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*Diana

Sigo para o banheiro rapidamente, entro no mesmo e abro a torneira da pia, me abaixo e jogo uma água no rosto.

-  Idiota, você é uma idiota. - resmungo sozinha, quando me levanto vejo pelo reflexo do espelho Sérgio me encarando. - Que susto!

- Você gosta dele. - Sérgio fala de forma séria. - Você gosta do Sa... - antes que ele conclua a frase, puxo ele pra dentro do banheiro e fecho a porta.

- Cala a boca.

- Eu sabia, eu sempre soube.

- Sabia nada. - resmungo e ele sorri.

- Eu te conheço melhor do que você imagina. - ele sorri convencido. - Você sempre gostou dele, desde o dia em que nos conhecemos e isso faz mais de dez anos.

- Fica quieto, Sérgio. - me sento na privada e ele dá risada. - Não tem graça.

- Tem e muita. - ele sorri radiante. - Minha irmãzinha está apaixonada pelo meu irmãozinho e... Não, essa frase ficou estranha demais.

- Olha aqui, se você... - sou interrompida pela porta do banheiro sendo aberta e Cláudia entrando.

- Meu namorado e minha melhor amiga presos no banheiro e sozinhos, se eu não soubesse que vocês estão falando do Samuel, eu... Aí, porra. - ela resmunga quando jogo o rolo de papel higiênico na mesma.

- Boca de caçapa. - resmungo e ela suspira.

- Eu não sei disfarçar e você também não ajuda, seus olhos brilham quando você fala com ele e... Você precisa contar pra ele, Diana. - ela choraminga. - Uma hora ou outra você vai ter que aceitar que gosta dele.

- Aceitar, aceitar, eu não vou aceitar nada. - me levanto e passo as mãos no rosto. - Vocês precisam jurar que não vão contar nada para ele.

- Conta de uma vez, todo mundo sabe que o Sam também... - Sérgio segura o rosto da namorada e a beija. - Perai amor, que estou conversando, como eu estava dizendo, todo mundo sabe que o Sam... - ele a beija novamente e segura seu rosto com mais forca, ela o encara confusa, mas logo força um sorriso e se afasta. - Ah tá, tá bom, já entendi.

Ele a solta e eu os encaro confusa, mas resolvo ignorar.

- Prometam que não vão falar nada, por favor. - peço juntando as mãos e eles suspiram.

- Me dê um motivo plausível. - Sérgio fala de forma séria.

- Por que... Eu ainda não estou pronta e não quero estragar a nossa amizade, eu quero que ele goste de mim e... Por favor, não contem nada.

- Nós prometemos. - Sérgio fala e olha para Cláudia que suspira.

- É... Prometemos. - minha amiga resmunga, me aproximo dos dois e os abraço.

- Eu amo vocês.

- Também te amamos, pitchula. - Sérgio sorri, ele se vira e abre a porta assim que nos soltamos.

A cena que tivemos foi Dinho, Bento e Júlio nos encarando.

- Posso participar do que vocês estavam fazendo aí? - Bento pergunta com um sorriso no rosto.

- Cala a boca, japonês safado. - Júlio fala dando um tapa na cabeça do mesmo. - Então...

- Vocês ouviram tudo? - pergunto receosa e eles assentem. - Mas que porra. - bato na testa.

- Por que não me contou? - Dinho pergunta e eu suspiro. - Eu já sabia, mas por que não me contou?

- Ah claro, olha irmão eu estou apaixonada por um dos seus melhores amigos, vamos comer um macarrão? - pergunto de forma cínica e eles dão risada, menos Dinho que continua sério.

- Quem está apaixonado por quem? - Samuel pergunta se aproximando e me fazendo entrar em desespero.

- Eles. - puxo a cabeça de Cláudia e Sérgio e os empurro um contra o outro, fazendo os dois baterem a cabeça. - Olha que casal bonito.

- Misericórdia, quebrou a cabeça dos dois. - Bento fala rindo.

- Por que vocês estão todos no banheiro? - Samuel pergunta confuso.

- Minha pressão caiu de novo e eles vieram me ajudar. - minto.

- Nossa e eu só fui buscar uma camiseta. - ele fala e segue para a sala, Cláudia, Sérgio, Bento e Júlio seguem o mesmo.

- Iria me contar? - Dinho pergunta e eu nego.

- Eu não ia contar pra ninguém, Dinho. - suspiro. - Eu não queria gostar dele, porque sei que não é recíproco. - meus olhos marejam e meu irmão me abraça.

- Ô CAMBADA. - escuto Júlio gritar da sala, Dinho me solta e passa a mão no meu rosto, limpando a lágrima que insistiu em escorrer.

- Vamos. - ele fala e eu assinto, seguimos para a sala e eles estavam conversando animadamente.

- Pintou um show pra gente lá no Boqueirão. - Júlio fala explicando a animação dos outros. - Hoje a noite ainda, ou seja, saímos daqui... Meia hora.

- Misericórdia, preciso ir pra casa buscar roupa. - Cláudia fala se levantando rapidamente, Sérgio a puxa para seu colo novamente.

- Tem algumas roupas suas aqui, amor. - ele fala e ela sorri.

- É verdade. - ela segura o rosto dele e o beija, me fazendo revirar os olhos.

- Odeio casal feliz. - eu e Samuel falamos juntos e eles dão risada.

- E como vamos? - Bento pergunta.

- De Brasília, ué. - Dinho responde como se fosse óbvio.

- Certo, então todo mundo indo buscar as roupas e coloquem uma bíblia na mala, para orarmos para a Brasília não parar no meio da viagem. - Júlio fala e eu dou risada.

...

Saio do banheiro enrolada em uma toalha e entro no quarto vendo o Dinho arrumando as roupas.

- Já peguei algumas roupas suas, pitchula. - ele fala e eu assinto, abro o guarda-roupa e pego um shorts jeans.

- Dinho, posso usar sua camiseta preta? - pergunto e ele assente.

- Eu não entendo porque você gosta tanto de usar minhas camisetas. - ele fala rindo e  colocando as roupas dentro da mochila.

- São largas e não marcam o meu corpo. - falo e ele para e me encara de forma séria.

- E desde quando marcar seu corpo é um problema? - ele pergunta e eu me sento na cama.

- Eu não gosto do meu corpo, Dinho. - respondo e ele revira os olhos.

- Já falei que isso aí é besteira e você é linda de todos os jeitos, até descabelada e com um bafo de urubu.

- Você diz isso porque é meu irmão, cabeção. - falo e ele dá risada. - Agora vai tomar banho e deixa eu me trocar.

- Tomar banho? Mas eu já tomei ontem.

- Vai logo, Dinho. - resmungo e ele da risada, saindo do quarto.

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Escrito: 23.11.2023
Postado: 17.12.2023

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora