Faria minha primeira viagem com o time na manhã do dia seguinte.
Com certeza eu estava prestes a ter um colapso, e eu sabia que isso não era um exagero porque Maya estava me encarando o tempo todo enquanto eu colocava algumas roupas na mala.
Ela estava sentada na minha cama, com o notebook e algumas folhas em volta. Às terças, ela atende no consultório de psicologia dela e sempre sai mais cedo, e hoje ela veio parar na minha casa.
— O que foi? — Perguntei.
— Você.
— O que tem eu?
— Está surtando.
— Não estou! — Fiz uma careta, tentando disfarçar.
— Não? — Neguei. — Vem aqui.
Não quis contraria-la, então me aproximei dela. Maya ficou de joelhos na cama e aproximou o ouvido próximo ao meu coração, logo depois, pegou minha mão. Ela voltou a se sentar e me encarou.
— Seu coração está acelerado e sua mão gelada, você está suando frio. Está com falta de ar?
— Eu não estou tendo uma crise, Maya. — A encarei.
— Então conversa comigo, porque você está nervosa.
Suspirei, prendendo meu cabelo e sentando ao lado de Maya. Ela colocou o notebook longe, e me encarou. Soltei uma risada baixinha quando ela me puxou pra um abraço.
Aos poucos fui me acalmando com o carinho que ela fazia no meu cabelo assim como ela fazia como éramos crianças.
Maya sempre foi minha irmã mais velha e até mesmo uma mãe pra mim. Por conta da profissão dos nossos pais, Maya tomou a frente e fez de tudo pra que eu e seus irmãos nunca sentíssemos tanto a ausência deles.
Mais tarde, já mais velha, a vi agir da mesma forma com Gavi. Eram situações diferentes, mas ela cuidava dele e o tratava como um filho. A mesma coisa até mesmo com a Aurora.
Hoje, ela sendo mãe dos gêmeos, descobri que o que ela sempre nos mostrou foi o lado maternal dela. Desde pequena, Maya já tinha esse instinto e nunca fez questão de esconde-lo.
— Melhor? — Ela perguntou baixinho.
— Sim... — Levantei a cabeça. — Você não cansa de me conhecer bem, hein?
Ela deu de ombros, sorrindo.
— Você sempre foi e será minha menina, e eu também te conheço muito bem... Não é tão difícil assim... Mas então, o que se passa?
— Eu só... Sei lá, é estranho, sabe? Cheguei aqui há uma semana atrás e tudo aconteceu tão rápido.
— Você está com medo de as coisas começarem a dar errado?
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vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...