Capítulo 29 - Flashback

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TW: agressão

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TW: agressão

19 de novembro, 2021 – Berlim

Era para ser mais uma quinta feira normal se não fosse as mudanças drásticas que tivemos que tomar graças a pandemia. Eu mal ia à faculdade, era quase tudo a distância, não podíamos sair, ir às ruas... E isso explicava o fato de Maya ter ficado presa aqui.

Ela, Brad e os gêmeos conseguiram vir há duas semanas, mas sem aviso nenhum, os casos de COVID explodiram na Alemanha e eles estavam impossibilitados de sair do país mesmo que fosse em voo particular.

O único lugar para qual eu ia, era para o laboratório do Marvin. Às vezes, penso que ele pode estar tentando achar a cura da COVID somente pelo fato dele nunca, sair de lá.

Depois que subir os enormes lances das escadas em espiral, finalmente cheguei ao laboratório. Abri a porta com cuidado e lá estava Marvin, com seu jaleco mostrando algo para Manu, que se mostrava curiosa com o que era lhe mostrado.

Porque ela estava aqui?

Me aproximei dele, dando um abraço e um selinho, antes de abraçar Manu e o encarar.

— Marvin queria me mostrar a maquete dele de astros. — Manu explicou.

— Seus pais sabem que você está aqui?

— Sim, Matteo me trouxe. Ele vai me buscar depois.

Apenas concordei e me sentei em uma das cadeiras, pegando meu notebook e adiantando trabalhos da faculdade. Marvin me ofereceu um copo d'água e agradeci, já que estava morrendo de sede.

Aos poucos, minha visão foi ficando turva, e quando pensei que ia cair, senti alguém me segurar e me colocar no chão. Sentia algo nos meus pés e mãos, mas estava muito alheia para tentar entender o que estava acontecendo.

Não sei quanto tempo fiquei apagada e demorei para recobrar os sentidos, mas enquanto abria os meus olhos devagar, ouvia a voz alta de Maya enquanto ela gritava, e o som de algo batendo nela, me fez pular, me encolhendo mais aonde eu estava.

Vi com muita dificuldade ela sendo arrastada para meu lado. Olhando para o outro lado, vi Matteo, e ao meu lado, estava Manu. O que está acontecendo aqui?

O sol que entrava pelos vitrais batia direto no meu rosto, e mesmo com isso, consegui enxergar Marvin andando de um lado para o outro, com as mãos na cabeça.

— M-marvin? — Sussurrei. — O que está acontecendo?

Ele parou de andar e me olhou, se aproximando e colocando as mãos em meu rosto.

— M-meu amor, você acordou! — Sorriu. — Está bem?

— Meus pulsos... — Tentei me mexer.

— Eu sei, me desculpe, ele disse que eu não posso te soltar.

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