Don't Let Me Down.

Leo

Já haviam se passado alguns dias desde meu último contato com Makarov.
Nós, obviamente, havíamos discutido sobre uma questão envolvendo minha equipe no Reino Unido.

Eu já estava extremamente cansada de sua tortura psicológica e havia criado um certo tipo de resistência à ela. Era claro que minha maior vontade era de simplesmente liberar Yuri e fugirmos daquele lugar o mais rápido possível, porém, enquanto isso não acontecia, eu me fortificava.

Me pergunto como devem estar meus companheiros... A senhora Taylor-Riley, o tenente Ghost... Sinto saudade até mesmo de Joseph me perturbando. E o capitão Price... Eu quero muito poder vê-lo novamente e ter a oportunidade de contar tudo o que está acontecendo.
Pense, Leo, pense... Tudo o que Price queria, é ter soldados mais responsáveis e acredito que adquiri isso através do pior jeito possível. É bem da forma que eu funciono...

Fui até a janela de meu quarto e olhei para fora, admirando o complexo gigante.
Flocos de neve caíam lentamente no chão, deixando o cenário ainda mais melancólico.

Meu pequeno momento de relaxamento foi interrompido por batidas na porta. Segundos depois, ela foi destrancada e Nikto me encarava.

-Hora de ir, garota. -sua voz rouca soou pelo cômodo.

Que ótimo...

-Para onde? -perguntei. Nikto nunca respondia minhas perguntas, ainda assim, eu insistia.

-Vai saber o roteiro com o motorista, não comigo. -ele respondeu, áspero.

De uma maneira ainda mais rígida, ele chamou minha atenção para que eu fosse rápida e saísse do local.

É óbvio que Makarov quer algo em relação a isso...

De forma rude, fui colocada dentro de um carro que estava no pátio da grande mansão.

Um soldado do complexo entregou uma folha de papel com algumas coisas escritas enquanto ele e o motorista conversavam sobre isso.

O motorista acenou com a cabeça e fechou o vidro.
Quando saímos do complexo, eu me surpreendi.
Era a primeira vez em tanto tempo de cativeiro que eu havia visto um lugar que não era aquela maldita mansão ou o quarto.

Enquanto admirava a paisagem e as pessoas passeando pela rua, o motorista falou comigo e ajeitou seu espelho para que ele pudesse me ver melhor.

-Senhorita...? -ele disse.

Essa voz...

Olhei para o espelho retrovisor e vi os belos olhos azuis de Yuri.
Não, não era uma miragem; e muito menos, eu estava ficando doida depois de tanto tempo no mesmo lugar.

-Yuri...? -sussurrei enquanto sentia meu coração acelerar.

-Sou eu, Leo. -ele me olhou brevemente e voltou seus olhos para frente.

-Mas como você...? -balancei a cabeça, tentando entender como ele havia chegado até esse ponto.

-Você esquece que sou um ex-agente da Spetsnaz. -ele deu um breve sorriso, convencido-. Sei que é difícil de acreditar, mas estamos a um passo de nos libertar do cárcere.

-Makarov vai nos achar...

-Então temos que ser rápidos. -Yuri apertou o volante-. Primeiro, eu iria te deixar em uma loja de roupas, loja essa que o próprio Makarov indicou. Depois você faria uma viagem de trem para Vostok.

Meu corpo todo tremeu de ansiedade e preocupação com a situação.
Mas eu precisava me controlar se quisesse que eu e Yuri saíssemos dessa situação que já se estendia há muito tempo.