*Samuel
Terça-feira - 06 de Julho de 1995
16h15 P.M
Estávamos na lanchonete já tinha alguns minutos e nada do João chegar. Então resolvemos adiantar os nossos pedidos, Diana estava sentada ao meu lado e com a cabeça deitada em meu ombro, mas estava de mãos dadas com Cláudia como uma forma de conforto.
A amizade das duas era a mais pura e sincera que eu já tinha visto em toda a minha vida, ambas se tratavam da mesma forma que eu e Sérgio nos tratávamos, eram irmãs de consideração.
- Vou zoar com a cara dele. - Dinho fala mordendo o terceiro pão de queijo. - Ele sempre reclama dos nossos atrasos.
- Da um tempo pro cara. - Bento fala e dá risada. - Daqui a pouco ele desiste da gente por conta das palhaçadas.
- Estamos de contrato assinado, burro. - Dinho da um tapa na cabeça do japonês. - Não tem como eles desistirem da gente.
- E eu acho que ele já acostumou com as brincadeiras. - falo e sinto alguém parar ao meu lado, me viro e vejo João.
- Já sim, de algumas eu até gosto. - ele fala se sentando ao lado de Júlio.
- Oi, tio João. - falamos em uníssono e ele sorri.
- Tenho noticias boas. - ele fala apoiando os braços na mesa.
- Nós também, escrevemos uma música nova. - falo e ele assente.
- Maravilha, então vamos começar pelas músicas. - ele olha para Dinho que comia mais um pão de queijo e o olhava atentamente.
- Quer? - Dinho oferece e ele nega, dando risada.
- Conversei com o Rick e ele me mostrou o que tem gravado, vamos usar aquelas gravações mesmo, mas vamos fazer a mixagem em outro lugar.
- Onde? - Júlio pergunta curioso.
- Los Angeles. - ele responde e nós ficamos em silêncio por alguns segundos, mas logo caímos na gargalhada.
- Fala sério, tio João. - Sérgio fala rindo. - Los Angeles é algum bairro aqui de São Paulo?
- Não, eu quero dizer Los Angeles mesmo, lá nos Estados Unidos. - ele insiste e eu arregalo os olhos.
- Você está brincando? - pergunto e ele nega. - Puta que pariu, na terra dos gringos mesmo?
- Sim, vou ter que desenhar para vocês entenderem que vão para os Estados Unidos?
Foi o tempo dele terminar a frase para levantarmos e pularmos como uns doidos, atraindo a atenção dos demais clientes da lanchonete.
- LOS ANGELES, PORRA. - Dinho grita me abraçando, mas logo para e encara o chão. - Meu Deus, como que vai pra Los Angeles?
- De avião, cabeçudo. - Júlio responde e eu não consigo evitar o sorriso que se forma em meu rosto.
- Vamos de avião. - falo para Diana e ela sorri e me abraça.
- Parabéns meu amor, vocês merecem. - ela beija o meu rosto.
- Voltem aqui, deixem eu terminar de falar. - João fala e eu dou risada e volto a me sentar, assim como os outros meninos. - Todos vocês vão, incluindo vocês duas. - dessa vez é Cláudia e Diana que arregalam os olhos, as duas se encaram e depois encaram o homem a nossa frente.
- É sério? - Diana pergunta levando a mão até o peito.
- Claro, vamos fazer um show para o pessoal da gravadora lá e eu preciso de vocês para dançarem em Vira-vira.
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
JugendliteraturO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...