Capítulo 116 - Terapia

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Terça-feira, 17 de Outubro, 2023

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Terça-feira, 17 de Outubro, 2023

Eu não odiava a terapia, ela simplesmente não funcionava para mim.

Primeiro, eu não podia odiar a terapia sabendo que a Maya é psicóloga, e ela é uma das melhores que existem. Segundo, não sou hipócrita ao ponto de dizer que a terapia não ajuda, porque sim, ajuda! Terceiro, já vi a terapia salvar a vida de pessoas.

Porém, nada disso anula o fato de que para mim, Mia Azevedo Martinez, a terapia não funciona, nunca funcionou, na verdade. Todas as vezes que tentei, ou saía do consultório mais traumatizada ainda ou queria xingar a psicóloga com todos os xingamentos possíveis.

Não sei se todas as psicólogas com quem passei eram ruins, ou se simplesmente não nasci para isso.

Depois do acontecimento em Berlim, sabia que esse assunto voltaria à tona com a Maya. Minha prima, fazendo jus à sua profissão, sempre nos fazia fazer terapia. A Manu começou assim que seus distúrbios alimentares começaram, e desde então, nunca parou. Nick começou mais ou menos na mesma idade, e Matteo desde os dezesseis anos também vai.

Funcionava para todos eles, assim como funcionava para o Brad e até para a própria Maya... Por isso, cada vez mais acho que o problema está comigo.

Assim que voltamos para Barcelona, no dia seguinte ao caos de Berlim, percebi que o Pedri queria me falar algo, mas não conseguia, e aquilo me incomodou. Quando chegamos em casa, após uma soneca de quase três horas, o coloquei contra a parede e perguntei o que estava acontecendo.

E então ele me falou... Como já era de se esperar, Maya havia falado com ele sobre eu voltar para a terapia. Não fiquei brava com minha prima, afinal, ela estava certa e não podia negar isso. O que aconteceu em Berlim não deveria ter acontecido, mas, infelizmente, aconteceu.

Fiquei quase uma semana com isso na cabeça e com as palavras do Pedri também. O ponto em que ele citou que isso poderia afetar futuramente nossos filhos mexeu muito comigo, porque, de novo, era verdade. Sabia que se eu continuasse vendo o Marvin em rostos de pessoas aleatórias, não deixaria meus filhos saírem de casa com medo de que eles também vissem.

O que era impossível.

Pedri em nenhum momento me forçou ou me obrigou a voltar para a terapia, apenas pediu que considerasse o que seria melhor para mim e para nossos bebês.

E com isso, depois de uma semana pensando sobre, ontem à noite liguei para a Maya e pedi um encaixe com alguém da clínica dela.

— Por que você tem que dirigir?

Parei em frente ao carro, com as mãos na cintura, observando o Gavi indo para o lado do motorista. Ele me olhou confuso, colocando sua bolsa no banco de trás.

— Você pediu para que eu fosse com você, e você está sem carro, ou seja... — Ele apontou para o carro.

— Não confio em você ao volante.

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