para casa? — Matteo sugeriu. — Eu não sinto mais meus pés e nem costas.
— Credo Matteo, você tem vinte e dois anos com uma coluna de oitenta! — Manu o encarou.
— Então fica com ela no colo!
Matteo passou Alice para Manu. Maya olhou feio para os dois antes de pegar a filha no colo e resmungar algo para eles, nos fazendo rir.
Olhei para trás e vi Gavi ali parado mexendo no celular, ou melhor, fingindo. Olhei receoso para Manu e ela deu um sorriso fraco. Maya também olhava para ele com uma feição um pouco triste.
Desfiz o abraço com a Mia indo até ele, que me olhou confuso.
— Estamos indo embora, quer carona?
— N-não precisa... A Aurora vem me buscar.
— Gavi... — Murmurei.
Ele balançou a cabeça, com um sorriso torto.
— Eu estou bem, cara, mesmo! — Apertou meu ombro. — Vai aproveitar com a sua família.
Suspirei o encarando. Sabia como Gavi sentia falta da sua família e como ele gostaria que eles fossem mais aos seus jogos e que até mesmo, comemorassem as vitórias com ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...