*Narrador
O filme já estava nas cenas finais quando Samuel abriu a porta do quarto, ele sorri ao ver a cena. Sérgio estava sentado e com as costas apoiadas na cabeceira da cama, Diana estava deitada ao seu lado e com a cabeça apoiada em seu peito e ele acariciava seu cabelo.
- Faz tempo que ela dormiu? - Samuel pergunta e Sérgio nega. - Vou tomar banho. - ele avisa e entra no banheiro.
O rapaz toma um banho e rápido e em poucos minutos sai do banheiro já trocado, Sérgio levanta com cuidado ao ver o irmão e apoia a cabeça de Diana no travesseiro.
- Você sabe o que temos que fazer, não sabe? - ele pergunta e Samuel assente. - Certo, amanhã conversamos sobre... Boa noite, Sam.
- Boa noite, Sérgio. - ele fala e observa o irmão sair do quarto, apagar a luz e fechar a porta. Samuel segue até a cama e se deita ao lado de Diana a abraçando, automaticamente a garota se aninha em seus braços e suspira. - Te acordei?
- Não. - ela responde baixinho. - Sam? Eu não quero ser um peso na sua vida.
- O quê? Do que você está falando?
- A revista... Eles tem razão. - ela respira fundo antes de continuar. - Agora que vocês estão ficando cada vez mais famosos, talvez você devesse... - ele a interrompe.
- Não termine a frase, Diana! - ele fala e ela suspira. - Eles não tem razão, eu amo você e não vai ser uma manchete duvidosa que vai mudar meu sentimento, entendeu?
- Entendi. - ela responde e ele a aperta em seus braços.
- Eu amo você e vou fazer você entender isso. - ele fala e beija sua testa.
A noite para o casal foi tranquila e Diana finalmente conseguiu dormir depois de uma semana. Ela acorda no dia seguinte com a claridade que começava a entrar pelas frestas da janela, a mesma se levanta com cuidado para não acordar Samuel e segue até o banheiro.
Após escovar os dentes e tomar um banho rápido, ela sai do quarto e desce as escadas, indo em direção a cozinha.
A casa estava em silêncio, dando a entender que todos ainda estavam dormindo. Ela olha para o relógio na parede e vê que o mesmo marcava seis e meia da manhã, daria tempo de fazer o que ela tinha em mente.
Arrependida pelo que aconteceu ontem, ela começa a preparar um café da manhã para os amigos. Vai a padaria e compra pães, frios e assados e ao voltar ainda faz um bolo de chocolate.
Serve a mesa, lava e guarda a louça e ao olhar para o relógio ainda eram nove e quarenta da manhã.
- Bom dia. - a voz de Cláudia ecoa no cômodo, chamando a atenção de Diana.
- Bom dia. - Diana responde sem muita animação e guarda algumas coisas na geladeira.
- Di, precisamos conversar.
- Não, não precisamos. - ela fala ao fechar a geladeira. - Você não quer falar comigo e eu entendi isso, não force uma conversa a qual não quer ter por conta do que aconteceu ontem.
- Você não entende, Diana... Eu estou fazendo isso pro seu bem.
- Pro meu bem? Como me afastar de você é algo pro meu bem? Você é a minha melhor amiga, Cláudia e do dia para a noite começou a agir como se fosse minha inimiga... Eu precisei de você e você... - Diana engole em seco e desvia o olhar para o chão, tentando evitar que as lágrimas que acumulavam em seus olhos escorressem por seu rosto.
- Eu sei o que fizeram com você, Diana. - Cláudia fala e Diana a encara assustada. - Eu sei o que aquele filho da puta... - ela respira fundo. - Eu sei!
- Como você sabe?
- Eu estava te ignorando porque eu não conseguia olhar pra você e pensar no que poderia ter acontecido aquela noite, mas aquele dia no hospital... Eu decidi que iria conversar com você e então eu vi ele te arrastando pra dentro do quarto, eu ouvi ele te ameaçando e quando ele saiu... - ela suspira. - Quando ele saiu, ele me ameaçou dizendo que se eu contasse para alguém o que vi ou ouvi, que ele machucaria você e Deus sabe que eu não posso perder você.
Cláudia estava em prantos, suas mãos estavam trêmulas quando Diana as segurou.
- Cláudia...
- Eu não conseguia falar com você ou ficar ao seu lado porque a culpa me dominou, eu deveria ter corrido, deveria ter entrado no quarto quando ele te ameaçou, eu... - ela é interrompida pela amiga que a abraça. - Me perdoa, Di! Por favor, me perdoa... Eu não posso perder você.
- E não vai, eu prometo. - Diana fala ao soltar a amiga e limpar suas lágrimas. - Está tudo bem, vai ficar tudo bem. - ela força um sorriso para a amiga.
Ambas se abraçam novamente e ficam abraçadas por alguns minutos, compartilhando da mesma dor e do mesmo pranto. Saber que mais alguém sabia, aliava o coração de Diana, mas saber que Cláudia também tinha sido ameaçada a deixava com raiva.
- O que vamos fazer agora? - Cláudia pergunta já mais calma.
- Eu vou contar pro Sam! - Diana fala e Cláudia a encara. - Eu não me importo com essas fotos, quer dizer, me importo... Mas não quero esconder nada do meu namorado ou dos meus irmãos.
- Eu vou estar com você. - Cláudia fala e Diana sorri. - Quando quer contar?
- Amanhã? - ela pergunta receosa. - Hoje é domingo e considerando que eu acabei com o sábado de todos, queria dar paz para eles.
- Você não acabou com o sábado de ninguém, Diana! - Cláudia fala de forma séria e a amiga suspira. - Nós já passamos por isso uma vez e vamos enfrentar agora também, você não está sozinha.
- Eu sei. - ela força um sorriso para a amiga. - Eu te amo, Clau.
- Eu também te amo, Di.
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Capítulo escrito: 28.03.2024
Capítulo postado: 28.03.2024
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...