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*Diana

Domingo - 7 de Junho de 1995

06h15 A.M

Acordo sentindo um peso na barriga, abro os olhos e vejo que era a mão de Dinho. O espaçoso do meu irmão estava com o braço em cima de mim e a perna em cima de Júlio. Me levanto com cuidado para não acordar o mesmo e vejo ele, Bento e Júlio dormindo quase um em cima do outro, seguro a risada e pego a mochila onde estavam nossas roupas, procuro por uma blusa de frio e não encontro.

O dia estava clareando e a praia estava vazia, a não ser por uma barraca a alguns metros de nós que não estava ali quando fomos dormir. Olho ao redor e vejo Samuel sentado na areia e quase na beira do mar, sigo até o mesmo e escuto algumas risadas vindas da barraca.

- Acordou cedo. - falo me sentando ao seu lado, ele sorri quando me vê.

- Eu nem dormi, quando estava quase pegando no sono aqueles adolescentes chegaram. - ele fala apontando para a barraca. - Estão todos bem doidões, está sentindo o cheiro de maconha? - ele pergunta e eu assinto. - Você também não dormiu bastante, acredito que dormiu menos de uma hora.

- Acordei com frio. - falo e ele me olha e passa a mão pelo meu braço, me arrepio e ele sorri.

- Eu vi, está toda arrepiada.

- O jumento do meu irmão não trouxe uma blusa de frio e a jumenta aqui não verificou a mochila antes de sair de casa. - falo e ele dá risada, seu olhar desce para a minha boca, mas ele logo desvia e volta a encarar o mar.

Foi só um jogo idiota, o que você esperava? Que ele te beijasse novamente?

Fecho os olhos com força afim de afastar os pensamentos, minha mente brigava comigo mesma e isso me irritava.

- Está tudo bem? - ele pergunta e eu abro os olhos vendo ele me encarar.

- Está sim. - respondo e ele passa o braço pela minha cintura, me puxando para perto dele e me abraçando. Sinto o seu corpo quente contra o meu e suspiro aliviada, me aninhando em seus braços, encosto minha cabeça em seu peito e ele apoia sua cabeça sobre a minha. Eu estava quase pegando no sono quando escuto gargalhadas. - Que povo feliz, né. - resmungo e Samuel dá risada.

- Estão bem doidos... Eu pensei em uma música. - ele fala e eu levanto a cabeça para o olhar. - Quer ouvir?

- Claro. - quando vou me afastar, para sentar em sua frente ele me aperta.

- Mas continua aqui, está muito frio. - ele fala e eu sorrio. - É assim... Sábado de sol aluguei um caminhão, pra levar a galera pra comer feijão, chegando lá, mas que vergonha, só tinha maconha e os maconheiros 'tavam doidão querendo o meu feijão.

- Não acredito. - dou risada. - Isso está maravilhoso.

- Você acha? - ele pergunta e eu assinto.

- Tirando que hoje já é domingo.

- Eles estão fumando desde a hora que chegaram e eu acabei fumando por tabela, não me julgue por confundir os dias. - ele fala e eu dou risada.

Ficamos mais alguns minutos em silêncio e encarando o mar, até eu o soltar e ele me encarar.

- Obrigada. - agradeço e ele me encara confuso. - Obrigada por cuidar de mim na boate anteontem, obrigada por me acolher na sua casa e obrigada por não contar nada pro meu irmão.

- Não precisa agradecer. - ele fala e eu seguro sua mão que ainda estava meio machucada por conta do soco que ele deu no rapaz. - Já tive brigas piores. - ele fala quando acaricio os machucados. - Você tem que me prometer uma coisa.

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora