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*CAPÍTULO COM GATILHOS*

*Narrador

João e Rafael que estavam encostados no carro se aproximam de Diana, Dinho, Samuel e Diogo. Não demorou muito para os amigos descerem do carro e se aproximarem também, deixando Diana sufocada. A garota sentia a respiração falhar e sua vontade era de sair correndo, mas ela não tinha forças.

Ela sente seu corpo pesar e a última coisa que se lembra é de Samuel gritando seu nome.

Quando finalmente recupera a consciência, abre os olhos e sente a irritação nos mesmos quando uma claridade vem de encontro com o seu rosto.

- Ela acordou. - ela escuta a voz de Sérgio e se vira vendo ele, Samuel e Dinho a encarando.

Samuel tinha a expressão desesperada, já Dinho e Sérgio estavam mais sérios, porém preocupados.

- Onde eu estou? - ela pergunta olhando ao redor.

- Esta no hospital, pitchula. - Dinho fala se aproximando e segurando a mão da irmã. - Você desmaiou.

- Merda. - ela resmunga e se senta na maca, apoiando as costas nos travesseiros. - Não acredito, consegui estragar a viagem.

- Não começa, Diana. - Sérgio a repreende. - Você não estragou nada, acha mesmo que uma hora ou outra não iriamos descobrir que estava mal?

- Desculpa não ter contado nada, mas vocês estão me tratando de uma forma tão estranha... Eu só não queria preocupar vocês. - ela fala e Dinho acaricia seu rosto.

Samuel segue até o outro lado da cama e fica um pouco distante, mas ainda com o olhar presente na namorada.

- Bom dia, princesa. - uma mulher loira entra na sala. - O resultado dos seus exames saíram.

- Exames? - ela pergunta confusa e olha para o braço, vendo o curativo no mesmo.

- Você apagou por algumas horas. - Sérgio explica ao ver a confusão no rosto da garota.

- Sua febre estava muito alta e precisávamos fazer exames para procurar o motivo, não deu para esperar você acordar. - a mulher explica.

- Essa é a doutora Lister. - Dinho fala e ela nega.

- Eduarda Lister, sobrenome é do marido gringo. - ela dá risada. - Mas sou brasileira e quero que vocês me chamem de Duda.

- Pensei que tinha aprendido a falar inglês do nada. - Diana fala e a mulher da risada.

- E o que ela tem? - Samuel fala pela primeira vez desde que Diana acordou.

- Nada! - a resposta da doutora surpreende os três.

- Isso é impossível, ela estava queimando em febre e depois desmaiou. - ele fala indignado.

- Não apontou nenhuma infecção ou outro motivo nos exames dela. - a doutora fala e Dinho suspiro. - Tudo indica que é febre emocional.

- E isso existe? - Sérgio pergunta confuso.

- Sim e é comum em casos de pacientes que passaram por algum trauma recente, o desmaio pode ter sido causado pela febre, considerando que ela chegou aqui com quarenta graus ou causado pelo nervosismo também. - ela fala e se aproxima de Diana. - Aconteceu algo recentemente? Alguma situação de estresse extremo? - ela pergunta e Diana abre a boca para responder, mas a porta é aberta e Diogo, João e o resto dos amigos entram no quarto.

- Não, não, não. - Diana se levanta e tenta se afastar, mas é puxada de volta pelo soro que estava em seu braço. Ela arranca com força e sai correndo.

- DIANA, PORRA. - ela escuta Dinho gritar, mas continua correndo pelo hospital.

Diana não sabe por quanto tempo correu e onde chegou, mas ela se escora em uma parede e olha para o corredor vazio. O coração acelerado, a respiração ofegante e o acesso do braço sangrando sem parar, ela escuta passos e se desespera ao ver quem se aproxima.

Quando ela abre a boca para gritar, Diogo a pressiona contra a parede e a empurra para dentro de um quarto.

- Eu vou falar uma vez só e você vai prestar atenção, me ouviu? - ele pergunta ainda tapando seu rosto. - Eu não sei como você lembrou, deveria ter te dopado mais. - ele tira um canivete da jaqueta e aponta pra ela. - Se gritar eu te mato aqui mesmo.

Ele a solta e Diana se afasta, se sentando na cama e tentando o máximo ficar longe dele.

- O que você quer? O que eu te fiz?

- Nada... Ainda! Mas vai me ajudar bastante. - o sorriso maldoso que ele dá faz o estômago da menina se revirar. - Eu vou precisar de você e você vai me obedecer ou eu juro que te mato.

Diana sente as lágrimas escorrerem por seu rosto ao ver ele se aproximando com o canivete.

- Por favor, me deixa sair. - ela pede desesperada. - Eu prometo que não conto nada pra ninguém.

- E você acha que eu confio em você? Presta atenção no que eu vou falar. - ele a puxa pelo cabelo, a levantando e deixando seus rostos colados. - Você vai sair desse quarto e agir normalmente ou eu juro que eu te mato, Diana.

- Por que você está fazendo isso? - ela pergunta e ele finge um suspiro.

- Eu? Por dinheiro mesmo, mas tem outra pessoa interessada em você. - ele fala e ela nega. - Mas você tinha que estragar tudo antes do tempo, não é? - ele fala irritado. - Eu imaginei que aconteceria algo do tipo. - ele a solta e a empurra na cama.

Diana observa confusa enquanto ele abre a carteira e tira um envelope branco pequeno da mesma, eram filmes de fotos. Ele joga sobre ela e a encara, Diana segura os filmes e observa eles, confusa.

Ao levantar eles e colocar em direção a luz, ela sente o estômago revirar ao ver as fotos. Eram diversas fotos suas, fotos dela com o vestido levantado e diversas fotos íntimas.

E então tudo fez sentido e aquela noite se passou como um filme em sua cabeça, ela se lembra de estar em um carro e tentar se soltar a todo custo das mãos de Diogo que por sua vez puxava sua roupa e tirava diversas fotos suas. Se lembra dele abrindo a porta e a jogando no meio da calçada e por fim do irmão e do namorado a encontrando.

Em um ato impulsivo ela tenta rasgar os filmes, amassar e tentar estragar os mesmos, mas Diogo dá risada.

- Acha mesmo que eu sou idiota o suficiente para ter só esses filmes? Me poupe, Diana. - ele fala irritado. - Os originais estão no Brasil, junto com as fotos impressas.

- O que você quer, Diogo? Pelo amor de Deus, fala logo.

- Por enquanto eu não quero nada, quero que saia desse quarto e aja naturalmente e se sonhar em falar alguma coisa pra alguém, eu publico essas fotos nas maiores revistas do Brasil. - ele fala e Diana engole em seco. - Imagina como ficaria a carreira do seu grupinho? A carreira que mal começou? Com as fotos ainda invento uma história só para sujar sua imagem. - ele guarda o canivete no bolso. - Mas sei que isso não vai acontecer, porque você vai me obedecer.

Ele dá uma piscadinha para ela antes de sair do quarto e a deixar sozinha.

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Capítulo escrito: 06.03.2024

Capítulo postado: 06.03.2024

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora