*Diana
Sábado - 10 de Julho de 1995.
Já se passavam das quatro horas da tarde e os meninos estavam fazendo a passagem de som, eu e Cláudia estávamos sentadas no canto, escoradas uma na outra e quase caindo de sono.
Passamos a noite arrumando a bagunça na cozinha e acordamos cedo com o tio João batendo na porta dos quartos.
- Vira-Vira. - Dinho avisa e eu suspiro e me levanto, estendo a mão para Cláudia e ela se levanta.
Mas João se aproxima antes de que eles comecem a música.
- Pessoal, deixa eu explicar um pouco sobre o show de hoje. - ele fala e todos param para prestar atenção, até Aninha e Valéria que dormiam escoradas nas mesas.
Estávamos na mesma boate onde os meninos se apresentaram na praia pela primeira vez, na boate de André.
- 'Pó falar, tio. - Dinho diz bocejando.
- O show de hoje vai ser um pouco diferente, eu chamei os amigos do meu filho, mas a maioria do público vão ser jornalistas, críticos de revistas e produtores de programas de TV.
- Sério? Por que? - Júlio pergunta surpreso.
- Vamos inserir vocês na mídia e nas veiculações mais importantes. - ele explica. - Assim quando lançarmos o disco, já vamos ter certa divulgação.
- Você que manda, tio João. - Sérgio faz um joinha para ele e eu dou risada.
- Mais algumas coisas, gravaremos o programa do Jô na segunda-feira e na quarta iremos para Los Angeles. - ele avisa e eu arregalo os olhos.
- JÁ? - pergunto assustada e ele me encara confuso.
- Como já? Demoramos pra caramba, precisamos acelerar as coisas.
Olho para Samuel e ele, assim como os outros também estavam assustados. O tempo estava passando muito rápido.
- Meninas. - a produtora faz um aceno com a mão. - Vem cá.
Eu e Cláudia descemos do palco e seguimos até ela, ela abre uma bolsa e tira da mesma dois maiôs pretos, eles eram apertados e tinham uma abertura na parte de cima da barriga, antes do umbigo.
- O que é isso? - Cláudia pergunta de forma curiosa, analisando a peça.
- Essa é a roupa que vocês vão usar no show hoje, mas só na abertura. - ela fala e eu nego. - O que houve, querida?
- Usar esse maiô? Na frente de todo mundo? - pergunto apavorada e antes que ela consiga responder, um homem para ao seu lado.
- Se não quiser, tudo bem... - ela é interrompida por ele. - Oi, Diogo.
- Olá. - ele sorri e estende a mão para Cláudia e depois para a minha pessoa.
- Esse é o Diogo, o novo empresário dos meninos. - ela fala de forma séria, deixando claro que não ia com a cara dele.
- Então foi com você que os meninos ficaram trancados em reunião a manhã inteira. - Cláudia fala dando risada e ele assente.
- Sim, não chamei vocês porque era uma reunião de negócios. - ele força um sorriso. - Mulheres e negócios não combinam.
Rosângela revira os olhos e o sorriso de Cláudia se desfaz.
- Di, se não se sentir bem, pode usar outra coisa. - ela fala, ignorando o que ele tinha dito e tirando mais algumas roupas da bolsa.
- Não, ela vai usar esse sim. - ele fala pegando o maiô da minha mão. - Mandamos até fazer o seu tamanho e é meio que o seu trabalho, não é, querida?
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Ficção AdolescenteO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...