Capítulo 124 - Seis Meses

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Domingo, 03 de Dezembro, 2023

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Domingo, 03 de Dezembro, 2023

— Você é muito grudenta, sabia?

Revirei os olhos divertida, abraçando mais o Gavi. Ele resmungou e tentou se desvencilhar de mim, mas como ele estava sem poder fazer movimentos que envolvessem a perna, não pôde.

— Cadê o seu namorado, hein? Pai dos seus filhos?

— Com o Brad na cozinha. Deixe de ser mal agradecido.

— Saco. — Murmurou.

Eu sabia que ele não gostava de muito grude que não fosse a Manu ou a Alice, mas estava sendo divertido irritar Pablo Gavi durante seu processo de recuperação. Ele operou na terça, e desde então, tem que ficar completamente de molho. Ontem foi o meu aniversário e fiz uma pequena festa aqui na casa da Maya. Foi o único momento em que deixaram ele levantar, mas mesmo assim, Maya e a Brad ficaram ao seu lado.

— E se tirarmos um cochilo? — Sugeri.

— Mia, eu não sei se você já percebeu, mas o que eu mais venho fazendo nas últimas duas semanas é dormir. — Me encarou. — Eu não aguento mais dormir.

— Mas dormir é bom... — Argumentei.

— Toma os remédios que eu estou tomando e fique com a sensação de morte o dia todo, aí depois você me fala se é bom. — Disse irônico.

— Eu agradeceria de dormir o dia inteiro. Mas, seus sobrinhos não deixam com que eu faça isso.

Gavi abriu um sorriso, cutucando minha barriga. Nos últimos dias, minha barriga virou uma tela de pintura. Tanto ele quanto os gêmeos, acharam interessante fazer pinturas "abstratas" — que de abstratas tinha nada. Obviamente, eu deixei, mesmo que os desenhos fossem péssimos, um pior do que o outro, principalmente do Gavi.

— Que horas vocês têm que ir hoje?

— Só mais tarde. — Tirei um cílio de sua bochecha. — Faça um pedido.

— O que? — Perguntou confuso.

— Você nunca ouviu falar? — Ele negou. — Meu Deus! — Balancei a cabeça. Como ele não conhecia? — Quando você assopra os cílios que caem, meio que você pode fazer um pedido como se fosse o gênio da lâmpada, sabe? — Assentiu. — É uma lenda, mas eu acredito, nunca se sabe. — Dei de ombros. — Agora faça.

Ele fechou os olhos e ficou em silêncio por alguns segundos, assoprando o cílio em seguida.

— Eu vou falar com o tio Flávio amanhã. Consegue ir no banco?

— Consigo, mas vão precisar da sua assinatura também.

Maya e Matteo estavam descendo as escadas conversando. Algo estava acontecendo e somente os dois sabiam. Desde sempre, eles foram assim... Cúmplices um do outro. Para tudo!

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