Don't Let Me Down.

Elos

Nossa lua de mel havia sido perfeita. Apenas nós dois em um lugar maravilhoso sem nos importar com outros problemas, principalmente os do trabalho. Eu havia me esquecido o quão bom era não ter que pensar sobre terroristas, bombas e ameaças por todos os lados.
Nosso pensamento estava em apenas focar em deixar de forma mais proveitosa possível, nossos dias no Havaí.
E tivemos êxito nessa missão.
Mas é claro, tínhamos muito trabalho a fazer ainda, afinal, salvar o mundo é um trabalho contínuo e St Asaph precisava do tenente Ghost e da atrapalhada recruta Megan.
Alguns dias depois, quando voltamos, Emily não parava de me perguntar como havia sido nossa pequena "folga" no Havaí.
-Não tenho palavras para descrever, acho que "perfeito" seria o mais plausível. -respondi no telefone. Eu estava organizando algumas coisas no meu quarto do dormitório enquanto conversava com ela.
-Nossa, só isso? -ela resmungou.
-Tiramos muitas fotos, vou enviá-las para você daqui a pouco, Emi. -dei uma risada-. Mas é sério, as praias são maravilhosas, o clima é perfeito... muito melhor do que eu poderia imaginar.
-Awn, que fofa, você. -ela falou com uma voz suave-. Fico feliz por isso. Mas... estou sim muito ansiosa para ver essas fotos e o álbum de casamento!
-O álbum vai demorar um pouco, ainda. -sorri-. O fotógrafo acabou de me enviar algumas fotos para eu conferir e...
-E você vai me enviar agora! -Emi respondeu mais que rapidamente, sem deixar eu terminar o que falava.
-Certo, certo. -a acalmei-. Quando terminar o trabalho aqui, irei te enviar tudo. Pode ser?
-Pode sim. -ela respondeu com um ar de satisfação-. Apenas não esqueça!
-Sim, senhora.
Nos despedimos e desliguei a ligação.
Eu amo essa minha irmã maluca.
Saí do quarto e fui até onde Simon, Gaz e Soap estavam, e mostrei as fotos do casamento.
-São apenas algumas. -eu disse, apontando para o celular-. Quero muito receber o álbum...
Quando Simom viu uma foto nossa, saindo da igreja, vi que um sorriso se formou sob o tecido de sua balaclava.
-Ah, olha só! -Gaz apontou para a tela-. Eu fiquei bonito nesse terno, não é mesmo?
Dei uma risada e concordei com a cabeça.
-Ei! -Soap nos olhou, surpreso enquanto segurava o celular-. Meus olhos ficaram fechados nessa foto! I-isso não vai para o álbum, né?
Eu, Gaz e Simon seguramos nossas risadas, mas eu tranquilizei o sargento.
-Não, não vai. Não se preocupe, Johnny...-coloquei uma mão em seu ombro-. E a foto nem ficou tão bonita mesmo...
Simon balançou a cabeça, como se eu tivesse acabado com a brincadeira.
Depois de alguns minutos, Price surgiu no local. Pelo seu rosto, ele parecia bem preocupado.
-Capitão. -bati continência e então Soap devolveu meu celular-. Aconteceu alguma coisa?
-Aconteceu. -ele respirou fundo-. Sentem-se.
Todos nos sentamos ao redor da mesa longa de metal. Fiquei ao lado de Simon enquanto Price distribuiu alguns papéis para nós. Eram arquivos sobre atos terroristas e violações de direitos humanos.
-Estão olhando para Vladimir Makarov. -Price ficou na ponta da mesa e colocou seus punhos nela, calmamente-. Ele é um terrorista russo, eu e Soap o conhecemos bem.
Crimes: terrorismo, lavagem de dinheiro, assassinatos, tráfico humano... a ficha desse cara é extensa.
-Matamos quem o protegia, Imran Zhakaev alguns anos atrás. -disse Soap, nos olhando.
-E agora o passado está batendo na nossa porta. -Price falou-. Makarov guarda rancor de nós e do Ocidente desde então... Esse homem financia grupos terroristas russos e não é visto há algum tempo, e isso que é preocupante, eu e Laswell estamos trabalhando nisso.
-Alguma conexão entre Makarov e Graves...? -perguntou Gaz.
-É o que eu iria perguntar. -olhei para Gaz-. Pode ser bem possível...
-Bem, até agora não achamos nada em relação a isso, mas não podemos descartar essa hipótese. De qualquer forma... Makarov nunca iria confiar em um americano.
-E Graves não confiava nos próprios homens. -Simon olhou para Price, que concordou-. Vamos descobrir se os dois tinham alguma relação.
Ouvindo Price falar, quase posso descartar isso. Makarov deve ser um homem sanguinário, sádico e que jamais confiaria em outra pessoa para fazer seu trabalho. Pelo jeito dele, é do tipo que manipula quem pode... e Graves não seria tão idiota para cair em uma armadilha dessas.
-Temos que ficar atentos. -o capitão continuou-. Londres já reforçou o policiamento para os próximos dias em caso de algum ataque.
Londres... m-meus pais... acho que esse pesadelo nunca acabaria.
-Então não podemos mais ficar aqui, esperando. -Simon se levantou-. Ele foi visto pela última vez no Afeganistão... Vamos enviar grupos de varredura para tentar encontrar algo lá, e ao mesmo tempo, iremos proteger nosso povo aqui. Quem sabe o que aquele cão-louco poderá tentar...
-Faremos isso. -Price concordou-. Por enquanto, trabalharemos por aqui e continuaremos em alerta. -ele acenou com a cabeça, nos dispensando.
No lado de fora da sala, esperei Soap, Gaz e Price saírem para que pudesse encostar meu corpo na parede, tentando aliviar a tensão.
-Você está bem? -uma voz soou atrás de mim. Os passos ficaram cada vez mais próximos; eu sabia que era o meu marido.
-Estou. -ele ficou em minha frente, me olhando gentilmente-. Apenas preparando meu psicológico para poder lidar com outro lunático.
Simon pegou minha mão e a apertou, enquanto seus olhos castanhos brilhavam para mim.
-Nós estaremos juntos, Meg. -ele murmurou.
-Eu sei. -dei um sorriso e então olhei para a minha aliança, e então, para a dele-. E é isso que me acalma.
-Você vai me proteger também? -Simon perguntou, acariciando minha mão.
-É claro! Nada vai chegar perto do meu Sisi.
-Mas você não vai se suicidar para isso. -ele levantou as sobrancelhas-. Você prometeu.
-Tudo bem, tudo bem... -concordei com a cabeça-. Mas de qualquer forma, vai ser ótimo trabalhar em campo novamente com você, meu amor.
Simon deu um beijo em minha testa e eu senti a balaclava tocar minha pele, e então deu alguns passos para trás.
-Faremos isso como o de costume... juntos. -ele estendeu a mão em minha direção.
-Juntos. -repeti.
Com um sorriso, peguei em sua mão e caminhamos pelo longo corredor em direção à sala de treinamento.
Meu destino estava justamente ao meu lado, intrínseco a mim, à minha alma.
Senhor e senhora Riley... É melhor os terroristas se esconderem, porque estamos chegando.