Indestrutível

952 69 13
                                    

Estar na presença de Simon novamente me fez sentir alegre e motivada. Finalmente, depois de tanto tempo, poderíamos estar juntos. Juntos, além de qualquer expectativa que eu havia criado.
-Vocês o quê?! -Emily me olhava com o queixo caído, surpresa com o que eu havia contado.
Eu estava de volta em sua casa, e queria poder aproveitar meus últimos dias de "descanso" com as pessoas que amava.
-É, nós fizemos isso. -concordei com a cabeça, sorrindo.
-Você não é fraca não, Meg. -ela abriu um sorriso diabólico-. E ele falou que...
-Sim, ele falou que me ama, assim como eu amo ele. -terminei sua frase.
-Isso é tão fofo!... E você então está feliz assim?
Concordei com um sorriso gentil.
-Quando me demiti, senti ter deixado um pedaço do meu coração para trás. E agora, parece que foi recolocado. É... bom me sentir eu mesma de novo.
-Fico feliz de verdade, Meg. -ela tocou meu ombro-. E isso exige uma comemoração. O que acha de irmos todos ao parque de diversões hoje à noite? É sábado, precisamos nos divertir...
-Não sabia que isso fazia seu tipo. -levantei a sobrancelha.
-E não faz. Apenas gosto da comida de lá. -Emily deu de ombros enquanto concordei com a ideia.
No mesmo instante resolvi mandar uma mensagem para Simon, perguntando se ele gostaria de sair conosco.

Achei que sua irmã não gostasse de mim.

Sua resposta me fez rir.

E não gosta.

Sério?!

Estou brincando. É uma ótima chance de ganhar alguns pontos com ela.

Certo. Passarei aí às 19h.

Abri um sorriso bobo que não iria desaparecer de meu rosto tão rapidamente.
***
-Emi, o que você acha?
Me olhei no espelho enquanto virava meu corpo e observava cada pequeno detalhe em minha roupa.
-Comum demais? -continuei.
-Desde quando você se importa com isso? -ela terminou de se maquiar e me encarou, curiosa-. Ah, claro...
Agora ela entendeu o real motivo da minha preocupação.
-Aqui, irmã.
Ela me entregou meu vestido verde com alguns detalhes em preto, que ia até os joelhos, e uma jaqueta jeans. Me olhei mais uma vez no espelho, ficando satisfeita com meu reflexo.
-Você está uma fofura, Meg! Um verdadeiro amorzinho. -Emily apertou gentilmente minhas bochechas, me fazendo rir.
Ela usava uma calça preta, jaqueta de couro preto e botas com salto. Era impressionante como minha irmã ficava bem em qualquer estilo de roupa.
Luis já nos esperava na sala, e quando saímos da casa, Simon estava encostado em seu carro, focando seu olhar em mim.
-Você está linda. -ele sorriu, acariciando minha bochecha.
É tão estranho vê-lo sem a balaclava. Aquilo fez parte de toda a sua vida, e agora sem sua proteção, tudo ficou estranhamente normal.
-Já que vocês não foram apresentados formalmente... Simon, esse é o Luis, namorado da minha irmã.
Os dois se cumprimentaram, um pouco mais relaxados. Simon olhou para Emily, um pouco envergonhado.
-Sinto muito por tê-la assustado na última vez que nos vimos.
-Não se preocupe com isso, Sisi. Apenas não apareça mais com aquilo, certo?
Sisi?
Simon arregalou os olhos com o novo "apelido", claramente sem graça; tive que colocar a mão em minha boca para disfarçar as risadas, em vão.
***
O parque estava cheio, o que não era diferente de se esperar de um sábado à noite. Olhando para as luzes em todos os lados, de tantas cores... faz tanto tempo que não ia em um local assim que tinha esquecido o quão animada e simples a vida poderia ser.
Ao olhar para os lados, Emily e Luis já estavam longe, ambos se divertindo em um brinquedo.
-O que gostaria de fazer? -Simon perguntou.
-Bem, eu...
Quando busquei por ideias, vi uma espécie de tiro ao alvo, com prêmios variados dependendo a pontuação da pessoa. Se a pessoa conseguisse acertar todos os alvos, o que parecia ser muito difícil, ganhava um urso de pelúcia quase do meu tamanho.
Meus olhos brilharam.
-Você quer o urso? -ele me olhou, com um pequeno sorriso.
-Você faria isso por mim? -respondi alegre.
-Claro.
A arma de brinquedo era algo que fez Simon sorrir. Sem dificuldades, Simon acertou todos os alvos, deixando o homem que cuidava da atração, admirado.
-Uau, parabéns. -o homem me deu o urso gigante, me deixando sem jeito.
A pelúcia era pesada, me fazendo parecer uma criança animada com um brinquedo que acabou de ganhar.
-Ele é tão fofo... -abracei o urso, sentindo sua maciez em meu rosto.
-Agora terei que competir sua atenção com ele? -Simon perguntou enquanto apertou o braço do urso.
-Talvez. -dei uma risada-. Temos que ir na Legoland algum dia.
Ele concordou com um sorriso. Era bom ver como Simon concordava e gostava das ideias que eu estava tendo, e como isso deixava sua vida "normal".
Depois de aproveitarmos nosso tempo em alguns brinquedos, decidimos sentar em um banco, um pouco longe do movimento. O urso gigante permanecia sentado em meu colo.
-Fico tão feliz por estar aqui com você. -disse, enquanto colocava minha mão sobre a dele.
-E você não tem noção de como estou feliz por isso também... Foi doloroso permanecer longe. -ele me olhou com sinceridade.
Eu conseguia ver a dor em seus olhos; era visível que Simon não se perdoava, então eu fazia o possível para que ele soubesse que agora tudo estava bem.
-Prometa que nunca mais estará longe de mim. -me aproximei, colocando minha cabeça em seu ombro.
-Eu prometo. Não tem ideia de como as coisas são mais leves com você... mesmo você tentando se matar toda hora. -ele sorriu brevemente-. Não faça mais isso.
-Então não me dê ordens impossíveis de serem cumpridas. Quando você perceber o quanto me importo...
Mesmo com o urso atrapalhando, ele colocou a mão em meu cabelo e o acariciou com as pontas dos dedos, me deixando relaxada. Eu fechei os olhos e apenas quis aproveitar o momento.
Não havia ali troca de tiros, terroristas ou correria. Eu me sentia em paz comigo mesma e com Simon, coisa que não acontecia há muito tempo. Meus sonhos sempre se voltavam para esse momento que nunca acontecia, e agora estou aqui, com o homem que eu amo, sem nenhum tipo de empecilho. Nós dois nos machucamos tanto ao longo do tempo que esquecemos que poderíamos ser felizes.
Simon parece bem descontraído agora, como se nada no mundo conseguisse arruinar nossos planos. Era difícil aceitar, no entanto, que esses momentos sempre acabariam.
-Quer ir para a minha casa?
A voz rouca dele soou, quebrando o silêncio. Um breve sorriso surgiu em meu rosto.
-Quero sim. Posso levar o Riley para sua casa?
Simon estreitou os olhos, sem entender.
-É o nome do meu urso. -dei uma risada-. Olha o tamanho dele, ele precisava de um nome.
-Você não existe mesmo. -ele balançou a cabeça, comnum sorriso bobo-. Tudo bem, vou levar você... e o Riley para a minha casa.
O abracei, e logo enviei uma mensagem para a minha irmã, que segundos depois respondeu.

Você não perde tempo, Meg. Vá, aproveite.

***
Já na casa de Simon, coloquei nosso novo amigo Riley no canto de seu quarto, sentado.
-Isso vai me assustar à noite quando eu for dormir. -ele olhou fixamente para o urso.
-Sem essa, tenente... -revirei os olhos-. Ele é tão fofo e você tão resmungão...
-Chega. -Simon soltou uma risada enquanto me tirava seu quarto e me levava diretamente para o banheiro.
-Preciso de um banho. -ele disse, sorrindo-. Gostaria de tê-la comigo.
Um sorriso malicioso se formou em meus lábios enquanto observava seus movimentos pelo local.
Já no chuveiro, a água quente descia pelos nossos corpos, nos relaxando. Abracei Simon por trás, grudando nossa pele; seu corpo ainda estava um pouco tenso, então prontamente o acaricei.
Tantas cicatrizes... e mesmo assim continua perfeito, maravilhoso e até indescritível. Ele era até um pouco vaidoso com seu corpo, já que me encontrei tantas vezes com ele pela academia na base em St Asaph.
Apertei suavemente seus braços musculosos enquanto espalhava beijos por suas costas; ele não esperava por isso.
Simon se virou e me olhou, por alguns segundos.
Ele é tão alto. Acho que sempre tive uma queda por homens de tamanho gigante...
Engoli a seco enquanto me ajoelhava e olhava em seus olhos, que permaneciam curiosos.
-Meg...
Foi sua última palavra antes de respondê-lo com um sorriso e saborear seu pênis já duro. Ele era delicioso e do tamanho ideal mas grosso, algo que intensificou meu prazer quando transamos.
Simon grunhia e respirava rápido enquanto sua mão acariciava meu cabelo. Quando passei minha língua por toda a extensão de seu membro, seu corpo arrepiou.
Ele está totalmente em minhas mãos.
Inesperadamente, ele me puxou para cima, parecendo exausto. Não deu tempo de recuperar o fôlego, pois Simon devorou meus lábios em um beijo cheio de luxúria e pecado.
Ele me colocou contra a parede e levantou facilmente como se eu não pesasse nada. Cruzei minhas mãos pela sua nuca e minhas pernas em sua cintura. As mãos grandes e um pouco ásperas seguravam e apertavam minhas coxas, que tremeram esperando pelo que ele poderia proporcionar.
Senti a dor e o prazer me inundar enquanto Simon me penetrava. Era a melhor sensação do mundo, incrivelmente indescritível.
Coloquei a mão em minha boca, para abafar os gemidos, mas ele gentilmente a retirou.
-Eu quero ouvir você. -ele falou, mordendo meu pescoço.
-Quer que eu grite seu nome...? -respirei fundo, jogando minha cabeça para trás, fechando os olhos.
-Vai ser a única coisa que você saberá fazer depois de eu te foder. -Simon murmurou, enquanto colava nossos corpos, indo ainda mais fundo.
-Arrogante... -sussurrei, sorrindo.
E ele não estava brincando.
Eu não conseguiria relaxar até ter sido completamente obliterada por Simon Riley; meu corpo iria sucumbir com esse homem.
Ao aumentar o ritmo, a dor também aumentou, mas era suportável e maravilhosa. Eu gostaria de poder sentir essa sensação todos os dias até o fim da minha vida.
Simon grunhiu quando me preencheu com seu esperma. Foi glorioso.
-Eu te amo. -ele beijou minha testa, com um pequeno sorriso.
Uma das coisas que eu mais gosto nele: sempre me lembrar de que me ama.
-Eu também te amo, Simon. -respirei cansada-. Com isso todos os dias, poderei esquecer meus problemas de verdade.
-Estarei sempre ao seu dispor.
Bobo.
Balancei a cabeça, enquanto ele me abraçava.
***
Depois de nos secar, dei a sugestão de vermos um filme em seu quarto.
-Você escolhe. -Simon me entregou o controle, enquanto se deitava ao meu lado, passando um braço atrás dos meus ombros.
-Você não deveria ter dito isso, Sisi. -pisquei.
-Agora estou condenado pela eternidade com esse apelido. Estou perdido, perdido... -ele balançou a cabeça, brincando.
-O que acha desse? -apontei para a televisão.
Ele franziu as sobrancelhas, sem entender muito bem.
-É legal?
-Bem, é um filme de uma estudante que se apaixona por um vampiro que brilha no sol. É uma ótima pedida, vi esse filme várias e várias vezes na minha adolescência com Emily.
-Bem... -ele coçou a nuca-. Tenho a opção de recusar?
-Não. -segurei o riso.
-Estou perdido... -Simon bateu a palma na testa, e eu apenas ria da situação.
Abracei seu corpo enquanto o filme começava e ele tocava gentilmente meu rosto.
Eu não poderia desejar algo melhor do que isso. Simon estava bem e eu me sentia bem em sua companhia; a troca havia acontecido e nós dois estávamos maravilhados um com o outro.
Sua respiração calma me deixava tranquila e lembrava de que eu apenas deveria pensar em nós dois naquele momento.
Era ótimo pensar que eu havia soltado o amor que estava preso em meu coração, quase que enjaulado. Simon estava se sacrificando pouco a pouco também, se arriscando a amar alguém que poderia perder a qualquer momento; e eu iria me esforçar mais ainda para que seu coração nunca mais doesse novamente.

Don't Let Me Down.Onde histórias criam vida. Descubra agora