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*Narrador

Diana o encara atônita tentando raciocinar o que o namorado havia acabado de lhe falar. Samuel tinha um sorriso radiante no rosto e foi o suficiente para Diana se jogar em seus braços e ouvir a gargalhada gostosa do namorado.

- Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu. - ela xinga animada e ele continua rindo. - Meu Deus. - ela segura o rosto dele e o enche de beijos. - Obrigada, Deus... Obrigada, pai.

- Vamos tocar no Thoumeuzão. - Samuel repete e suspira aliviado, um suspiro que ele prendeu por anos e a Diana sabia.

Agora não existia mais dúvida ou receio, o sonho estava completo.

- Ô NAREBA, PODE DEVOLVER A MINHA IRMÃ? - eles escutam Dinho gritar e dão risada, Diana sela os lábios de Samuel mais uma vez antes de saírem do banheiro e seguirem até o pessoal.

- Porque ele que tem que devolver ela? Já parou pra pensar que ela que pode ter sequestrado ele? - Sérgio pergunta e pega um pedaço de carne. - Olha a cara da meliante. - ele aponta para Diana.

- Minha irmãzinha não faria mal a uma mosca. - Dinho resmunga.

- Meu irmãozinho também não. - Sérgio retruca, os dois se encaram e caem na risada.

- Eles podem saber que eu sei? - Diana pergunta e Samuel assente, foi o suficiente para ela saltitar até o irmão e pular em seus braços.

- Contou pra ela, não é? - ele pergunta abraçando a mesma e encarando Samuel.

- Contei. - ele responde e dá risada.

- Contou o quê? - Cláudia pergunta entrando na área com as meninas atrás da mesma. Ela tinha um patinho nas mãos e comia a maionese que a mãe de Júlio tinha feito.

- Estão todos aqui? - Júlio pergunta olhando ao redor. - Cadê a pirralha da minha irmã?

- Estou aqui, chato. - Paula resmunga e se aproxima com o irmão de Bento.

- Bom, com todo mundo aqui acho que podemos falar. - Bento fala e suspira. - Nós vamos acabar com a banda.

- O QUÊ? - o grito uníssono dos pais fez com que o japonês caísse na porrada.

- A vontade que eu tenho de quebrar a cara desse filha da puta é enorme. - Sérgio fala passando a mão no rosto e Dinho da risada. - Ele ainda vai infartar os velhos.

- Velho é seu pai, Sérgio. - Juliano, o pai de Júlio, fala olhando para o amigo e eles caem na risada.

- Falem logo. - Paula resmunga é cruza os braços fazendo o irmão dar risada.

- Nós queremos contar que... - Dinho começa a falar, mas para ao ver Cláudia se deliciando com a maionese. - Ô mãe, porque ela pode comer antes da meia noite e eu não? - ele pergunta encarando a mãe e Sérgio revira os olhos e da risada.

- Porque ela está grávida, meu filho. - Maria responde e Dinho faz careta.

- O dia que eu engravidar também vou fazer tudo o que eu quero. - ele resmunga.

- E você lá vai engravidar, Dinho? - Manoel pergunta e ele assente.

- Eu e a Valéria somos um só, então quando ela engravidar eu também engravido. - ele responde e Diana da risada.

- Fala logo pelo amor de Deus. - ela pede e dá um tapa no braço do irmão.

- Nós vamos tocar no Thoumeuzão. - Bento fala de uma vez quando Dinho abre a boca para falar. - Enrolou demais.

Um grito escapou da boca da mãe de Júlio, Cláudia parou de comer, Helena e Maria que estavam arrumando a mesa pararam e os pais se encararam.

- Ô gente... Eu pensei que vocês fossem fazer a maior festa. - Dinho fala desapontado.

- Obrigada, Deus. - Maria foi a primeira a falar, Diana se vira e vê a mãe se ajoelhando, não demora para Helena, Carol, Toshiko e os pais dos meninos também se ajoelharem. - Obrigada, pai! Obrigada por cuidar tão bem dos nossos meninos, obrigada por ajudar eles a realizarem seus sonhos, sou grata pela vida de cada um presente, sou grata pela vida dos meus filhos, meus sobrinhos de coração e meus amigos de longa data. Que continuem realizando seus sonhos e sempre estejam acompanhados de ti, senhor.

Não tinha uma única pessoa que não estivesse emocionada naquele momento, as palavras de Maria foram o suficiente para todos se ajoelharem e juntos entrarem em oração, agradecendo pelo ano.

...

- Vem cá. - Samuel fala puxando a namorada pela cintura levemente, eles e a família estavam na rua para ver os fogos. Ele pega seu walkman e entrega os fones para ela, Diana o encara confusa, mas logo um sorriso toma conta de seu rosto.

- Você lembrou. - ela fala animada e ele assente e beija sua testa.

- Eu sei que não gosta de barulhos altos porque sempre se assusta. - ele coloca os fones nela. - Adivinha o que está tocando?

Antes que ela pudesse responder ele dá play e Arlinda Mulher começa a tocar, sua música favorita dos meninos e que fez ela dar uma risada sincera. Samuel a abraçou de lado e juntos olharam para o céu, não demorou muito para dar meia noite e os fogos começarem, a família inteira foi se abraçar e dar as boas novas do ano, mas não Diana.

Samuel a soltou lentamente e a garota continuou olhando para o céu, a música que soava pelos fones abafafa os fogos e ela conseguiu prestar atenção nas cores que iluminavam o céu sem se preocupar com os sons altos.

A cada luz que passava ela sentia algo tomar conta do seu peito, gratidão.

Diana era grata pelo ano maravilhoso que teve, era grata por sua família, pelos seus amigos e pelo namorado e acima de tudo, grata por sua vida e pela segunda chave de viver que havia ganhado. A garota é interrompida de seus pensamentos quando Cláudia se aproxima, mas para e arregala os olhos. Diana estranha e tira um dos fones, ouvindo o som dos fogos ela estranhou não ouvir a voz e risadas de sua família e então se virou para trás vendo Samuel ajoelhado e com uma caixinha de veludo aberta.

- Eu poderia te dizer várias coisas e te dar mil e um motivos e ainda assim não seriam o suficiente para demonstrar o meu amor por você. - ele fala tentando esconder o nervosismo. - Eu sei que estamos a poucos meses juntos, mas a verdade é que eu sempre fui apaixonado por você, você sempre teve o meu coração em suas mãos a anos e depois de tudo o que passamos... - ele respira fundo. - Eu não quero passar um dia sequer longe de você, eu quero acordar todos os dias e olhar nos seus olhos sabendo que eu tomei a melhor decisão da minha vida, eu quero você... Eu preciso de você para o resto da minha vida porque é isso que você é, Diana. - ele sorri e uma lágrima escorre de seu rosto. - Você é a minha vida e por isso eu te pergunto, quer casar comigo?

Em um dos lados do fone que ainda estava em sua orelha, a música continuava tocando.

"Você foi agora a coisa mais importante que já me aconteceu neste momento em toda a minha vida."

O coração da garota batia forte e ela sentia a adrenalina percorrer o seu corpo inteiro, seus dedos formigavam a sua mente só gritava uma única palavra:

- SIM! - foi o bastante para a família explodir em comemoração, ela se joga nos braços do namorado e ele a beija com todo amor do mundo. Ao se separarem, ambos choravam e davam risada ao mesmo tempo, ele segura sua mão e troca o anel de namoro pelo de noivado.

Ela dá um selinho nele novamente e ele entrelaça suas mãos, se virando para os amigos e repetindo o gesto que meses atrás ele fizera.

Levantando as mãos e mostrando para todos mais uma vez que eles eram um do outro.

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Capítulo escrito: 21.05.2024

Capítulo postado: 21.05.2024


Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora