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*Diana

Meu coração estava acelerado e eu ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido, Dinho, Júlio e Bento voltaram a tentativa de atropelar os pedestres e Cláudia e Sérgio caminhavam em nossa frente. Samuel estava de mãos dadas comigo e era a terceira vez que eu pegava ele me encarando.

- O que foi? - pergunto sem graça e ele abre um sorriso.

- Você é linda. - ele responde e eu sinto meu rosto queimar, o mesmo para de andar e observa por alguns segundos Cláudia e Sérgio se afastando. - E agora eu não preciso mais esconder isso e posso falar na sua cara. - ele passa um dos braços por minha cintura, me puxando para mais perto e me beija.

- Odeio casal feliz. - escuto Sérgio e Cláudia falarem junto e nos afastamos.

- Ei, essa frase é nossa. - Samuel fala ofendido e eu dou risada.

- Vamos casal, a Cláudia quer um doce e nós vamos ali na feirinha. - Sérgio fala e Samuel acena com a mão, mandando eles irem logo.

- Podem ir, nós já vamos. - aviso e Sérgio revira os olhos.

- Crianças! - ele resmunga e eu escuto Cláudia dar risada.

- Que reviravolta a nossa vida deu em seis dias. - ele fala quando voltamos a caminhar. - Vou assinar com a gravadora dos sonhos e com os meus melhores amigos e agora me declarei pra mulher que eu amo e descobri que é recíproco.

- Meu Deus, só faz seis dias? Parece que tem quase um mês que tudo isso aconteceu. - falo e ele assente. - Como acha que nossos pais vão reagir?

- Acredito que vão ficar felizes, meu pai jurava que tínhamos um caso. - ele responde e eu dou risada. - E referente a banda eu acho que eles vão surtar de felicidade.

Chegamos na feirinha e Cláudia corre em direção a uma barraca de doces, puxando Sérgio com ela.

- A doida ali já foi atrás de comida de novo? - Dinho pergunta se aproximando com Bento e Júlio, os três ofegantes.

- Vieram correndo? - Samuel pergunta e Júlio assente.

- O Dinho atropelou um cara que tinha dois metros de altura e disse que não tinha enxergado ele por conta do tamanho do chifre, aí o cara queria bater na gente e a gente saiu correndo. - Júlio fala e eu encaro meu irmão incrédula.

- O que foi? Eu não menti. - ele dá de ombros. - Olha, tortinha de morango. - ele corre em direção a Cláudia e Sérgio.

- E o que aconteceu com a bicicleta? - Samuel pergunta e Júlio e Bento arregalam os olhos.

- PORRA, A BICICLETA. - Bento grita e ele e Júlio saem correndo.

- Devemos ir atrás? - pergunto e Samuel nega.

- É melhor não. - ele responde e eu dou risada, Sérgio, Cláudia e Dinho se aproximam.

- Pitchula, lá tinha torta de limão. - meu irmão fala mordendo um pedaço de torta de morango e estendo uma sacolinha pra mim. - Quer?

- Eu quero! - sorrio animada e pego a sacola, Samuel pigarreia e encara Sérgio.

- O quê? - ele pergunta confuso.

Samuel solta a minha mão e cruza os braços.

- O Dinho foi comprar doce e lembrou da irmã mais nova. - ele fala e Sérgio continua o encarando como quem não estava entendendo. - Cadê meu doce, Sérgio?

- 'Tá ali na barraquinha, é um e cinquenta o pedaço. - ele responde e eu dou risada.

- Eu divido com você. - falo e ele sorri e me dá um selinho.

- Não sei se vou me acostumar com essa cena. - Dinho fala fazendo uma cara de nojo e eu reviro os olhos. - Cadê os dois cabeçudos?

- Foram atrás da bicicleta que vocês abandonaram. - aviso e ele dá de ombros e volta a comer sua torta. - Eu acho que vou voltar para o hotel, estou ficando com frio. - aviso e Samuel me abraça.

- Eu também vou. - ele fala e Júlio e Bento se aproximam, esbaforidos.

- Conseguimos... Devolver... A bicicleta... Pro carinha... Que alugou... Pra gente. - Júlio fala com dificuldade e Sérgio da risada. - Mas ele cobrou vinte reais.

- Não era dois reais por trinta minutos? Ficamos com ela menos de vinte minutos. - Dinho fala confuso.

- O cara que você chamou de corno... É irmão dele, filho da puta. - Bento fala e chuta Dinho.

- Foi mal. - meu irmão da risada. - Cansei, também vou voltar pro hotel.

- Como vai ser a divisão de quartos essa noite? - Júlio pergunta já mais calmo e Dinho o encara.

- Você, Bento e Samuel em um quarto, eu e Diana em outro e Sérgio e Cláudia em outro. - ele responde confuso. - Por que seria diferent... Ah não, não, não e não. - ele se vira para mim e Samuel. - Diana vai dormir comigo e do meu ladinho, vou passar correntes ao redor dela.

- Para de ser besta, Dinho. - Sérgio da um tapa na cabeça do meu irmão. - Deixa o casal dormir junto, não seria a primeira vez mesmo. - ele fala e eu bato na testa.

- Não seria a primeira vez? - meu irmão pergunta.

- Valeu, Sérgio. - Samuel resmunga. - Esqueceu que eu dormi na cama dela de segunda para terça?

- Mas a Cláudia e o Sérgio estavam no mesmo quarto. - ele rebate. - Olha, eu ainda estou me recuperando da falsa gravidez. - meu irmão leva a mão até o peito, fazendo drama.

- Misericórdia, Dinho. - resmungo irritada. - Eu vou dormir no quarto do Samuel e você, o Bento e o Júlio que se virem.

Seguro a mão do Samuel e o puxo, mas consigo ver ele mostrando a língua e provocando meu irmão.

- Eu troquei suas fraldas catinguentas para você me tratar desse jeito? Viu como são essas crianças de hoje em dia? Que tristeza, meu Deus. - ele fala forçando uma voz de choro e eu dou risada.

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Escrito: 10.12.2023

Postado: 05.01.2024


Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora