Os pensamentos estavam confusos e eu me encontrava em um estado de ansiedade nunca antes visto.
Eu, nunca havia sido uma pessoa ansiosa; sempre deixei a vida levar as coisas de maneira natural e à sua forma.
Mas era a minha vida e a de Yuri que estavam em jogo, então a preocupação tomou um lugar maior do que deveria.-Como se sente, Leo? -Yuri murmurou, me fazendo voltar para a realidade.
Suspirei enquanto olhava para o vidro do carro.
Quando saímos de São Petersburgo, uma chuva torrencial começou a cair, me deixando ainda mais aflita.-Eu não sei... Estranha, talvez. -encolhi os ombros-. Me sinto bem por ter conseguido escapar com você, só que agora... Vou precisar dormir por uma semana para conseguir recuperar minhas energias totalmente.
Ele abriu um breve sorriso, concordando com a cabeça.
-Tive receio do que poderia acontecer com você. -ele me olhou e então um relâmpago iluminou o céu.
-Por mais que eu saiba me cuidar... Makarov quis me quebrar. Mas ele jamais vai conseguir.
Os segundos de silêncio foram intensos, mas não desconfortáveis.
-Posso te perguntar uma coisa, Leo?
-O que você quiser.
-O que você faria se seus pais estivessem vivos?
Desviei o olhar e encarei a chuva caindo na estrada.
Passaram-se muito anos para que eu pudesse me acostumar com os questionamentos das pessoas em relação à minha família.
Todos sempre foram curiosos para saber como eu estava ou se eu precisava de algo.-Eu não sei. -sussurrei com um breve sorriso-. Talvez eu iria abraçar meus pais e não soltá-los. Eu... perguntaria ao meu pai se ele sentia orgulho do que eu havia me tornado.
-Sem dúvidas.
Não sei se eu conseguia, nesse momento, julgar as escolhas que minha mãe havia feito anos atrás. Ela estava claramente desesperada em busca de um alento que acabou me privando de saber da verdade.
Se ela estivesse viva, me contaria a verdade?
-Quando o acidente aconteceu, eu não me sentia triste. -continuei-. Eu me sentia com raiva. Raiva dos meus pais terem me deixado aqui, sozinha, sem apoio. É claro que eles não tem culpa... Mas para uma criança, tudo isso não faz diferença. No colégio, os pais e as mães dos meus colegas iam buscá-los enquanto eu via tudo isso sem poder fazer nada.
Yuri respirou fundo, sentindo uma enorme empatia pelo que eu acabara de falar.
Um enorme relâmpago cruzou o céu, intensificando a chuva.
-Sei que não é o que você quer ouvir, mas sinto muito por isso. -ele balançou a cabeça-. Sua mãe estaria muito brava se te visse assim, agora...-ele deu uma risada-. Mas seu pai teria orgulho. Disso eu tenho certeza.
Toquei gentilmente a mão de Yuri, que estava no câmbio.
-Obrigada. Obrigada... por tudo. -desviei o olhar, com um sorriso bobo nos lábios-. Se não fosse por você, ainda estaríamos presos naquele lugar e... você sabe, coisas horríveis acontecendo conosco.
-Jamais deixaria você para trás.
Sua voz me fez relaxar enquanto ouvia o som natural da chuva.
Era mais relaxante do que eu pensava.***
Os raios de sol tocaram suavemente meu rosto, me acordando.
Yuri me tocou gentilmente para me acordar, e eu abri os olhos de forma preguiçosa.
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Don't Let Me Down.
Romance(PRIMEIRA TEMPORADA)>>>Quando Megan Taylor consegue sua admissão na Task Force 141, ela pulou de felicidade pelo sucesso que obteve e por seu sonho estar se realizando. O tenente Simon "Ghost" Riley, sempre taciturno, viu que a nova recruta teria mu...