*Samuel
2h00 A.M
Já se passavam das duas horas da manhã, observo Diana conversando com o homem ao seu lado, ela estava desconfortável e o homem insistia em tocar nela o tempo todo, seja no braço, ou no rosto ou na perna.
- Quer saber? Foda- se, você. - Jéssica fala irritada. - Porra, me chamou para sair para ficar secando outra mulher? Você é um filho da puta.
- Jéssica, espera. - suspiro. - Eu posso explicar. - a mulher cruza os braços e me encara, esperando. - Eu... - antes que eu consiga concluir a frase vejo o homem segurar o rosto de Diana e tentar beijar a mesma, ela tenta se levantar e se afastar, mas ele segura seu braço e a força a se sentar novamente. O mesmo sussurra algo para ela e Diana fica pálida. - Filho da puta.
Sem pensar duas vezes sigo até os dois e puxo Diana a colocando atrás de mim, sinto suas mãos trêmulas segurando meu braço e a minha raiva aumenta.
- Que porra é essa? - ele pergunta irritado.
- Ficou louco, porra? - pergunto e ele se levanta. - Não está vendo que a mina não quer nada com você?
- E quem é você?
- Não interessa, se encostar mais um dedo nela eu juro que arrebento sua cara.
- Gastei dinheiro com essa interesseira filha da puta e ela não vai nem me dar? - ele pergunta incrédulo.
Tiro algumas notas do bolso e jogo no peito dele.
- Tá aí a porra do seu dinheiro.
- O que você é dela, hein? Namorado? - ele pergunta e dá risada. - Porra, gorda desse jeito não se namora, só serve pra comer.
Ouço Diana gritar quando acerto o homem a minha frente com um murro, ele cai no chão e eu o soco novamente.
- SAMUEL!
- F-foi mal, cara. - o homem fala desesperado, já não era o machão de segundos atrás.
As pessoas começam a se aproximar do local e montar uma rodinha.
- Se eu sonhar que você se aproximou dela novamente vai perder todos os dentes da boca, me entendeu? - ele assente rapidamente, me viro para Diana que me encarava assustada. - Vamos.
Seguro sua mão e sigo para fora da boate, seguimos em direção ao carro e entramos, dou a partida.
- Sam, eu... - ela começa após alguns minutos em silêncio.
- Você está bem? - pergunto a interrompendo e ela assente.
- Me desculpa.
- Por que veio se encontrar com alguém sem avisar ninguém? E se eu não estivesse aqui, Diana?
- Eu não imaginei que ele seria assim, ele parecia ser... Diferente. - ela vira o rosto para encarar a rua, mas vejo uma lágrima escorrer.
- Onde o conheceu?
- Ele é cliente lá da loja e aparece por lá quase todos os dias e aí ontem ele me chamou para sair. - ela respira fundo. - Mas quando ele chegou na boate, ele estava diferente.
- Claro, Diana. - paro no sinal vermelho. - Ele só queria uma coisa de você. - falo, mas logo me arrependo ao ver a expressão em seu rosto, o sinal abre novamente. - Eu não quis dizer isso, eu só... - ela me interrompe.
- Está tudo bem. - a mesma força um sorriso. - Para onde vamos? - ela pergunta ao me ver virando a esquerda, um caminho diferente de sua casa.
- Não posso te levar para sua casa, seu irmão vai te matar.
- Então não vai contar para ele? - ela pergunta esperançosa.
- Vai fazer isso novamente? - pergunto e ela nega. - Olha, você não precisa se sujeitar a esse tipo de coisa.
- É fácil para você falar, você é homem.
- E o que tem?
- Porra, eu tenho vinte anos e nunca namorei, nunca achei alguém que se interessasse por mim. Minhas colegas de escola já estão casadas e tendo filhos e eu? Sigo parada no tempo.
- Mas está fazendo isso do jeito errado, você é boa demais para qualquer vagabundo e por isso ainda não arrumou ninguém, tudo tem seu tempo. - falo estacionando em frente a minha casa. - E outra coisa, esta fazendo isso por pressão ou porque quer?
- Eu só queria me sentir amada. - ela responde baixinho, como se fosse para si mesma.
- Você é amada, Di. - seguro o rosto dela, fazendo a mesma me olhar. - Sua família te ama, os meninos te amam e eu também.
- Não é esse tipo de amor, Sam.
- Você precisa parar de ser apressada. - resmungo e ela força um sorriso. - Vamos entrar.
Saio do carro e ela sai logo em seguida, abraçando o próprio corpo.
- O quê? - ela pergunta ao perceber que eu estava a encarando.
- Ainda sai com esses pedaços de pano e depois fica passando frio. - respondo, abrindo o portão.
- Isso se chama vestido. - ela fala rindo e entrando.
- Pra mim é um pedaço de pano. - tranco o portão e sigo até a porta da sala, abro a mesma e vejo Sérgio deitado no sofá.
- Eai Sam e... Diana? - ele pergunta confuso.
- Sérgio, sabe aquele favor que você estava me devendo? - pergunto e ele assente. - Vou precisar dele agora, Dinho não pode saber que Diana está aqui.
- Certo.
- Certo? Sem perguntas e nem nada? - Diana pergunta surpresa.
- É um favor, não questionamos. - Sérgio dá de ombros, mas logo cruza os braços e encara ela de cima a baixo. - Que roupa é essa?
- O que tem com a minha roupa?
- É que não tem roupa no caso né, esqueceu o resto do vestido em casa? - ele pergunta e eu dou risada.
- Vocês são insuportáveis. - ela resmunga.
- Quer tomar um banho? - pergunto e ela assente. - Pode ir para o banheiro, vou pegar uma toalha para você.
Ela assente e segue em direção ao banheiro, eu conheço o Dinho a mais de seis anos e convivemos diariamente um na casa do outro. Sendo assim, era comum de Diana vir e até dormir aqui em casa junto com o irmão, ela conhecia o imóvel como se fosse a casa dela.
- Samuel. - Sérgio me chama assim que eu entro em nosso quarto. - Sei que não fazemos perguntas referentes a favores, mas essa eu preciso fazer. - ele fala se escorando na porta.
- Diga. - abro o guarda-roupa e pego uma toalha limpa e uma camiseta.
- Você e a Diana... Vocês estão tendo algo? - ele pergunta de forma direta.
- O quê? Ficou louco, Sérgio? - fecho a cômoda e suspiro. - Ela é irmã do meu melhor amigo.
- É só uma pergunta, cara. - ele levanta as mãos em rendição. - Por conta do nosso combinado de não fazer perguntas referente aos favores, não vou te perguntar sobre essa mão machucada aí.
- É melhor. - falo e ele sai do quarto, sigo até o banheiro e quando vou bater na porta escuto um choro vindo do mesmo. Me apoio na parede e suspiro, espero alguns minutos e bato na porta. - Está tudo bem?
- Esta sim. - ouço o som da porta sendo aberta e Diana coloca apenas o rosto para fora. - Obrigada. - ela agradece quando estendo a toalha e a camiseta.
Tento pensar em algo para falar e confortar a mesma, mas nada me vem na cabeça.
- Vou estar na sala. - falo e ela assente, fechando a porta novamente.
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Escrito: 14.11.2023
Postado: 15.11.2023
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...