*Narrador on
Domingo - 27 de junho de 1995
09h35 A.M
Diana acorda assustada ao ouvir um estrondo, ainda com o coração acelerado ela olha para o lado e vê Sam que também havia acordado com o barulho.
- O que foi? - ele pergunta ainda atordoado.
- Vocês também ouviram? - a voz de Cláudia se faz presente no quarto e Diana vê que ela e Sérgio estavam dormindo na cama do mais velho.
- Eu acho que até o vizinho ouviu. - Sérgio resmunga.
- ATRASADOS. - Júlio grita ao entrar no quarto, assustando os quatro presentes. - ESTAMOS ATRASADOS, PORRA.
- Atrasados pra quê, praga? - Samuel resmunga.
- TIO JOÃO... GRAVADORA... RICK. - Júlio responde desesperado e sai do quarto.
- Puta que pariu. - Sérgio resmunga e se levanta rapidamente, quase derrubando a namorada. - Foi mal, amor.
Ele sai do quarto correndo e Samuel revira os olhos. Diana que já estava aconchegada nos braços do namorado novamente, suspira ao perceber que teria que levantar.
- Eu queria ficar aqui. - ela resmunga e Sam da risada.
- Eu também, amor. - ele beija a testa da mesma e ela se senta na cama, emburrada. - Mas precisamos ir.
- 'VAMO LOGO. - Júlio passa pelo quarto gritando.
- Eu vou bater nesse menino. - Cláudia resmunga irritada e Diana da risada.
A manhã do grupo de amigos foi corrida até todos tomarem banho, se arrumarem e finalmente saíssem de casa. Chegaram no estúdio de Rick com quinze minutos de atraso.
- TIO JOÃO. - Dinho cumprimenta o homem que estava com cara de poucos amigos com um abraço apertado. - Como vai essa força?
- Não pergunta da força dele, Dinho. - Júlio fala dando um tapa no amigo. - Com essa cara de bravo ele vai querer demonstrar a força dele na nossa cara.
- Foi mal o atraso, tio João. - Diana se aproxima do homem e da um abraço rápido no mesmo. - Ontem foi meu aniversário e nós ficamos acordados até tarde.
- Tudo bem. - ele sorri para ela e Dinho o encara incrédulo.
- Por que ela você perdoa? - ele pergunta e João da risada.
- Não estou bravo, crianças. - ele descruza os braços e olha para Rick, que observava tudo em silêncio. - Estou preocupado.
- O que aconteceu? - Sam pergunta e Rick suspira.
- Vira-vira vazou. - ele fala e os meninos o encaram assustados.
- Meu filho emprestou a fita para uma amiga, que emprestou para um amigo e aí quando eu menos esperava a escola inteira do pirralho está cantando Vira-vira. - João fala frustrado. - Precisamos gravar essas músicas para ontem, meninos.
- Tio João e se nós usássemos o que já temos gravado? - Bento sugere. - Já que temos urgência.
- Ainda tem as gravações? - João pergunta para Rick e o mesmo assente. - Ao todo vocês tem quantas músicas?
- Temos Vira-vira, Robocop Gay, Lá vem o Alemão, Cabeça de bagre II, Mundo Animal e Sábado de sol. - Bento responde. - Mas temos o rascunho de mais algumas.
- Ótimo, então usamos essas que já temos gravadas, mas vocês precisam compor mais músicas. - ele fala e os meninos assentem. - Precisamos de no mínimo dez músicas para lançarmos o álbum.
*Uma semana depois.
Segunda-feira - 05 de julho de 1995.
16h45 p.m
Dinho segue para a sala e vê a irmã assistindo televisão.
- Escrevi uma música. - ele fala entregando o papel para Diana.
- Você não estava no banheiro? - a garota pergunta confusa e ele assente, ela logo faz uma cara de nojo e devolve o papel para ele que dá risada, mas logo pega o papel novamente e lê a letra. - Não acredito que você escreveu sobre o jumento.
- Ele foi um marco importante na nossa história. - ele fala e ela dá risada.- Mas a música ainda não tem nome.
- Logo você tem alguma ideia. - ela devolve o papel para ele e suspira.
- O que você tem? - Dinho pergunta desconfiado. - Esta toda estranha aí.
- Estou cansada.
- Cansada do que? - ele pergunta confuso. - Nós acordamos duas horas da tarde.
- Eu não sei explicar. - ela suspira novamente. - Que horas vamos ir encontrar os meninos?
- Sabia que esse mau humor tinha haver com o corno do seu namorado. - ele revira os olhos. - Vamos daqui a pouco, não vai se trocar?
- Por que? - ela pergunta e olha para si mesma, estava com um shorts jeans e uma camiseta branca de Dinho que tampava o shorts jeans.
- Você tomou banho e colocou o pijama novamente. - ele fala cruzando os braços.
- Mas é sua camiseta.
- E adianta eu falar que é minha? Você usa pra dormir. - ele resmunga e Diana da risada.
- Eu estou de shorts, cabeçudo. - ela levanta a camiseta e mostra o shorts jeans. - Eu pelo menos tomei banho e você?
- Eu tomei banho ontem. - ele responde e ela joga uma almofada na cara dele. - Estou brincando, vou tomar banho e nós vamos.
- Vão para onde? - José pergunta ao entrar na sala.
- Papai! - Diana se levanta e corre em direção ao pai, abraçando o mesmo.
- Papai! - Dinho imita a voz da irmã e corre em direção ao pai também, Diana belisca o mesmo quando se solta dos braços do pai. - Aí, praga.
- Para onde vocês vão? - José pergunta após soltar os filhos.
- Para casa dos Reolis. - Dinho responde. - Vamos ensaiar.
- Estão ensaiando bastante. - ele fala e encara os filhos. - Não vejo mais vocês em casa e quando estão em casa estão dormindo.
Dinho e Diana trocam olhares repletos de culpa entre si, com a correria que tinha sido a última semana e todos se reunindo todos os dias para compor e ensaiar, eles não perceberam que estavam distantes da família.
- Foi mal, pai. - Dinho coça a nuca nervoso. - Estamos correndo tanto que nem reparei que você estava sentindo nossa falta.
- Mas é claro que sinto falta de vocês. - José fala em um tom ofendido. - Nunca mais nós fizemos uma noite de cinema, vocês costumavam passar mais tempo com os velhos aqui.
Diana sente o coração apertar ao ouvir o pai e suspira.
- Não é assim também, pai. - Dinho fala e o pai assente.
- Mas eu tenho que entender que vocês estão crescendo e isso faz parte, eu vim em casa só para buscar um documento, estou prestes a vender uma casa. - ele fala e segue em direção ao quarto, em poucos minutos ele volta com uma pasta e se vira para os filhos que ainda estavam na sala. - Bom, como acredito que vocês vão ensaiar, já vou me despedir. - ele beija a testa dos dois. - Fiquem bem e juízo, a mãe de vocês está na casa da sua tia, mas logo volta.
- Bom trabalho, pai. - Diana fala ao ver o pai se afastar e sair, fechando a porta da sala. - Estou me sentindo culpada.
- Eu também. - Dinho suspira frustrado. - Mas tive uma ideia.
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Capítulo escrito: 01.01.2024
Capítulo postado: 18.01.2024
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Roman pour AdolescentsO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...