Leo

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Devagar, abri os olhos.

Uma luz branca e intensa irradiou em meu rosto me forçando a fechar os olhos novamente, mas resisti.
Quando o borrão passou, pude sentir meu corpo se mexendo como eu queria.

Virei o rosto e observei o ambiente ao meu redor: era um quarto extremamente bem decorado e enorme.
Apertei os lençóis da cama e eram muito macios, assim como o travesseiro que minha cabeça repousava.

Passei a mão pelo meu corpo e percebi que estava com as roupas de minha última missão. As botas, no pé da cama, indicavam que alguém teve cuidado comigo.

Mas que droga... O que é isso...?

Me sentei na cama e minha respiração ficou irregular, como se eu tivesse corrido uma maratona sem descansar.
Passei a mão pela testa e olhei ao redor novamente: eu definitivamente não sabia onde estava.

Comecei a andar pelo local, com certo receio. As janelas eram enormes como as dos palácios dos filmes de princesa que eu adorava ver quando era criança.
Havia uma estante perto da cama, recheada com livros; todos os seus títulos eram escritos em letras diferentes, que eu me lembrava vagamente...

Russo...?

Todo o quarto era estonteante, me deixando refletir sobre onde eu estava.

A porta de madeira entalhada parecia um belo convite para a saída.

Apertei a maçaneta com força e girei, inutilmente.

É claro que vai estar trancada.

Bati meu punho na porta algumas vezes, com força, ouvindo alguém falar algumas palavras do outro lado.

-E-eu ouvi! -disse-. Sério, só preciso saber onde estou...

Nada.

Bati várias vezes na porta novamente, com mais força ainda.
Nesse momento, ela foi destrancada e um homem armado ficou parado à minha frente. Ele usava um uniforme tático preto e uma máscara preta, que cobria totalmente sua cabeça.

-Você vai... me deixar sair? -murmurei, com hesitação.

Ele parecia bem irritado.
Apenas fechou a porta e a trancou novamente, me deixando sem respostas.

Ótimo.

Fui até a janela e percebi que o vidro era bem forte.
Não conseguia ver pessoas "normais" no local; apenas seguranças armados andando de um lado para o outro enquanto patrulhavam a área.

Eu tô em um maldito complexo...

Abri o guarda-roupas e ele estava com algumas peças femininas, como vestidos e saias. Mas a maioria das peças eram roupas para frio, como jaquetas grossas para temperaturas abaixo de zero.

Caramba... Isso está muito estranho...

Cruzei meus braços e andei em círculos, pensando no que eu poderia fazer.

Até que a maçaneta girou e a porta foi aberta.

Assustada, olhei imediatamente: um homem alto, de cabelos pretos e terno, me observava fixamente. Ele parecia um pouco surpreso ao meu ver.

Passo a passo, ele se aproximou de mim, e eu apenas congelei onde estava.
Quando ele chegou perto o suficiente para que eu conseguisse ver seu rosto, percebi que seus olhos tinham cores diferentes; o esquerdo era verde e o direito, azul.

Dei alguns passos para trás e olhei para o homem que fazia a segurança da porta.

-Sente-se. -disse o homem de terno, apontando para a cama.

Don't Let Me Down.Onde histórias criam vida. Descubra agora