Megan

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Nas últimas semanas, eu estava sentindo que havia atingido meu pico de ansiedade; algo nunca antes sentido.

Era como se eu esperasse por um acontecimento ou uma notícia vindo de algum lugar, algo que eu não sabia sequer a origem.
Em uma noite, senti meu corpo tremendo e eu não consegui dormir, fazendo meu humor ficar péssimo na manhã que se seguia.

Minha saúde estava se deteriorando pouco a pouco...? Eu era a causadora disso?

Era bem nítida a preocupação que Simon sentia por mim, e eu apenas o tentava manter tranquilo de alguma forma, em vão.

***

O Coronel Vargas e sua equipe tiveram que voltar às pressas para o México depois de recolher dados; algo muito ruim estava acontecendo com os narcotraficantes à espreita no país, mesmo com a prisão de seus líderes.

-A equipe Bravo ficará comigo. Megan. -o  capitão me olhou-. Fique aqui nos painéis de controle de monitoramento.

Era de madrugada enquanto estávamos na sala de reunião do alojamento e todos focados no objetivo da missão: interceptação e destruição dos armamentos russos que Makarov enviou à Al-Qatala, para continuar fomentando a relação terrorista entre os dois e, principalmente o crime no Urziquistão.

-Kyle, Yuri e cadete Reed seguirão pelo lado leste e entrarão primeiro, seguidos por Matthew e Joseph. -ele continuou-. Eu, Ghost, Soap e a equipe de apoio de Nikolai estaremos no caminho do novo carregamento da AQ. Vamos destruir tudo.

A jovem Leo não parecia tão nervosa ou ansiosa em relação a isso. Ela, na verdade, parecia até mesmo esperar por esse momento por algum tempo.

Enquanto todos se preparavam, Simon se aproximou gentilmente e apertou de forma carinhosa minha mão.

Depois que nos casamos, Simon adquiriu um comportamento que jamais achei que ele seria adepto: de demonstrar afeto em público.
Era, lógico, que não íamos nos abraçar e nos beijar em frente de nosso batalhão ou nosso trabalho, por mais que fôssemos casados; não eram as condutas de um soldado.

Porém, sempre que ele tinha oportunidade, Simon ia até mim e me dava um abraço breve e apertava minha mão ou meu ombro, ou, mesmo, depositava um beijo em minha nuca quando não tinha ninguém olhando.

Essa era sua forma silenciosa de dizer "eu te amo".

-Ficarei responsável pelas comunicações, como nos velhos tempos. -me virei olhei para ele com um sorriso.

-Sei que vai querer me matar por dizer isso agora, mas fico aliviado de tê-la longe do campo agora. -ele soltou um suspiro.

-Vou ficar bem, amor. -sussurrei-. O que não consigo me acostumar até hoje é te ver enfrentando perigos.

-Penso exatamente a mesma coisa sobre você. -ele respondeu rapidamente, abaixando o olhar.

Nesse momento, olhamos ao mesmo tempo para Leo e Yuri, que estavam conversando sobre como seria a missão. Yuri deslizava o dedo sobre o mapa na mesa de aço enquanto Leo o acompanhava atentamente.

-Ela parece feliz em estar de frente para a batalha. -Simon comentou.

-Meus recrutas são corajosos. -respondi com um sorriso-. Faça os três voltarem para mim.

-Sim, senhora. -Simon murmurou. Pude ver que debaixo de sua balaclava, havia se formado um pequeno sorriso.

Ao terminar de arrumar meus equipamentos, fui conversar com Yuri e Leo sobre a missão.

-Vocês parecem ter um belo plano por aqui...-me aproximei e olhei para o mapa que eles discutiam.

-Temos, sim, senhora. -Leo me olhava, satisfeita com alguns trajetos que ela mesma havia feito.

Don't Let Me Down.Onde histórias criam vida. Descubra agora