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O dia do casamento havia então chegado. Eu mal estava acreditando que o dia tão especial já estava bem na minha frente e não teria mais espera.
O que mais me deixou aflita em relação a isso, foi que toda a minha família, assim como eu, ficamos em Lowestoft, me fazendo ficar longe de Simon. Foi um período de tempo pequeno, apenas um dia, mas mesmo assim eu saberia que sua presença iria me deixar ainda mais tranquila.
Pela lei, eu já era Megan Taylor-Riley; na semana anterior nós dois já havíamos nos casado em cartório, o que já me fez chorar muito. Mas a consagração na igreja, a festa com todos os nosso amigos reunidos... Era outro nível de felicidade, quase transcendental.
Eu sei que ele vai estar bem, mas queria que Simon estivesse aqui, apenas para abraçá-lo e sentir seu corpo contra o meu. Bem, é verdade que vamos passar nossas vidas inteiras juntos, então um dia não é nada, mas mesmo assim... Megan, você precisa manter o foco.
Emily parecia ainda mais tensa com isso, porque não queria que nada desse errado no tão esperado casamento da irmã mais nova.
-Olha, Meg. -Emily apontou para eu observar através da janela-. O dia está lindo, sol raiando sem nenhuma nuvem no céu, tablados de madeira sendo montados... vai ficar perfeito!
Eu olhava silenciosamente para os homens e mulheres que trabalhavam desde a manhã montando a estrutura de nossa festa.
O cenário, assim como Emily falou, estava realmente encantador e Deus havia ouvido minhas preces para que não houvesse chuva ou tempo nublado; os fotógrafos teriam ótimos cliques.
-Preciso agradecer nossa tia Sarah por ter nos deixado fazer a festa aqui. -disse a Emily-. Ela também esta trabalhando muito para que tudo dê certo aqui.
-Não se preocupe com isso, Meg. -respondeu Emily-. Eu já fiz isso.
-De qualquer forma... eu preciso agradecer.
-Você é uma fofura mesmo, hein? -Emi deu um leve sorriso.
Respirei fundo e olhei novamente para a janela, imaginando como será a festa.
Faltavam apenas três horas para o casamento e o sentimento de friagem se espalhou pelo meu corpo, como se eu tivesse acabado de sair de uma nevasca. Minha pele se arrepiou e eu senti leves tremores em meus braços e pernas.
Preciso me acalmar... Eu sei que tudo vai dar certo, mas por que sou tão ansiosa?! Hmpf, droga... Acho que vou precisar de um chá de camomila.
-Filhas.
Olhamos para trás ao ver nossa mãe entrando no quarto, segurando uma xícara.
-Trouxe um pouco de chá de camomila para você, Meg. -ela foi até mim e entregou a xícara-. Você deve estar bem nervosa e nada melhor do que um pouco de calmante.
-Você leu minha mente, mãe. -respirei fundo e bebi um pouco do chá-. Eu quase não dormi nada...
-Você não teve seu sono de beleza, Meggie? -Emily colocou as mãos na cintura, me olhando como se estivesse em um interrogatório-. É a coisa essencial para uma noiva.
-Tenho que concordar com a sua irmã, Meg. -disse minha mãe.
Fechei meus olhos e mesmo sentindo minha garganta queimar, tomei o restante do chá em apenas um gole.
-Estou nervosa, bem nervosa. -disse, balançando a cabeça-. Eu achei que esse tipo de coisa era frescura de noivas ou algo do tipo, mas agora que eu sinto...
-Meg, olhe para mim. -minha mãe se sentou ao meu lado, na cama, me fazendo fazer o mesmo-. Isso é mais normal do que você imagina, e estar nervosa não significa que seu casamento vai dar errado. Sabe, eu também tive a minha festa de casamento aqui e casei na mesma igreja que você vai casar, e no dia eu estava tão nervosa que até desmaiei antes de entrar na igreja, filha.
-Uau. -disse Emily-. Viu, Meg? Se isso mexe até com nós, imagina com você que é a noiva? É normal, irmã.
-Obrigada vocês duas... É sério, eu me sinto tão aliviada por tê-las aqui. -fechei meus olhos e encostei minha cabeça no ombro de minha mãe.
-Vai dar tudo certo, Meg. -Emi se aproximou-. Vamos estar aqui por você.
***
Eu olhei no relógio e o ponteiro se mexeu: duas horas da tarde.
Faltava então exatamente uma hora para o casamento, e as palavras doces e o chá de camomila de minha mãe deram resultado; eu me sentia mais calma enquanto exercia as técnicas de respiração ensinadas por Emi.
Eu já havia colocado meu vestido e Emi tinha feito uma trança no meu cabelo na parte onde não estava raspada, logicamente; era simples e perfeito.
Eu estava sentada, de frente para o espelho do quarto, observando Emily se maquiar.
-Nossa mãe já está te esperando lá fora com nosso pai. -disse ela enquanto passava um lápis no olho.
Emi estava deslumbrante: todas as quatro madrinhas, ela e mais três amigas do meu trabalho, vestiriam azul-escuro e o vestido da minha irmã era belíssimo, definia seu corpo e parecia ter sido feito para ela. O comprimento era um pouco antes do joelho e tinha mangas curtas com pequenos detalhes em renda pela extensão do busto.
-Vamos lá? -ela levantou uma pequena bolsa redonda, que estava fechada. Era a fatídica bolsa de maquiagens da minha bolsa.
-Não quero usar maquiagem... Mas eu deveria? É o dia do meu casamento...-olhei para ela, preocupada.
Eu deveria usar algo que detestava, apenas para ficar "bonita" e nos padrões aceitáveis? Eu deveria engolir meu orgulho e ver que aquilo me faria bem por algumas horas?
-Não se preocupe, irmãzinha. -Emily abriu a pequena bolsa, revelando estar repleta por cremes e óleos para a pele-. Jamais vou fazer algo que a deixe desconfortável. Se não quiser usar maquiagem, está tudo bem, apenas quero te deixar com a pele macia. Aceita? -ela levantou a sobrancelha e me olhou pelo espelho.
-Você não existe mesmo. É claro que eu aceito. -dei um sorriso satisfatório.
-Que bom. -ela sorriu-. Mas antes, tem alguém esperando para te ver. Acho que não posso deixá-lo esperando por muito tempo.
-Quem? -olhei para trás, procurando por alguém.
Emily então deixou a bolsa na estante e desceu as escadas, chamando por alguém. Depois de alguns segundos, ela subiu com alguém que vinha a passos pesados. Observei o espelho por alguns momentos, até ver um homem... gigante ao lado de Emily.
Minha respiração falhou.
König...?!
Me virei e me levantei, vendo o gigante austríaco em minha frente. Emily nos observou e então resolveu nos deixar a sós por alguns momentos para conversarmos.
-König? -balancei a cabeça, sem acreditar.
-Isso é uma surpresa ruim? -sua voz grave trovejou e ele me lançou um sorriso.
Ele não estava nada diferente da última vez que nos vimos. König trajava uma calça preta formal, sapatos pretos casuais (e quase formais, fazia seu estilo) e uma camisa branca com suspensórios. Eu nunca sequer o imaginaria com essas roupas.
-Apenas não esperava por isso. -abri lentamente um sorriso enorme.
-Seu futuro-marido enviou o convite para mim e eu não poderia recusar comida de graça. -ele balançou a cabeça e então riu.
Simon... então era esse o seu amigo militar? Ele me enganou direitinho.
-Simon me disse que iria convidar um amigo... apenas pensei não seria você. -o olhei surpresa-. E fico muito feliz por isso... você está parecendo o James Bond versão gigante.
König deu uma risada contagiante e balançou a cabeça.
-Você está linda. -ele murmurou, tentando captar cada pequeno detalhe do meu vestido-. E mudou também. -König apontou para o meu cabelo.
-É, muitas coisas mudaram. -dei um leve sorriso-. Tantas coisas aconteceram...
-Eu imagino. -König rapidamente respondeu-. Soube das coisas que aconteceram e o fim de Phillip Graves. A única coisa que me arrependo, é de não estar no local quando esse verme morreu...
-Ele teve um fim merecido. Felizmente já não está mais entre nós. -acenei com a cabeça.
-Isso é ótimo. -König sorriu-. Bem, não quero falar desses assuntos bem no dia do seu casamento. Eu lhe trouxe um presente.
Antes que eu pudesse responder, König foi até o andar superior e voltou rapidamente com uma espécie de caixa grande embrulhada por um papel fino vermelho.
-König...-eu o olhei sem jeito.
-Vai, pode abrir. -ele insistiu, sorrindo.
Coloquei a caixa na cama e abri o embrulho, revelando ser uma maleta preta. Curiosamente, abri e vi algo que me surpreendeu.
Haviam tintas, pincéis e vários tipos e cores de lápis de cor; era de uma marca famosa (e cara!) da Alemanha.
-Mas König...-balancei a cabeça, feliz com o que estava vendo.
-Você está feliz, não adianta negar. -ele respondeu rapidamente-. Sei que ama artes e desenho, então nada mais justo...
O abracei forte pressionando seu corpo contra o meu.
Eu havia me esquecido o quanto König era alto...
-Eu não sei nem como te agradecer, é sério. -eu o olhei e então admirei mais um pouco seu presente.
-Apenas continue fazendo o que ama. Sei que fará desenhos e quadros muito bonitos com esses materiais e...
-Desculpe interromper, pessoal. -Emily surgiu-. Mas eu preciso terminar seu tratamento de pele, Meg.
König concordou com a cabeça e pediu desculpas.
-Eu irei para a igreja. -disse König-. Até logo.
-Até, König...-sussurrei ao vê-lo descer as escadas, mas tive a certeza que ele não me ouviu.
Depois de alguns minutos de Emily aplicando produtos e cremes em meu rosto, ela por fim, terminou. Me olhei no espelho e senti minha pele renovada, bela e sem nenhum cosmético que iria me incomodar. Era a Megan Taylor-Riley, pura e sem maquiagem.
-E agora por fim...
Emily foi até um outro cômodo da casa e voltou com uma caixa.
-Mais presentes...? -perguntei, balançando a cabeça.
-É, mas esse é essencial. -ela respondeu.
Ao abrir a caixa, estava um par de all-star brancos. Meu queixo caiu.
-Ah, isso é demais! -a abracei, e rapidamente coloquei os tênis.
Dei um pulinho de felicidade e meu sorriso só aumentou de tamanho. Era maravilhoso não ter que colocar salto alto e me sentir ainda mais desconfortável.
Emi realmente me conhece.
A última parte então foi colocada: o grande véu branco que ficou preso em meu cabelo.
-Ai, caramba, você está linda! -Emi suspirou.
Nós duas fomos até o andar inferior e Luis esperávamos por nós. Ele usava um terno preto e gravata vermelha; realmente muito encantador: Luis trocou algumas palavras conosco em espanhol e traduziu seus elogios, nos deixando sem graça.
Emily e Luis foram até a igreja no carro dele enquanto minha mãe e meu pai me admiravam sem acreditar.
-Olha, Joe... Nossa filha é uma verdadeira princesa. -minha mãe deu uma volta pelo meu corpo, vendo os detalhes. Meu pai foi até mim e pegou em minhas mãos, apertando suavemente.
-Você sempre foi e sempre será a minha princesa, independente do que vista. -ele sussurrou e deu um beijo em minha testa-. Você está está muito linda, MeeMee.
Senti as lágrimas que queriam descer pelo meu rosto mas respirei fundo, impedindo-as.
Minha mãe então me ajudou a entrar no carro e arrumar o enorme vestido, rumo à igreja.
***
A igreja ficava a apenas 500 metros de distância, e todo esse pequeno percurso foi o suficiente para o meu batimento cardíaco aumentar. Ao chegar no local, mal pude acreditar no que meus olhos viam.
Permanece o mesmo lugar, a mesma igreja que íamos rigorosamente todos os domingos... nada mudou.
Saí do carro com ajuda da minha mãe que ajeitou o véu e o vestido, me dando então o cheiroso buquê de rosas vermelhas. Ela então me perguntou se eu precisava de mais alguma coisa.
-Não, mãe, estou bem. -dei um sorriso.
-Então está bem. -ela sorriu também-. Vai dar tudo certo, filha.
Ela beijou minha bochecha e entrou na igreja, que apenas ver pela porta, me deu um panorama: tão bem iluminada e cheia das pessoas que eu amo... Seria tudo isso um sonho?
Peguei o braço do meu pai e subimos os degraus de pedra da igreja que eu tanto ia com a minha família na infância.
Quando subi o último degrau, lá no fundo, vi Simon me olhando. Meu coração acelerou na hora e minha mente ficou incontrolável.
Lá está ele, meu marido...
-Pai...-sussurrei-. Se eu cair, você vai me pegar?
-Meg, se você cair, eu também vou cair. -ele murmurou como resposta, me fazendo sorrir.
Respirei fundo e começamos a caminhar lentamente pelo longo tapete da igreja enquanto todos nos observavam atentamente.
Vamos lá, Megan... Você consegue, você é forte...
Os passos eram pesados e carregados com um sentimento impressionante e difícil de descrever, quase impossível.
Segurei o buquê com mais força e olhei para os convidados que ali estavam, todo sorrindo alegres enquanto os fotógrafos nos seguiam.
Nunca imaginaria ver König com roupas formais. E olhe só, o capitão Price ficou ótimo de terno! E fico tão feliz que Alejandro pôde comparecer ao nosso matrimônio.
Quando cheguei perto de Simon, meu pai beijou minha bochecha e entregou minha mão para Simon. O velho Joe Harris nos olhou antes de ir até seu lugar na igreja, ao lado de minha mãe.
Simon estava com um terno todo preto; apenas a camisa era branca e fazia esse contraste que o tornava ainda mais belo. Seus sapatos Oxford eram escuros e também demonstravam essa personalidade não tão formal do tenente Ghost.
-Você está perfeita. -Simon sussurrou com a voz pesada.
Sua voz...
Nesse momento acariciei seu rosto e limpei uma lágrima que caía. Esse momento foi o suficiente para arrancar toda a rigidez construída por Simon Riley durante anos, também me deixando ainda mais emocionada.
-Podem se sentar. -ordenou o padre, e todos assim o fizeram.
Enquanto o padre lia as passagens bíblicas e ministrava o casamento, meus pensamentos foram se acalmando pouco a pouco.
Mesmo Simon sendo protestante e a nossa família sendo católica, ele não se importou com isso e conseguimos quebrar todas as barreiras possíveis para que ambos pudessem superar as diferenças. Nosso amor era maior que tudo, eu tinha essa certeza.
-Você, Megan Taylor, aceita esse homem, Simon Riley como seu futuro marido, sendo fiel, e amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até o fim de seus dias? -perguntou o padre para mim. Simon me olhava, hipnotizado.
-Eu aceito. -abri um sorriso.
-E você, Simon Riley, aceita essa mulher como sua futura esposa, sendo fiel, e amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?
Simon deu um breve suspiro.
-Nem mesmo a morte poderá nos separar. -Simon olhou brevemente para o padre e então me encarou-. Eu aceito.
Nesse momento senti minha alma sendo encharcada por uma felicidade indescritível.
-O que Deus uniu, o homem não há de separar. -disse o padre.
Simon então retirou as alianças do bolso de sua calça e entregou para o padre, que fez sua benção. Após isso, peguei a maior aliança e coloquei delicadamente na mão esquerda de Simon, beijando-a gentilmente.
Simon então fez o mesmo, demorando um pouco mais no seu beijo, e então se levantou e me olhou sorrindo.
Depois da oração, bênção final e a assinatura do termo matrimonial, nos olhamos, frente a frente.
-Agora o noivo pode beijar a noiva. -o padre falou gentilmente.
Simon deu um passo em minha direção e sorriu ao pegar suavemente meu rosto e depositar um beijo em meus lábios enquanto todos comemoravam.
Era o beijo mais único de todos, a conexão era diferente, como se nosso amor tivesse sido elevado...
Esse é amor em sua forma mais pura.
Meu marido então pegou em minha mão e caminhou até o lado externo da igreja. Nesse momento então, fomos surpreendidos pelos convidados jogando pétalas de rosa para cima e em nossa direção. Ao olhar para o lado direito, vi Soap sendo o mais animado ao jogá-las em nós.
Parece que estou vivendo tudo e sentindo tudo isso tão intensamente... É como se todos esses sentimentos fosse multiplicados, me fazendo estar mais feliz ainda... É tão inacreditável, mas está acontecendo de verdade. O sorriso de Simon está enorme, eu nunca o vi tão feliz.
***
O dia continuava belo para a nossa festa em Lowestoft e todos os convidados estavam extremamente felizes. O céu azul e o sol brilhando de forma agradável parecia ser um presente divino...
Simon brincava com Price, Soap e Gaz, que diziam que agora ele teria mais um capitão... ou melhor, capitã para "omandá-lo".
De certa forma, eu gostava dessa ideia...
Enquanto eu via essa cena, Alejandro, sua esposa e seus dois filhos. Ele, assim como a esposa, Maria, me abraçaram e desejaram felicidades.
Maria era alta e trabalhava como modelo no México, o que explicava seu vestido bordô surpreendente e como ela andava bem com um salto alto bem fino.
-Estes são Manuel e Laura. -Alejandro me apresentou seus filhos que sorriram de maneira amigável para mim. Eles tinham sete e quatro anos, respectivamente.
-Olá, vocês dois. -os dois me abraçaram-. Fico tão feliz que vocês conseguiram vir... É muito importante para mim e Simon.
-Não deixaríamos de estar aqui, e também, precisávamos de umas férias. -disse o coronel Vargas.
-É verdade. -completou Maria, colocando uma mecha de seus cabelos pretos enormes, atrás da orelha-. Eu adoro a temperatura da Europa, não é tão quente quanto o México.
-Haha, bem! Eu e Simon vamos passar a nossa lua de mel no Havaí, eu adoro calor. -respondi, animada.
Nesse momento, Emily foi até nós.
-Oh, Emi, esse é o coronel Alejandro e a esposa dele, Maria. -apresentei os três.
Emi então os cumprimentou e me olhou sem acreditar.
-Don't call my name, Alejandro...-Emi começou a cantarolar-. Como assim você conhece um Alejandro e não faz isso?
-Emi...-balancei a cabeça.
-Não se preocupe, não é a primeira vez que isso acontece. -Alejandro sorriu-. Luna sempre faz isso comigo.
-Viu? -Emi levantou as sobrancelhas-. Agora vamos, pessoal, vamos comer.
Ela praticamente nos arrastou para a mesa.
***
Eu e Simon estávamos sentados lado a lado. Terminamos nossa refeição e bebemos um pouco de champanhe, um presente inclusive, dado pelo meu pai.
-Nunca havia experimentado esse. -Simon estava bebericando sua taça-. É delicioso.
-Eu sei, minha família tem um ótimo gosto. -pisquei.
-Convencida. -ele sorriu de forma maliciosa-. Bem, agora estamos casados aos olhos da lei e aos olhos de Deus... como se sente? Feliz?
-Está brincando, Simon? -eu olhei para os convidados que estavam distraídos e então para Simon-. É o dia mais feliz da minha vida, como se meu sonho se realizasse. Tudo é tão perfeito com você...
-Você é a minha vida, Megan. -ele beijou minha bochecha-. Você me faz feliz muito mais do que eu poderia sequer imaginar.
Dei um sorriso enquanto encostava a minha cabeça em seu ombro.
Queria que esse dia nunca mais acabasse.
Depois de cortar o bolo, começou então a saga de todos quererem dançar um pouco com a disputada senhora Taylor-Riley: primeiro foi o meu pai, depois König, Alejandro, Price e então Soap.
-Não se preocupe, Simon. -disse Price enquanto dançava comigo-. Apenas queremos ter um momento com ela antes de você a monopolizar para sempre.
Seu comentário nos fez rir.
-Fico feliz por vocês dois, sério. -Soap disse enquanto dançava.
-Obrigada, John. -abri um sorriso. Ele se surpreendeu pelo jeito que o chamei.
-Você nunca me chamou assim. -ele murmurou.
-Soap não é algo muito indicado para o momento...-levantei uma sobrancelha-. Ou prefere Soap mesmo?
-Você e Simon são as únicas pessoas que eu deixo me chamar de John. -ele me olhou com certa felicidade.
Bobo.
Soap então me entregou para o meu marido. Dançar com Simon e sentir seu corpo, seu cheiro, tão próximos de mim era maravilhoso... Nós dois combinamos tanto e nos completamos, e mesmo demorando para perceber isso, conseguimos resolver nossos problemas e superá-los para então, por fim, ficarmos livres para nos amar.
Eu pertenço a você e você pertence a mim, Simon, para sempre.
Após as danças, nós dois já estávamos nos preparando para pegar as malas e chamar um táxi para o aeroporto, mas Emi nos chamou.
-Ei, Meg! Você vai se esquecer do detalhe mais importante? -ela falou, apontando para o meu buquê.
Hm, é verdade!
Várias amigas e familiares se juntaram para então eu poder jogar o buquê. Quando todas estavam prontas, me virei de costas e iniciei uma contagem.
-Três, dois, um...
Joguei o buquê e ouvi gritos animados.
-Peguei!
Ao me virar, vi que Emi comemorava com o buquê na mão como se fosse uma taça de final de campeonato de futebol. Luis se aproximou da minha irmã e a abraçou, sem jeito.
-Pelo jeito, logo teremos mais um casamento na família...-disse Simon, olhando para Luis.
-O que acha, mi amor? -disse Luis, olhando para Emily.
-Você nem vai precisar me pedir...-Emi levantou uma sobrancelha.
-Vocês são impossíveis. -dei uma risada.
***
Depois de Simon me ajudar a tirar o vestido, colocamos roupas confortáveis e pegamos nossas malas, descendo para nos despedir de nossos convidados e esperar pelo táxi.
-Faltam três horas para o nosso voo. -disse Simon, olhando para o relógio.
Olhei para a janela; o crepúsculo, o fim do dia.
Quando fomos para fora da casa, o táxi havia acabado de chegar e com muita dificuldade, nos despedimos de todos ali; todos ali tinham importância para nós e faziam parte da nossa história de alguma forma. A pessoa mais difícil de ter se despedido foi König.
-Obrigada por ter vindo. Sério, senti falta do gigante austríaco. -disse a König enquanto o abraçava.
-Também senti falta de você, encrenqueira. -ele deu uma risada, me soltando do abraço apertando-. Desejo a vocês dois muitas felicidades.
É tão bom ver os dois se dando bem.
Depois de dizer adeus a todos, entramos no carro rumo ao aeroporto.
-Isso é tão maravilhoso...-disse, beijando a bochecha de Simon.
-Me sinto no paraíso. -ele respondeu rapidamente-. Obrigado por me proporcionar tudo isso, meu amor.
Balancei a cabeça e lancei um sorriso.
-Não me agradeça por isso. -dei um beijo rápido em seus lábios.
-Preciso. -ele sussurrou.
Encostei minha cabeça em seu ombro e respirei fundo, vendo nossas alianças douradas brilhando em nossas mãos esquerdas.
-Você salvou minha vida, Meg. -Simon continuou com um sussurro.
E você salvou a minha, Simon.
Fechei meus olhos e segurei forte a mão de Simon mão enquanto ele acariciava a minha gentilmente.
Seu toque é como estar no céu, Sisi.

Don't Let Me Down.Onde histórias criam vida. Descubra agora